Humorista brasileiro encena “a arte da mentira em Portugal”

No site brasileiro Spotniks, Rodrigo da Silva revela o que não foi contado em entrevista à SIC pelo humorista brasileiro Gregório Duvivier, curiosamente alçado à comentarista político no Brasil e, agora, em Portugal:

Gregorio é também um mentiroso compulsivo. E não digo isso na posição de alguém que se enxerga no exato oposto do espectro político, mas como quem respeita o debate honesto de ideias. Como um formador de opinião – o que justifica esse texto -, Gregorio espalha ignorância como quem pensa proteger a bandeira do amor porque acreditar viver num mundo preto-e-branco – e nele, há duas opções inescapáveis para qualquer animal político que se preze: o caminho do bem, onde homens de barba e mulheres de vestido (não necessariamente nessa mesma ordem), sob a égide da descolada cultura tropical, apoiam políticas de esquerda para a construção de um mundo melhor; e o caminho do mal, amparado por grandes empresários de mídia, religiosos inescrupulosos, playboys superficiais, banqueiros sovinas e toda horda de zumbis fascistas dedicados a escravizar a humanidade com políticas de direita e a construção de uma onipresente ditadura dos bons costumes. Não há outro caminho possível. (…)

E é dessa forma que Gregorio carrega o tom de seu último viral: distorcendo o atual cenário político brasileiro para sustentar sua posição ideológica numa entrevista para a televisão portuguesa, como se não houvesse distinção entre o nonsense de suas esquetes de humor e a realidade. (…)

Por fim, ao ser questionado pela bancada de ser um apoiador do governo Dilma, Gregorio negou. Fingiu-se de oposição com a mesma fisionomia de quem passou os últimos instantes mentindo inescrupulosamente a respeito de todas as coisas que disse.

Gregorio Duvivier reinventou a arte da mentira em Portugal.

 

Esquerda caviar em Portugal

Capa - Esquerda Caviar

A Alêtheia Editores lançará em Portugal neste primeiro semestre o livro “Esquerda Caviar”, do economista e blogger brasileiro Rodrigo Constantino, com prefácio do João Pereira Coutinho. Publicado no Brasil pela Editora Record, o livro é bestseller cá do outro lado do Atlântico.

Recomendo a leitura – e a posterior identificação dos membros da esquerda caviar portuguesa.

Mário Soares e a sua receita econômica infalível para falhar

Em entrevista à Folha de S. Paulo, Mário Soares continua a sugerir a mesma e equivocada receita para resolver a crise de Portugal:

1- A Europa está toda em crise. Uma crise profunda. Portugal, Espanha, Itália. Neste momento, também Holanda, Bélgica, Finlândia, Suécia.

2- É preciso uma grande mudança. Acabar-se com o neoliberalismo e essa situação de pagar aos mercados acima dos Estados.

3- Estou convencido de que a Europa tem saída, como teve a América. É preciso acabar com a austeridade e produzir mais moeda. Tem que dar a manivela [incentivar o crescimento econômico], mudar completamente de política.

4- Por que a América saiu da crise? Porque fabrica moeda. Quando o Banco Central Europeu fabricar moeda, é evidente que tudo isso passa.

5- Toda a América Latina é contra as privatizações. Vocês, brasileiros, conhecem bem isso.

Com relação ao ponto 5, sim, dr. Soares, nós brasileiros conhecemos bem o que é isso de ter empresas estatais nos impedindo de ter acesso a bens e serviços. Conhecemos bem o que é não ter acesso a serviços importantes, como telefonia, porque o governo brasileiro achava que deveria ser proprietário de empresa de comunicações e nos obrigava a pagar caro para ser acionista da estatal quando queríamos apenas ter uma linha telefônica a preço baixo.

Nós brasileiros conhecemos bem isso e não queremos mais.

Crony capitalism made in Brazil

Na Folha de S. Paulo:

Governo e dono da Azul querem TAP e JetBlue

BNDES e empresário se unem para a criação de uma gigante da aviação

MARIANA BARBOSA JULIO WIZIACKDE SÃO PAULO

O empresário David Neeleman, dono da Azul, está criando um fundo de investimento destinado à compra da companhia aérea portuguesa TAP e da americana JetBlue, que ele fundou.

A ideia, no futuro, é integrar as três empresas, formando uma superaérea nacional com rotas para Europa, África e EUA.

Por razões estratégicas, o governo federal decidiu participar do negócio como sócio via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Folha apurou que o banco deverá ter cerca de 20% de participação no fundo, investindo inicialmente US$ 600 milhões. Os fundos privados que hoje são acionistas da Azul também devem entrar no negócio liderado por Neeleman. O empresário entrará com recursos próprios, adquirindo 5% de participação.

O investimento total será inicialmente de US$ 3,2 bilhões, valor que deve dobrar.

Os recursos serão usados na compra da TAP e da JetBlue. A companhia portuguesa deverá custar US$ 1,5 bilhão (valor da dívida).

No Brasil, a versão mais bolchevique da Raquel Varela, que não tarda a lá chegar

O vídeo acima mostra todo o amor que a professora do departamento de filosofia da Universidade de São Paulo (USP), Marilena Chauí, sente pela parte da sociedade brasileira que trabalha e é obrigada (mediante tributos) a pagar o salário de professores de universidades públicas que a tratam dessa forma tão carinhosa.

O comportamento de Marilena Chauí, notoriamente conhecida por exibir nas palestras sua gentileza maoísta, não é um caso único nas universidades públicas brasileiras.

Com pouco esforço, Raquel Varela não demora a se tornar uma versão portuguesa da professora brasileira.

 

Leitura recomendada

– Ela nos odeia. Ela nos abomina. Ela quer o nosso fim! Ou: Por que Marilena não nos conta quanto ganha com os livros didáticos adotados pelo MEC?

– Em Portugal, o que rende é o “empreendedorismo” em rent-seeking

– Sent from my iPad

– A exploração colectivista é uma vergonha

– Raquel Varela queria que andássemos nus?

– Quem é Raquel Varela ?

José Sócrates será sempre José Sócrates

Vi ontem a entrevista do ex-primeiro ministro de Portugal, José Sócrates, pelo site da RTP, e ao vê-lo e ouvi-lo tive a mesma impressão exposta neste texto do JPC. E fiquei assustado com o elevado grau de ressentimento exibido pelo ex-PM.

Tendo morado em Lisboa (2007-2009), pude acompanhar uma parte do governo (sic) Sócrates e o desastroso ambiente político e econômico que ele criou.

Como futuro comentarista da RTP, poderá moldar a história de seu governo a seu favor, e não será surpresa que consiga convencer uma parte da sociedade portuguesa de que, afinal, ele não é tão ruim quanto o atual primeiro-ministro Passos Coelho, e assim se oferecer de forma mais ou menos explícita como a melhor escolha para Portugal.

Não é novidade na história um político se aproveitar da terra devastada para voltar ao poder; e não é novidade que a sociedade escolha politicamente aquele que parece o menos pior, mesmo que o aparentemente menos pior tenha sido um dos piores.

Mudança política exige uma mudança cultural anterior

Enquanto não houver uma mudança cultural que permita à sociedade portuguesa perceber que a mentalidade de que cabe ao estado ser o grande agente social (político, econômico, cultural, etc.) é a origem da falência do país, não adianta esperar que um governo à esquerda ou à direita dê jeito na crise actual (se é que existe uma direita portuguesa capaz de forma um governo).

Esperar que um ambiente cultural e político como o de hoje em Portugal possa permitir o florescimento de políticos à esquerda ou à direita que pensem diferente do resto da sociedade, e que, uma vez no poder, sejam capazes de resolver o problema, é retomar a velha crença do retorno de D. Sebastião.

(Isto, claro se se acredita que uma mudança substantiva passe artificialmente pela política e não pela sociedade).

O mesmo vale para o Brasil.