Eu ainda me recordo da longínqua data de 21 de Agosto de 2015, quando os sábios economistas do PS no seu Estudo Sobre o Impacto Financeiro Do Programa Eleitoral do PS prometiam um crescimento de 2,4% para 2016 e de 3,1% para 2017 como se pode verificar no quadro abaixo.
No Orçamento de Estado de 2016, Mário Centeno, então já no governo, reduziu a previsão do crescimento para 2016 para apenas 1,8% (resultado dos acordos à esquerda?). Apesar de todas as previsões de outras instituições que apontavam para um crescimento do PIB perto de 1%, o governo da geringonça sempre defendeu estoicamente as suas metas.
Eis que finalmente, o Excel de Mário Centeno parece ter cedido. De acordo com o Observador (destaques meus):
O Governo espera que a economia portuguesa só cresça 1,2% este ano [2016], menos um terço do que o estimado no Orçamento para 2016 e no Programa de Estabilidade. Este valor é pior que nos cenários mais negativos simulados pelo Governo tanto no orçamento deste ano, como na carta enviada em julho à Comissão Europeia na defesa contra as sanções. No próximo ano [2017], a economia não deve crescer mais que 1,5%, menos que o verificado em 2015 (que foi de 1,6%).
De notar que quer em 2016, quer em 2017, o próprio governo parece admitir que o crescimento será menor do que o crescimento verificado em 2015 com o austeritário governo PaF. De notar ainda, como referiu aqui o Carlos Guimarães Pinto, o próprio Partido Socialista, assumia – ver tabela acima – que com um governo PaF, o PIB cresceria 1,7% em 2016 e 1,7% , um crescimento do PIB superior ao crescimento do PIB previsto agora pela geringonça.
A realidade é de facto tramada para o socialismo.
Vamos crescer ainda menos.
Sem capital pátrio não há forma de crescer.
Ora com estas devoluções tivemos que pedir dinheiro emprestado. Por isso digo que estes aumentos/devoluções são um presente envenenado. Tudo isto nos vai custar caríssimo. Uma fatia cada vez maior do trabalho de todos os Portugueses (incluindo, claro, os que foram aumentados) serve para ser entregado de mão beijada aos credores estrangeiros aos quais, paradoxalmente… pedimos dinheiro para nos convencermos de que estamos mais ricos.
Anualmente: pagamos o equivalente a 16 submarinos (ou 16 pontes Vasco da Gama) aos credores estrangeiros só em juros da dívida. A tendência é para aumentar.
A menos que se reverta isto, o destino da Pátria é a miséria. De um dia para o outro deixaremos de nos conseguir financiar nas praças internacionais.
Os sacrifícios deveriam ter continuado para nos vermos livres de uma dívida asfixiante para a economia pátria. Os nossos credores não são nossos amigos; e quem lhes pede dinheiro para satisfação de clientelas também não o é.
Muito bem visto, João, a própria geringonça admite que o crescimento sob o governo de PPC seria maior!.. Afinal os fatores multiplicativos de Galamba tornaram-se fatores regressivos. Assim como a redução da dívida, afinal tornou-se num aumento a tender para o exponencial:
http://www.tradingeconomics.com/portugal/government-debt
Então e a preocupação com o défice da extinta caranguejola?
@JO vai trabalhar parasita!
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Se repetirem muitas vezes todos os dias que o défice vai ser de 2,5% e a economia vai começar a crescer, talvez isso aconteça.
“Se repetirem muitas vezes todos os dias que o défice vai ser de 2,5% e a economia vai começar a crescer, talvez isso aconteça.”
Mas nem a política nem a economia são um exercício de fé…