No dia 14, o Polígrafo fez uma verificação de factos (“fact-check”) à afirmação de João Cotrim Figueiredo, líder do Iniciativa Liberal, sobre o Estado ficar com mais de um terço do salário médio. Classificou como falso.
Ficou claro que quem fez os cálculos fact-check nunca pagou salários. Para uma empresa, o custo salarial de um seu trabalhador não se limita ao valor bruto. Há que contar (sempre!) com a totalidade de contribuições para a Segurança Social. Ou seja, não só os 11% descontados ao salário bruto, mas também os 23,75% sobre essa remuneração base.
Sendo assim, o cálculo correcto, para trabalhador solteiro sem filhos, teria de ser:
Salário bruto: 1.314,00 euros
Segurança Social (empresa 23,75%): 312,08 euros
Custo total para empresa: 1.626,08 euros
Retenção na fonte IRS (15,6% – 2020): 204,98 euros
No passado dia 12 de Janeiro o Polígrafo juntou-se a consórcio de entidades de verificação de factos numa carta aberta ao YouTube. Nesta, pedem à plataforma de publicação de videos online para que façam maior combate à desinformação. Mas, como este caso é exemplo, quem depois verifica a desinformação dos “verificadores de factos”?
A imagem abaixo, retirada daqui, mostra o poder de compra dos diferentes países da Europa em 2021. Sem surpresa, Portugal aparece na cauda da Europa.
A posição de Portugal reflecte bem o resultado das políticas socialistas que têm sido aplicadas em Portugal nos últimos vinte anos, tendo Portugal já sido ultrapassado por países ex-comunistas que entraram na União Europeia muito depois de Portugal (República Checa, Eslovénia, Lituância e Estónia) e encontrando-se Portugal em vias de ser ultrapassado por um outro conjunto de países como se pode verificar na infografia abaixo do Instituto Mais Liberdade.
Qual é então a grande solução que o Partido Socialista – que esteve no governo em 16 dos últimos 20 anos, incluíndo os últimos seis – para sair da cauda da Europa? Continuar a aplicar exactamente as mesmas políticasesperando que estas produzam resultados diferentes. Genial! Isto é a perfeita definição de insanidade. Depois de tantos anos sem que estas políticas produzam resultados, desta vez é que vai ser. João Cotrim de Figueiredo, presidente da Iniciativa Liberal caricaturou e ridicularizou bem esta posição de António Costa no debate na Sexta-Feira passada como se pode ver no genial vídeo abaixo.
Todos já ouvimos histórias em que um pequeno aumento no salário bruto mensal resulta, depois de impostos (IRS e Segurança Social), em salário líquido inferior.
Exemplo (actuais tabelas de retenção na fonte) para pessoa solteira sem filhos: aumento de salário de 1.000 para 1.010 euros (+1%) vai reduzir o salário líquido em 0,31 euros (passa de 777,00 para 776,69 euros). Neste caso, na margem entre escalões IRS de retenção na fonte, o aumento salarial foi todo para o Estado.
Considerem agora os exemplos abaixo em que a empresa X, LDA decidiu subir os preços dos bens e serviços vendidos, de forma a dar aos seus colaboradores aumento salarial equivalente ao definido este ano no Salário Mínimo Nacional (SMN): 6,015% (de 665 para 705 euros).
Colaborador
TabelaIRS
Salário Bruto (€)
Seg. Social (€)
IRS % (€)
Salário Líquido (€)
João
2021
665,00
73,15
0% (0,00)
591,85
João
2022
705,00
77,55
0% (0,00)
627,45
Maria
2021
715,00
78,65
4% (28,60)
607,75
Maria
2022
758,01
83,38
7,9% (59,88)
614,75
Ou seja, o João, que recebe o SMN, teve este ano um aumento do salário líquido de 6,015%. A Maria, mais produtiva que o João, apesar de ter equivalente subida no salário bruto, teve um aumento de salário líquido de apenas 1,152%, dado que passou de uma taxa de retenção na fonte de 4% em 2021 para 7,9% em 2022. Deste modo, a Maria passou a receber, depois de impostos, menos que o João.
Ao definirem assim a retenção na fonte, sucessivos governos portugueses têm, na margem, desequilibrado as diferenças de produtividade e de incentivos a muitos trabalhadores.
Nestas eleições a Iniciativa Liberal apresenta uma solução bem mais simples e justa: taxa única de 15%, a aplicar apenas no valor acima de determinado limiar. A título de exemplo, se o limiar fosse 750 euros, o João continuava a não ter de pagar IRS e a Maria pagaria apenas 1,20 euros (758,01 – 750 = 8,01; 15% x 8,01 = 1,20), tendo um salário líquido de 673,43 euros (taxa efectiva de IRS seria 0,158%).
Alguns países europeus, que em paridade de poder de compra já ultrapassaram Portugal, implementaram esta política fiscal, entre outras medidas liberalizadoras. Em contrapartida, a grande maioria dos portugueses, recebendo salários médios baixos, preferem apenas continuar a garantir que os mais produtivos (e consequentemente, com maiores salários) sejam os mais penalizados.
Socialistas (de todos os tipos, de muitos outros partidos) afirmam que sem as elevadas taxas de imposto sobre os rendimentos não seria possível financiar, por exemplo, o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Não sabia que a TAP faz parte do SNS… “Quem não tem dinheiro, não tem vícios” diz o ditado popular. Para se minimizar estes desperdícios, comecemos por reduzir parte dos milhares de milhões de euros que o “grande marginal” nos retira dos salários todos os meses.
Ao contrário do Bernardo Blanco, eu gostava de fazer um apelo ao voto na Iniciativa Liberal.
Durante muitos anos (20) (demasiados?) tentei influenciar o PSD a ser mais Liberal, mais amigo do contribuinte e mais à direita no espectro político português. Consegui pequenas vitórias, festejei o trabalho feito pelo Dr Pedro Passos Coelho a resolver o bico de obra que o 44 deixou nas contas do Estado Português, e fiquei feliz pela minha participação em geral. Contudo, nos últimos anos todos esses avanços foram destruídos. A eleição, e sobretudo a reeleição (!) de Rui Rio destruiram em mim a esperança no PSD sob a sua actual direção. Rui Rio disse, e cito, “se o Dr. Sá Carneiro não tivesse feito um partido, eu se calhar tinha ido para o PS”. Ora isto para mim é inaceitável e aquando da reeleição deste para líder do PSD soube sair pois claramente eu estava a mais.
Então e o Voto Útil? Meus caros, um governo de Rui Rio sem a IL ao lado para mim não é muito desejável, pois as políticas não seriam muito diferentes das de um eventual governo de António Costa. Rui Rio poderia perfeitamente ter sido militante do PS (palavras dele), recusa o rótulo de Direita, é admirador confesso de António Costa e saneou das suas listas os que eram mais à direita.
O voto útil é na IL. O PSD é um PSDois sem a IL. Com esta, há esperança de ter um governo diferente. Para conhecerem o Programa da IL em detalhe, podem clicar aqui.
Isto é sobretudo aplicável no distrito de Aveiro. Um distrito em que nas últimas eleições o CDS elegeu 1 deputado (que tudo indica irá perder), em que o voto de protesto deverá ser agora divido entre Bloco e Chega (1 para cada), e em que o PS e o PSD apresentam listas essencialmente semelhantes às de 2019. Com a agravante de o PS apresentar o ministro que foi encarregue de ser o D. Quixote da TAP – um romântico que acha que ter uma companhia de bandeira é tanto possível como desejável. Neste distrito que agora é o meu, espero que a mobilização seja forte e que a IL consiga eleger o seu 1º deputado pelo distrito. Eu sou o nº 2 da lista e ficarei de reserva para alguma necessidade. A este propósito, dei uma entrevista a um jornal local que podem ler aqui e que espero que gostem.
O caminho das ideias é o mais importante e este blog foi essencial nesse caminho em diversas vezes. Mas, por vezes, os partidos são um meio de divulgação de ideias ainda maior. Foi por isso que, sem surpresa e com enorme satisfação, assisti à vinda de vários Insurgentes para o meu partido ao longo dos últimos dois anos.
Por isso, sem apelos ao voto, gostaria apenas de deixar a seguinte informação sobre algumas pessoas ligadas a este blog:
Carlos Guimarães Pinto – nº1 da Iniciativa Liberal no Porto
Rui Rocha – nº1 da Iniciativa Liberal em Braga
Miguel Noronha – nº2 da Iniciativa Liberal em Setúbal
Ricardo Campelo de Magalhães – nº2 da Iniciativa Liberal em Aveiro
André Abrantes Amaral – nº7 da Iniciativa Liberal em Lisboa
Bernardo Blanco – nº4 da Iniciativa Liberal em Lisboa
Outros membros deste blog, não estando nas listas para as legislativas, são já membros do partido e certamente irão contribuir na campanha para a eleição destes insurgentes. Bom trabalho a todos.
Em destaque, notícia que a Ryanair vai abrir em 2022 uma base na Madeira, para servir 10 destinos (incluindo Lisboa e Porto), com capacidade anual de 350.000 lugares de passageiros.
Entretanto, os contribuintes pagam milhares de milhões por uma transportadora aérea falida, pouco competitiva, a que socialistas designam de “bandeira nacional”: TAP. Lamentável que governantes queiram mostrar ao resto do mundo que as nossas “bandeiras” são entidades em bancarrota. Mas torna-se cada vez mais um hábito.
Mais um excelente cartaz da Iniciativa Liberal. Os poucos recursos deste pequeno partido a serem eficientemente utilizados.
No entanto, imaginem o universo alternativo em que as zonas metropolitanas com maior dimensão populacional (Lisboa, Porto, Coimbra, Faro) fossem, não no litoral, mas junto à fronteira espanhola.
Se mais de metade da população portuguesa tivesse fácil acesso ao abastecimento de combustível em Espanha (onde há impostos inferiores), a concorrência fiscal obrigaria qualquer governo português a baixar impostos, por motivo de enorme perda de receita se não o fizesse.
Mas tal não acontece. A maioria dos portugueses vive junto ao litoral e sucessivos governos decidiram manter impostos mais altos que Espanha para financiar as suas crescentes despesas, à custa dos contribuintes. Apenas os poucos que vivem junto à fronteira podem reduzir em parte a carga fiscal.
Outra opção, mais provável que mudar cidades para perto de Espanha, seria os eleitores votarem em partidos que não queiram gastar tanto do nosso dinheiro. Mas, infelizmente, a crença socialista da maioria – que num “universo alternativo” votava com a carteira indo abastecer a Espanha – quando se deslocam às urnas elegem sempre aqueles que mais prometem dar e gastar (sem terem noção que, depois, vão pagar por essa decisão).
Uma nova série da Marvel é intitulada “E se…?”. Conta histórias alternativas de heróis que nos acostumámos a conhecer. Alguns eleitores portugueses já conseguem imaginar um país mais liberal, menos gastador. E se a maioria dos eleitores fosse liberal?
A criptomoeda Bitcoin já tem uma capitalização superior a 1 trilião de dólares (escala curta). Alguns que nela investiram têm a expectativa que substitua o ouro como reserva natural de valor (por enquanto nenhum banco central decidiu fazê-lo, mantendo reservas em divisas, títulos de dívida pública e… ouro). Muitos outros investidores apenas especulam que a Bitcoin terá crescimento exponencial, o que tem acontecido.
Mas considerem um dos argumentos defendidos para o uso da Bitcoin como reserva de valor: a sua escassez, dado que o número de Bitcoins está limitado a 21 milhões de unidades. No entanto, cada uma pode ser subdivida em 100 milhões de “satoshi”.No total vão existir cerca de 2.100.000.000.000.000 satoshi (2,1 quadrilhões). E, sendo baseada em software, poderá ser implementado um “fork” que permita maior subdivisão…. ou ser usada diferente criptomoeda, dado que não são difíceis de criar (no momento que escrevo este post existem 14.101 criptomoedas).
Se não há escassez de criptomoedas porque, então, tanto dinheiro tem sido canalizado para estes “investimentos”? Porque enquanto houver mais compradores do que vendedores, o preço continuará a subir. Até ao dia em que essa crença inverter. Foi o que aconteceu nos Países Baixos, no século XVII, no que veio a ser conhecido como Tulipa Mania (versão em português).
Como nota final, deixo-vos algo que pensar: se a Bitcoin é a “moeda” do futuro, então porque há quem ainda acredite que outras “moedas” têm valor? No ranking abaixo, retirado do CoinMarketCap, as 19 criptomoedas a seguir à Bitcoin têm capitalização acumulada igual à “moeda” líder. Claro que cada uma delas tem usabilidade diferente da Bitcoin. Duas delas, Dogecoin e Shiba Inu, criadas por brincadeira (com imagem de uma raça canina japonesa) , têm nelas “investidos” um total de quase 62 biliões de dólares (escala longa, 54,1 mil milhões de euros, cerca de 20% da dívida pública portuguesa).
Mania? Sem dúvida, sim! Sobreviverá alguma? Talvez. Mas à custa das poupanças de quantas pessoas?