Preocupados com a subida nas sondagens da AfD – e com a sua queda – a esquerda alemã resolveu finalmente uma incoerência no seu interior: ninguém no seu perfeito juízo pode ser simultaneamente 1) pelo crescimento do estado social e dos direitos que este garante e 2) pela imigração e portanto pela multiplicação exponencial dos potenciais receptores de tal welfare.
A extrema direita já há algum tempo que defende o “chauvinismo do estado social” – ou seja, a concentração dos benefícios em quem para eles contribuiu. A extrema esquerda alemã defende agora a mesma posição. Aparentemente entre os eleitores alemães e os não-eleitores refugiados, um partido que procura votos escolheu os primeiros.
Se conseguirem ler sem enjoar o People’s World, aqui fica um dos artigos em inglês a cobrir esta nova versão do socialismo. Excerpto:
Wagenknecht, however, rejects the totally open borders approach that die Linke has held.
She said recently: “The politically sensible dividing line is not between AfD resentments and the general morality of a border-free welcoming culture. A realistic left-wing policy equally rejects both of these maximum demands. It supports many in public life who voluntarily helped provide for the integration of the refugees. But at the same time, it does not leave it up to gangs of criminal traffickers to dictate to us which human beings are to be brought illegally into Europe.”
Asked if this view did not mean abandoning the left-wing commitment to internationalism, she replied: “On the contrary, internationalism means fighting for a more just world economic order. It is those who plunder the natural resources of poorer countries, who supply weapons to conflict regions and dictate unfair trade treaties who are being nationalist. We reject that. Internationalism does not mean luring away the middle classes of poorer countries in order to push down wages here. In a world with no borders, it is the multi-national corporations who have the power. At present social leveling and democracy can only function within single countries for there are no levers on a global level which can be used. The countries must, of course, protect their citizens from the competition of job dumping.”
« “chauvinismo do estado social” – ou seja, a concentração dos benefícios em quem para eles contribuiu. »
Não me parece que “chauvinismo do estado social” seja isso – penso que os “chauvinistas do estado social” não se importam por aí além em dar subsídios a nacionais do grupo cultural maioritário mesmo que eles sejam individualmente beneficiários líquidos do ES; e inversamente não me parece que sejam grandes entusiastas de dar subsídios a um imigrante, mesmo que ele consiga provar que descontou mais do que está a receber.
“Inside Every Progressive Is A Totalitarian Screaming To Get Out”
> In a world with no borders, it is the multi-national corporations who have the power.
Olha, um que começa a suspeitar que os progressismos foram cooptados pelos nossos donos para causas que não lhes custem dinheiro.
(Dantes os aristocratas sem dinheiro prometiam pagar em dinheiro contado aos proletas pelo apoio para tomar o poder e os cofres. Agora é mais amor livre e outros intangíveis gratuitos. Não se fica rico a pagar despesas desnecessárias …)
«The countries must, of course, protect their citizens from the competition of job dumping.»
Estou a imaginar a pessoa que disse isto:
Um carregar nas palavras muito característico, um semblante sempre endurecido, um bigode apenas da largura do nariz. Estou certo?
E aqui está o racismo, apartheid da Esquerda em plena Universidade americanas: Harvard.
Gabriel Órfão Gonçalves,
Em Moscovo, nos anos 50, o pior insulto, e que enchia campos da GULAG, era ser cosmopolita ou internacionalista. Problemas o Mundo de russos era o mote oficioso, repetido pelas autoridades oralmente e raramente escrito. Mas foi escrito o suficiente para se ver. Não foi apenas o bigodinho, que aliás também era socialista, quem disse isso.
A protecção das populações é o primeiro dever do Estado. Se é o Estado, ou quem o dirige, que convida meliantes em horda, o Estado está a falhar o seu dever primevo e age com rolo contra os interesses dos seus constituintes. É irrelevante se quem vem é branco, negro, semita ou azul. É relevante se quem vem é responsável por uma parcela apreciável dos crimes cometidos contra pessoas e se são um peso para a economia da sociedade em vez de uma benesse.
Tempo virá em que quem apoiou a vinda dos travestidos de refugiados atire grossas lágrimas e chame à mãe da Catarina e do Costástrofe aquilo que João Baptista chamou à mulher de Herodes.
Porque é que haveria de enjoar uma proposição perfeitamente coerente?
Porque a nós o Comunismo nos enjoa.
E porque a posição é coerente: os recursos não são ilimitados e portanto ou há dinheiro para uma, ou para a outra, ou cortamos um pouco a ambos.
Sabendo que a Seg. Social já anda a cortar na percentagem que é atribuída às pensões que atribui a quem se reforma, a questão até é mais: quão mais acelerada as pessoas querem essa descida?