O que falta às escolas

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Talvez não fosse descabido que a Frente Comum, em alternativa à patética manifestação que retrospectivamente fazem contra o anterior Governo [1], se preocupasse um pouco mais com o funcionamento da máquina administrativa, que não começa e acaba nos salários de suas excelências — vai dos salários dos funcionários públicos aos tinteiros e ao papel higiénico. É que para acalentar os pensionistas que recebiam mais de 6000€ e todos os visados pela sobretaxa de IRS, a Geringonça puxou o farrapo, deixando a descoberto todos os outros.

Há escolas onde os fornecedores de tinteiros e papel têm dívidas a haver com mais de 1 ano. Há outras onde a EDP recebe às prestações, quando recebe. Há outras onde os livreiros recebem com meses de atraso, tendo de ser eles a assumir os encargos com o financiamento. E há outras — limite do patético — onde as cartas são rejeitadas pelos CTT por falta de pagamento. E há ainda outras onde tudo isto se passa.

Assim, e para que estas manifestações sindicais de fantochada para cumprir agenda sirvam efectivamente algum propósito, talvez não fosse de somenos importância exigir que o Governo cumpra com as suas obrigações.

[1] – Do panfleto da convocatória geral pode ler-se: «Nos últimos anos, particularmente sob as políticas de exploração e empobrecimento do PSD/CDS, as populações…».

16 pensamentos sobre “O que falta às escolas

  1. E difícil muito difícil

    se ano fazem greve , andam a ser manipulados pelo PCP
    se fazem greve , não é pelos motivos correctos
    se não fazem greve como no tempo do PSD/CDS-PP são uma extensão do PCP
    se fazem greve contra o PS e só para mostrarem que existem.

    enfim , Preso por ter cão e preso por não ter , e difícil…

  2. mariofig

    Não é nada difícil de entender @rrocha.

    Quando um sindicato faz hoje uma manifestação contra um governo que já não existe, fica fácil de entender. Quando te lembras que o BE e o PCP fazem parte da atual solução governativa, fica então ainda mais fácil entender porque é que fazem manifestações contra um governo que já não existe. E cai que nem uma valente bofetada na cara, de tão fácil que fica de entender, se depois te lembrares que o PCP e o BE andam a tentar negociar com o PS aumentos salariais.

    Se ainda não entendes, meu caro, então tu és mais bolos. E nunca irás entender.

  3. As escolas públicas, primárias e secundárias, apesar de muito boa gente que lá labuta, estão a atingir um nível próprio de um país do terceiro mundo. Por isso os merdia deviam descobrir qual a percentagem de filhos dos pulhíticos que as frequenta.
    O mesmo relativamente aos centros de saúde, mesmo tendo em conta que os camaradas tornaram obrigatória a sua frequência.

  4. O ódio aos sindicatos é tanto que nem se dão ao trabalho de perceberem para que é que eles servem.
    Há liberais da treta que defendem o mercado 100% livre: cada um a fazer o que é melhor para todos porque daí sai o bem comum, mas, ao mesmo tempo, querem que as organizações de trabalhadores façam o trabalho dos alunos e dos seus pais – defender a qualidade do serviço – enquanto eles ficam em casa a botar posts.
    Os sindicatos defendem os trabalhadores, não defendem os clientes (os alunos) ou o patronato (o Estado enquanto dono da escola). Se ainda não percebeu isto, pare de andar a encher a boca com os “mercados é que sabem” porque nem sequer desconfia do que é um mercado.

  5. André Miguel

    “Os sindicatos defendem os trabalhadores”

    Falso, ignorante e hipócrita.
    Defendem os SEUS trabalhadores, os sindicalizados e já instalados. Os outros que se lixem, se calha até servem de saco de pancada se tentam furar os piquetes das greves.
    E se fosse inteligente saberia que deviam defender igualmente quem lhes paga o salário. E não, não é o patrão que o paga.

  6. Não sei onde vive o jo. Repare só nos dinossauros que dirigem os sindicatos. Há sindicatos independentes sérios e há mercados enxameados por abutres. O problema é livrar-nos dos dinossauros e dos abutres. Com geringonças ficamos entalados entre uns e outros e seremos os eternos pelintras. Os mercados até gostam do folklore, há muito capturaram as geringonças, tal como o soros capturou o podemos e similares.
    Os maiores ladrões, esses repopusam traquilos nas suas mansões e são por vezes convidados para debitarem bitaites na televisão. Os amigos ficam repimpadamente no sofá a admirá-los. E a farsa continua até cair o pano. Há sinais discretos de queda lenta, um dia passará a ser vertiginosa.

  7. A.R

    “O ódio aos sindicatos é tanto que nem se dão ao trabalho de perceberem para que é que eles servem.” Então qual a razão de não se vislumbrarem em Venezuela, Coreia do Norte, URSS, Cuba, etc

  8. E verdade que sim.
    Mas também nunca se ouviram tantos protestos dos sindicatos e dos sindicalistas como agora.
    Manifes a dar com um pau.
    Sindicatos por um lado;
    Bastonários por outro;
    Ambientalistas a poluirem o ambiente noutra frente;
    Associações de pais, de mães, de filhos, de sobrinhos…. nas ruas.
    militares, polícias, guardas republicanos. professores, médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar, serventes, oficiais de justiça, homossexuais, lésbicas, ladrões, gatunos, vigaristas, malandros, chulos, empregados, desempregados, precários,
    Nunca se ouviu tanta gritaria
    Viva a geringonça!
    Viva!

  9. Há por aqui um lafaruzio -JO- que diz que os sindicatos defendem os trabalhadores.
    è verdade mas o JO enganou-se no lugar
    Os sindicatos defendem os trabalhadores mas é na Rússia, na Coreia do Norte, em Cuba, na Venezuela.
    Por cá vão defendo o tacho deles e já não é mau.
    Sempre que o vêm em perigo é ouvi-los aos berros por tudo quanto é canto.
    Logo que o deles está assegurado piam mais fino que o Seguro que até nem nunca mais se ouviu

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