António Costa, O Campeão dos Jobs for the Boys

António Costa pode não ter conseguido virar a página da austeridade, mas o seu governo já conseguiu o estatuto de Campeão das Nomeações:

Nos três anos e meio de mandato, o Governo de António Costa já fez 3.282 nomeações — 2.342 delas para gabinetes ministeriais e 940 para altos cargos de órgãos da administração pública, noticia o Correio da Manhã. Se pegarmos em todos os dados para os gabinetes, isso corresponde à nomeação de cerca de duas pessoas por dia (1,9 por dia) entre 26 de novembro de 2015 — dia da tomada de posse — e o passado 23 de abril.

A comparação com os dois governos anteriores, de Passos Coelho e José Sócrates, não é exata, já que a estrutura governativa é diferente, e o espaço temporal também é diferente. Ainda assim, o CM faz as contas tendo em consideração os números que foram divulgados em meados de 2018 pela revista Sábado e conclui que o atual Governo tem uma média de nomeações para os gabinetes muito superior: no caso de Passos Coelho, era de 1,45 nomeações por dia, e no de José Sócrates de 1,48 nomeações por dia.

A imagem acima foi retirada daqui e o texto foi retirado daqui.

Leitura complementar: WhatsApp-Check: Governo já fez mais de três mil nomeações?

A Dinastia Socialista Continua a Sua Expansão

Reconheço três competências-chave (core competencies) aos socialistas:

  1. Criar novas taxas, taxinhas e impostos (locais, nacionais, europeus, …); assim como aumentar taxas, taxinhas e impostos existentes.
  2. Fazer boa propaganda: distorcendo e manipulando os factos, fazendo passar por exemplo a ideia de que se virou a página da austeridade, ou que 35 horas na função pública não acarretam custos adicionais, ou que Portugal é líder na execução dos fundos europeus, ou que Portugal tem feito um grande investimento ferroviário, …
  3. Expandir a presença da sua família socialista no aparelho de estado a nível local e nacional.

Em relação ao ponto 3 referido acima, está na altura de actualizar o organigrama do governo a àrvore genealógica da dinastia socialista.

Desta feita, trata-se da mulher de Pedro Nuno Santos (o tal que ia colocar as pernas dos banqueiros alemães a tremer) que foi nomeada chefe do gabinete do sucessor do marido (fonte).

Como bem diz o Rui Rocha, a a genealogia da dinastia socialista começa a ficar tão ou mais complicada do que a àrvore genealógica do livro Cem Anos de Solidão.

Visualização complementar: Nepotismo em Portugal (Sexta às 9)

O Clã De António Costa

Escreve João Miguel Tavares no jornal Público numa crónica intitulada “Isto é um governo ou o clã de António Costa?

Eduardo Cabrita, novo ministro da Administração Interna, Pedro Siza Vieira, novo ministro adjunto, e o ministro sombra Diogo Lacerda Machado foram colegas de António Costa na Faculdade de Direito de Lisboa. O mesmo aconteceu com José Apolinário, secretário de Estado das Pescas. Ana Paula Vitorino, ministra do Mar, é mulher de Eduardo Cabrita. Um dos secretários de Estado do Ministério das Finanças – António Mendonça Mendes, Assuntos Fiscais – é irmão de Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta do PS. Carlos César pontifica na Assembleia da República e, como sabemos, dentro do seu agregado familiar falta somente ao periquito conseguir a integração nos quadros da função pública.

Vieira da Silva é ministro da Segurança Social e a sua filha, Mariana Vieira da Silva, secretária de Estado adjunta do primeiro-ministro. O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, é filho de José Matos Fernandes, antigo secretário de Estado da Justiça de Vera Jardim. Guilherme W. d’Oliveira Martins, secretário de Estado das Infraestruturas, é filho de Guilherme d’Oliveira Martins, triplo ministro de António Guterres. Mário Centeno, ministro das Finanças, não é filho de nenhum socialista famoso, mas anda há dois anos a obedecer às ordens do Largo do Rato – ainda assim, António Costa colocou Fernando Rocha Andrade, seu homem de confiança, a vigiá-lo. O ministro da Educação é um jovem que deve a António Costa a carreira política. O ministro da Saúde deve-lhe o mesmo, mesmo não sendo jovem.

Augusto Santos Silva, Vieira da Silva e Azeredo Lopes já provaram nos tempos socráticos a sua fidelíssima obediência a quem manda. Maria Manuela Leitão Marques foi secretária de Estado de Sócrates. Capoulas Santos e Pedro Marques são velhos quadros do PS que não levantam ondas. A Faculdade de Direito de Lisboa está ainda representada pela ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, e pelo ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes. Há também três secretários de Estado (se as contas não me falham) que foram recrutados aos quadros da Câmara Municipal de Lisboa.

Os Amigos São Para As Ocasiões

A amizade é uma coisa deveras muito bonita. A imagem e notícia abaixo (retiradas daqui) só conseguem ser devidamente apreciadas ao som de “That’s What Friends Are For” cujo link para o vídeo também se encontra abaixo neste post.

Diogo Lacerda Machado é um dos nomes que pode estar em cima da mesa para substituir António Mexia como presidente executivo da EDP. [Diogo Lacerda Machado] é actualmente administrador não executivo da TAP e é pública a sua amizade com o actual primeiro-ministro, António Costa.

Jobs For The Boys & The Girls

Muito bem António Costa a fazer baixar a taxa de desemprego em Portugal criando empregos altamente qualificados e de elevado valor acrescentado (imagem abaixo retirada do Jornal Sol).

Leitura complementar:

Políticas Activas de Emprego

O PS não perde tempo em tentar baixar a taxa de desemprego em Portugal ao criar empregos altamente qualificados, de alto valor acrescentado e com grande efeito multiplicador:

“Há cerca de mês e meio em funções, o Governo de António Costa já nomeou 338 elementos para os gabinetes dos ministros e dos secretários de Estado em funções, de acordo com os dados publicados até esta quarta-feira em Diário da República e recolhidos pelo Correio da Manhã.

Em igual período após tomar posse em 2011, segundo refere o diário, a coligação PSD-CDS nomeou 447 membros de gabinetes, pelos dados disponíveis em Diário da República.

No entanto, a lista de nomeações já realizadas pelos ministros e secretários de Estado socialistas não estará completa, uma vez que, segundo o levantamento do Correio da Manhã, há sete ministros – Defesa Nacional; Ministro-Adjunto; Educação; Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural; Mar; Planeamento e Infraestruturas; Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – que ainda não publicaram em Diário da República qualquer designação feita para os respectivos gabinetes.” (fonte)

Estou convicto de que em nome do “interesse nacional” estes empregos eram absolutamente necessários e que apenas os critérios de mérito e competência presidiram a estas nomeações.