É triste, mas parece que neste país já vão sendo normais as notícias que dão conta desta práctica bárbara que é o abandono de animais de estimação nos períodos de férias. É triste, mas é daquelas coisas tristes que nos vão passando pelos olhos. Hoje, vá-se lá saber porquê, o algoritmo do Facebook presenteou-me com uma outra história de abandonos — ao que parece, não menos vulgar, mas para mim desconhecida. Dizia a notícia da RTP:
A notícia não é nova, mas permanece actual e… vem aí o Natal.
Que diabo, será que isto vai acontecer outra vez? Vamos nós deixar que isto aconteça outra vez? Ou vamos todos continuar a olhar para o lado. Ou, pior, vamos olhar para o lado, com a tranquilidade que o pagamento dos impostos dá às nossas consciências?
E, já agora, e também a propósito do pagamento de impostos: isto não se resolve com políticas sociais com vista à criação de instituições ou albergues para os idosos. Isso só serve para criar empregos a mais parasitas — que depois, aliás, já terão o assunto resolvido quando chegar a vez de porem os pais deles numa qualquer IPSS. Ainda para mais, depois de uma vidinha inteira a descontar para tudo e mais alguma coisa e a pagar impostos com língua de palmo. Sim, isso bem que justificaria que o Estado tratasse disso.
Mas, não. Não é por aí.
E porque estes tristes episódios não são novidade, já deveríamos (há muito!) ter percebido que não é por aí.
Isto resolve-se, sim. Resolve-se com educação, com valores morais sólidos. Com respeito pela liberdade, pela responsabilidade e pela vida.
Ser adulto livre significa também ser responsável por aqueles a quem damos a vida e por aqueles que nos deram a vida.
Liberdade é isto. O resto é dependência.