A propaganda socialista contra os contratos de associação

Os mestres da propaganda já conseguiram que os portugueses chamassem “subsídios a colégios privados” ao dinheiro que o estado paga a escolas para fazer um serviço público. Um serviço público que auditores independentes disseram ser de maior qualidade e mais barato. Também já conseguiu convencer alguns portugueses de que os colégios estão em zonas onde há “oferta pública de educação”, quando tudo o que há nessas zonas são 4 paredes vazias. Mas oferta de educação não são 4 paredes: são principalmente professores, funcionários, coordenadores, processos, conhecimento do perfil do aluno. Tudo isso, a verdadeira oferta de educação, só existe nas escolas com contrato de associação. Será tudo destruído. Na rede estatal, terá que ser construída de raiz e, se o passado for um bom exemplo, será construído mais caro e com menor qualidade.

Mas não chega aos mestres da propaganda envenenar os portugueses contra um conjunto de escolas que, nalguns casos, já existiam bem antes de serem criadas as escolas estatais. Não basta: é preciso humilhá-los. Então os mestres da propaganda alteram imagens de manifestações. Que melhor forma de humilhar a luta de um conjunto de escolas do que chamar-lhes iletrados? É tão simples como adulterar um cartaz acrescentado-lhe uma vírgula. Foi isso que aconteceu. Em cima podem ver a fotografia real de uma manifestação. Em baixo a fotografia alterada que a propaganda colocou a circular nas redes sociais. (se tiverem dúvidas podem ver o cartaz aqui logo aos 8 segundos da reportagem)
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E os burros caem, em dois cliques espalham a mentira e zurram de alegria. E com isto vai-se matar um dos últimos refúgios de boa gestão no sistema de educação público. Depois das escolas com contrato de associação desaparecerem, sobrarão apenas as escolas de controlo estatal, dominadas por sindicalistas, onde não há exames, nem avaliação de professores e nem um mínimo de liberdade de escolha. Mais um desastre.

21 pensamentos sobre “A propaganda socialista contra os contratos de associação

  1. antónio

    O Marxismo estilo facínora é mesmo assim e em tudo o que toca espalha a miséria e a infelicidade.

  2. Fernand Personne

    Já viram os novos cartazes do BE a propósito do assunto?
    É +/- assim:
    “Não aos subsídios do Estado aos colégios privados quando existe oferta pública na área”.
    E tudo escrito numa ardósia à moda antiga com um pano seboso para limpar!
    Já que não pode haver sinais exteriores de riqueza, a ardósia e o pano devem ser a oferta pública de que falam…

  3. Pedro

    A questão é que o meu dinheiro dos impostos serve para enriquecer determinados empresarios donos dos colegios privados, quando esse dinheiro deveria ser aplicado na melhoria das escolas públicas para que TODOS possam ter acesso a elas. Muita demagogia se cria à volta deste assunto quando é evidente que existe excesso de oferta principalmente nas zonas dos país governadas pelos “amigos” dos governantes……

  4. Carlos Guimarães Pinto

    Pedro, isso é uma falácia. Nenhuma escola é para “todos”. Todas as escolas apenas servem os que as frequentam. A questão aqui é: custando o mesmo porque devemos preferir uma escola pior apenas porque os seus professores são funcionários públicos?

  5. jose

    O que o Sr. Pedro não parece saber é que muitas dessas escolas com contrato de associação não têm fins lucrativos e como tal o seu comentário carece de qualquer sentido.

  6. ò imbecil aí acima. Sem lucro não há riqueza- mongo. Mete isso na cornadura.

    Isso de fabricar ricos pelo Estado dá bancarrota- em toda a parte do mundo.

  7. Há mesmo uma coisa que não entendo…as escolas estão lá, todas as pessoas que as quiserem usar podem fazê-lo. Da mesma forma que podem adquirir qualquer outro bem que o seu livre arbítrio e poder económico deseje e permita. Mas, como normal, como em qualquer serviço, se prefere a oferta privada, esta terá um custo. E isso é apenas normal.
    Qual é o problema disto?
    Eu, se acho que o hospital publico não é grande espingarda e quero ir para o privado: pago, e vou.
    Nos locais onde de facto não exista oferta publica, os contratos permanecerão. E pronto.

  8. Luís Lavoura

    Depois das escolas com contrato de associação desaparecerem, sobrarão apenas as escolas de controlo estatal

    Falso. Sobrarão também as centenas de escolas privadas que não têm contrato de associação. Por exemplo, duas em que eu fiz o meu ensino liceal e uma outra que o meu filho mais velho frequenta.

  9. Carlos Guimarães Pinto

    João Pedro e Luis Lavoura,

    Esse é um argumento que não entra na discussão. É evidente que quem quer ter filhos no privado, pode pagar e continuar a tê-los. Mas não é isso que está aqui em discussão. O que está aqui em discussão é se a rede pública, a que é gratuita para todos, deve ter escolas de gestão privada. Custando o mesmo ao estado, deve o estado favorecer a rede de gestão directa estatal, mesmo que de pior qualidade?

  10. JPT

    Penso que ninguém está a chamar “iletrados” ao manifestantes. É uma piada, (boa, por sinal): “Em nome do meu, filho” – “do meu” dinheiro, claro. Não fica bem imitar o Mário Nogueira e ficar ofendido por causa de uma piada.

  11. JPT : ” É uma piada, (boa, por sinal)”

    O facto de ser “piada” (sarcástica de tipo deliberadamente ofensivo) não exclui o facto de ser propaganda…
    Seria “boa” como piada se partisse de algo com fundamento.
    Não é o caso : as escolas privadas não recebem dinheiro para nada ; são pagas por um serviço prestado que até é menos caro e de melhor qualidade do que o prestado nas escolas estatais.
    Quem deveria estar preocupado com o seu dinheiro é o contribuinte : paga mais por um serviço publico de ensino que, sendo predominantemente e cada vez mais estatal, é de pior qualidade e não dá liberdade de escolha às familias.

  12. JOÃO PEDRO JESUS : “Nos locais onde de facto não exista oferta publica, os contratos permanecerão.”

    Deveria ser o contrario : a oferta estatal apenas faz sentido quando não há oferta privada em condições concorrenciais de preço e qualidade !

  13. Fernando S, talvez. Isso funcionaria muito bem num qualquer país nórdico. Aqui?…Não.

    O estado pagar por uma escolha do individuo? Não. claro que não.
    E desculpem-me por esta opinião de direita.

    E eu, sou liberal, por mim, não haveria mão invisível, nenhuma mesmo.

  14. JOÃO PEDRO JESUS : “talvez. Isso funcionaria muito bem num qualquer país nórdico. Aqui?…Não.”

    Se nunca ousarmos, indo mesmo além do que faz “qualquer pais nordico”, então é que nunca conseguiremos convergir com esses paises.
    Para tal precisamos de fazer ainda melhor.
    Precisamos de inovar, precisamos de ser mais flexiveis e dinâmicos, precisamos de mais liberdade economica.
    Se continuarmos a contar sobretudo com o Estado-faz-tudo então é que não saimos da cepa torta !…

    JOÃO PEDRO JESUS : “O estado pagar por uma escolha do individuo? Não. claro que não.”

    O Estado pagaria para garantir um ensino publico de qualidade.
    A melhor garantia da qualidade é a liberdade de escolha das familias e a concorrência entre escolas, publicas e privadas.
    Mas, claro que, no quadro do ensino publico, a liberdade das familias não seria absoluta : as familias teriam de respeitar um conjunto de condições estabelecidas pelo Estado.
    No caso das escolas privadas com contrato de associação essas condições estariam para mais estabelecidas no contrato com as próprias escolas.
    As familias que quizessem escolher fora dessas condições sairiam do ensino publico, não beneficiariam da ajuda do Estado.

    JOÃO PEDRO JESUS : “E desculpem-me por esta opinião de direita.”

    Não me parece uma opinião “de direita”.
    Antes pelo contrario.
    Neste debate a direita defende uma maior liberdade de escolha para as familias e mais escolas privadas com contratos de associação.
    A opinião do João é mais próxima do que defende hoje a esquerda : a regra é a escola estatal, mesmo que esta custe mais e tenha menos qualidade, e apenas se justificam contratos com escolas privadas onde não existam escolas estatais (sendo a politica geral do actual governo procurar abrir mais escolas estatais onde ainda não existem).

    JOÃO PEDRO JESUS : “E eu, sou liberal, por mim, não haveria mão invisível, nenhuma mesmo.”

    A dita “mão invisivel” é o mercado livre a funcionar.
    Mas mesmo os liberais não consideram que o mercado livre funciona em roda solta, sem regras, sem regulação, sem Estado (de Direito).
    No caso do ensino publico, o papel do Estado, como regulador e como pagador, seria mesmo central.
    O que seria da responsabilidade dos privados, familias dos alunos e empresas de ensino, seria por um lado a escolha das escolas pelas familias e por outro lado a prestação do serviço de ensino por escolas privadas.
    Na modalidade dos contratos de associação, o Estado teria ainda a tarefa de definir os termos dos contratos e de decidir quais as escolas que deveriam e estariam em condições de serem abrangidas.
    Na modalidade do cheque-ensino entregue pelo Estado às familias, o Estado estabeleceria as condições minimas a serem respeitadas nas escolhas das familias.
    Um liberal reconhece um papel ao Estado mas considera que o Estado não deve procurar fazer aquilo que os privados, familias e empresas, podem fazer em melhores condições.

    Não digo que a passagem de um sistema de educação publica que é hoje quase totalmente estatal (até agora eram cerca de 80 escolas privadas com contrato de associação num conjunto de cerca de 2.600 estabelecimentos) para um sistema mais equilibrado e tendencialmente cada vez mais assente em prestadores de serviço de ensino privados … se faça de um dia para o outro.
    Mas a tendência a prazo deveria ser esta, ou seja, o alargamento progressivo do numero de escolas privadas com contrato, a introdução oportuna do cheque-ensino, e o redimensioamento progressivo do sector estatal (que seria cada vez menos predominante na prestação do serviço de ensino e cada vez mais supletivo e administrativo).
    Acontece o que se está a passar actualmente é exactamente o contrario (no imediato, cerca de metade das escolas com contrato perdem turmas ou deixam de ter contrato) : a tendência é para o desaparecimento de todas as turmas e de todas as escolas privadas contratualizadas num prazo de poucos anos.

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