Diário de imprensa no dia a seguir a uma vitória da direita num dos mais importantes países europeus

Numa reviravolta surpreendente, os Conservadores (único partido inglês a favor da austeridade) ganharam no Reino Unido. Ficam aqui as capas dos 3 principais jornais diários com enfoque em temas políticos. Para efeitos de comparação, podem ver à esquerda a capa do mesmo jornal no dia a seguir à vitória do Syriza na Grécia.

DN

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JN

Agora tirem as vossas conclusões.

40 pensamentos sobre “Diário de imprensa no dia a seguir a uma vitória da direita num dos mais importantes países europeus

  1. Os ingleses estão doidos, então o governo conservador que aplicou doses cavalares de austeridade, ganhou? Quero ver como é que as redações e cometadeiros da nossa praça vão justificar tal resultado. Serão os britânicos masoquistas? 🙂
    Cambada!…

  2. tina

    Bom trabalho, Carlos! Mostra, sem margem para dúvidas, como a imprensa em Portugal está dominada pela esquerda e explica também porque permanecemos um país atrasado em relação à Europa.

  3. tina

    Hoje, o meu pequeno-almoço vai ser ovos com bacon, torrada com compota de laranja e café. Mais logo, vou até ao pub beber uma pint… ou duas. Cheers!…

  4. Luís Lavoura

    As minhas conclusões são:
    (1) A Grécia interessa mais a Portugal, pois é da Zona Euro e portanto o que lhe acontecer pode ter reflexos diretos sobre Portugal.
    (2) Na Grécia houve uma eleição que virou o sentido político do país e uqe portanto marca uma alteração relevante. No Reino Unido tudo permanecerá grosso modo na mesma, portanto é irrelevante.

  5. Luís Lavoura

    Numa reviravolta surpreendente

    Não houve reviravolta nenhuma. As sondagens já tinham previsto que os conservadores teriam a percentagem de votos que de facto tiveram. Aquilo em que as sondagens erraram foi na tradução dessa percentagem em círculos eleitorais ganhos. Mas um erro nas sondagens não constitui necessariamente uma reviravolta no eleitorado.

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  7. Luís Lavoura,

    A Grécia não anda recomendável estes dias. Por mim, fora do Euro estariam melhor. Para nós. Até que apanhassem juízo e deixassem de se desgovernar.

    Posso causticar Passos Coelho, mas não o apouco. Se Seguro ou Costa estivessem no poder não estaríamos aqui a discutir a situação da Grécia. o Luís estaria de certeza sem o emprego que tem, e espero sinceramente (já que não se me assemelha a bolobo algum) que esteja a tomar o tempo de descanso no Clube do Dia 22™ para aprimorar novas competências. As quais lhe permitam sobreviver no Mundo do trabalho Real™, o que sustenta o Clube do Dia 22.

  8. JP-A

    A falta de vergonha de quem se arroga “jornalista” é uma coisa sem limites em Portugal.

  9. tina

    O facto de as sondagens terem sempre dado incerteza quanto à vitória funcionou muito bem, pois as pessoas tiveram tempo de interiorizar a realidade iminente de terem como PM o rancoroso Miliband. Apanharam tal susto, que se levantaram do sofá e foram votar em vez de ficar em casa a ver as eleições pela telly.

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  12. k.

    E o Luis Lavoura tem razão – as eleições só teriam interesse por aqui se tivesse existido um “hung parliament”.

    Assim.. meh.

  13. tina

    AVISO: Cuidado, não pise os cocós que alguns comentadores vêm aqui deixar. Limite-se a saltar por cima deles.

  14. Catarina

    Calma…. O JN não tem nenhuma referência?! Nem uma? Tipo “Houve eleições no UK” – nem é preciso dizer quem ganhou, ou dizer que foi surpreendente, nada, é só dar a notícia de ocorrência – não? E lá dentro? F***-**, é preciso não querer ver mesmo! “Se eu não der a notícia é como se não tivesse acontecido, certo?”

  15. Joao Bettencourt

    A terceira via acabou onde comecou: no Reino Unido. O PS em Outubro tambem vai ser levado em ombros ate a derrota nas urnas e toda a gente vai ficar muito surpresa no dia seguinte.

  16. Joaquim Amado Lopes

    Sim, Luis Lavoura, porque o que se percebe dos títulos das notícias sobre a vitória do Syriza é que a “Grécia interessa mais a Portugal” do que o Reino Unido.

  17. Claro não houve reviravolta 😉 previa-se empate técnico: Conservadores e Trabalhistas ambos com 33% de votos esperados, claro que no sistema inglês os 33% podem representar uma repartição de mandatos não equitativa, e pode dar, sem reviravolta: 36,8 aos conservadores e 30,5 aos Trabalhistas, o que aliás fica dentro de empate por 6 a 0, os jogadores (votantes) é que jogaram sem obedecer às sondagens e aos comentadores.

  18. Serafim

    O Camões do JN é cego do olho direito. Só vê de um lado! E como moço obediente que é, faz o que o patrão de Évora lhe manda.

  19. Apesar do que se pode dizer sobre o sistema inglês, o voto em círculos uninominais tem mais justiça do que nos círculos partidários.

    Qualquer votante britânico tem um MP que o representa, mesmo que não seja da sua cor. Pode escrever-lhe. O eleitor espera que o eleito seja leal, em primeiríssimo lugar, ao lugar que o elegeu. Em Portugal o deputedo é eleito ao parretido, e dentro deste ao seu despresidente, que o colocou em lugar elegível nas listas.

    Bem por mal, mil vezes um Daniel Campelo à la Limiano a trair o partido em prol dos seus eleitores que um Ferro Rodrigues à la sucia-compinchice a trair o país em prol de defender uns potenciais e merecidos quarenta e quatro.

  20. Dezembro

    Quem tiver curiosidade veja os comentários sobre as eleições britânicas no canal de noticias da RTP (noticiário da meia noite). Azia e arrogância em doses cavalares. Esta é uma das explicações para a crise da imprensa neste pais. CREDIBILIDADE!

  21. Ramires

    Coitado do Lavoura ! A figura que os “directores espirituais” o obrigam a vir aqui fazer…

  22. Ricardo Monteiro

    Pois, e mais: o Rui Santos está sempre a dizer mal do Benfica e bem do Sporting. E na TVI são todos contra o Benfica também. Oops, enganei-me no blog. Mas só reparei agora…

  23. Miguel A. Baptista

    Para mim o media mais engraçado de todos foi a TSF que mesmo no”day after” das eleições só conseguiu arranjar entrevistar londrinos que dissessem mal do Cameron e das desgraças que causou ao Reino Unido.

  24. Emanuel Lopes

    Penso que nas eleições do Reino Unido a azia ainda é maior porque houve um claro desvio de eleitores para a direita, seja do LibDem para os Tories ou dos Tories para o UKIP, embora isso não se tenha traduzido em mandatos. Ainda aposto que amanhã será destaque nos jornais portugueses a demissão de Nigel Farage, mesmo com o UKIP a ser claramente a terceira força política em termos de percentagem de votos, destronando um dos 3 principais partidos da democracia britânica.

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  26. Paulo Ferreira

    Não quero fazer a defesa de ninguém mas tenho mais de 20 anos a fechar jornais e sei como é. Há um dado objectivo que justifica uma grande parte desse tratamento diferenciado entre as eleições gregas e as britânicas: a hora a que as coisas acontecem. As eleições gregas ficaram com resultados relativamente fechados cerca de duas horas mais cedo na noite eleitoral, o que permitiu aos jornais portugueses trabalharem o tema e darem-lhe destaque, com a segurança que factos novos que ocorressem durante a noite não os desmentiam. Já as eleições britânicas, além da surpresa da exit pool, que recomendava toda a cautela editorial, mantiveram até à manhã seguinte a dúvida sobre a maioria conservadora. Eu, se tivesse estado a fechar, e tendo de ter o jornal na gráfica até à meia-noite, não me atravessaria com dados definitivos na capa, como cautelosamente fez a generalidade dos jornais. Daqui não se tira nada sobre alinhamentos ideológicos das redacções… nem o seu contrário 😉

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  28. Pingback: O esquerdismo das redacções e a sobranceria iluminada dos jornalistas | O Insurgente

  29. Cajó Azevedo

    A Grécia – e também a Europa – tiveram um Partido de extrema esquerda a ganhar umas eleições pela primeira vez e no Reino Unido o Partido Conservador ganhar eleições é algo absolutamente corriqueiro.
    Daí que não tem qualquer comparação ganhar o Syriza e ganhar o Partido Conservador Inglês e daí o destaque. Não pode nunca ser pelo facto de a imprensa ser de esquerda ou de direita.
    Para além de que, tenho a certeza que os ingleses andavam na campanha mais preocupados com a princess Charlotte do que com eleições.

  30. Ricardo

    O povo inglês não foi fã da austeridade (mesmo que insignificante comparada a Grécia), mas votou nos Tories porque o Labour não estava a mostrar um pulso suficiente firme para as políticas de imigração e UE. As pessoas têm medo do UKIP, mas também estão assustadas com a vaga de imigração dos países de leste pertencentes à UE. Os Tories até prometeram referendo sobre UE para conquistar os votos. Mesmo com uma governação fraca dos conservadores no último mandato, esta reeleição é prova de busca por estabilidade no contexto de crise e imigração.

    Em relação aos jornais, é natural que uma notícia sobre uma reeleição não tenha o mesmo impacto que a eleição de um partido underdog que quer confrontar a política vigente. Não sejamos paranóicos.

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