The state of opinion which governs a decision on political issues is always the result of a slow evolution, extending over long periods and proceeding at many different levels. New ideas start among a few and gradually spread until they become the possession of a majority who know little of their origin.
Friedrich Hayek (1960). The Constitution of Liberty.
Obama foi eleito sob a marca de uma “nova esperança” para a a América e para o mundo. O anúncio do progressismo que se avizinhava era acenada com a bandeira da “mudança”, a famosa “Change” que nos conduziria até à prosperidade. Que o seu consulado termine com uma América dividida, e o seu sucessor chegue à Casa Branca motivando o eleitorado com um discurso – “Make America Great Again” – de regresso ao passado, carregado de ódio e divisão, é paradigmático das consequências que podem ter para a democracia a má gestão de expectativas – porque a América que elegeu Trump não é hoje muito diferente daquela que escolheu Obama. A América de Obama pode ter contagiado corações em todo o mundo, mas o mundo, esse, é hoje um local mais perigoso, com o ressurgimento de nacionalismos, da dominação russa a Leste, com o ISIS a garantir a destruição da Síria, da Líbia, de grandes zonas do Iraque. A própria Turquia – que foi sempre um protectorado e um grande aliado da América – é hoje uma bomba-relógio que não sabemos quando e se vai explodir.
É neste caldo que Trump afirma a sua demagogia, de uma esperança ressabiada e nostálgica do brilho do passado, que o Partido Democrata ajudou a consolidar. A escolha de uma candidata desgastada, representativa de um decadente establishment e de elites esgotadas na sua capacidade de fazer política, só reforçaram as dificuldades que se avizinhavam. Mesmo quando estamos adormecidos pelo status quo e pela tentativa de condicionamento mediático, a surpresa espreita, a realidade acaba sempre por nos relembrar aquilo que Hayek há muito anteviu, “ideas have consequences“. Isso mesmo o hayekiano AAA anteviu no sábado no Observador, sem que o nosso establishment adormecido tenha dado a devida importância. Talvez por isso volte a reforçar aquilo que há muito defendo, que já vem tarde e seja chegada a hora de muitas “elites” perceberem que têm de fazer política, em vez de “take things for granted“.
Haha
“Obama foi eleito sob a marca de uma “nova esperança” para a a América e para o mundo”
Obama foi eleito para ser mais fácil derrotar a América como simbolo da Civilização Ocidental.
Obama foi eleito para a América ser ainda mais xenófoba com mais quotas raciais e sexuais. Obama veio dividir, destruir e favorecer.
Obama foi eleito para a América não ser América.
Trump é a resposta ao desastre Obama.
“já vem tarde e seja chegada a hora de muitas “elites” perceberem que têm de fazer política”
De acordo, aqui saliento o que é importante analisar durante o primeiro ano de mandato: http://marques-mendes.blogspot.pt/2016/11/after-1st-black-president-1st-neo-nazi.html
Obama foi eleito para unir mas dividiu mais que nunca. Deixou uma américa com um crescendo de ódio racial de pretos e latinos contra brancos, contra a policia, e insistiu até ao fim nessa divisão apelando na campanha ao voto dos pretos/latinos em bloco contra os brancos que o Trump representava. Insistiram no erro durante 8 anos. E ainda assim há quem considere positivo o mandato de Obama. Muita da votação de ontem foi também o penalizar de uma liderança divisiva e imparcial.