Um dilema moral

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Em filosofia política, mas até extravasando o contexto da política, existe um interessante dilema moral que permite aferir se alguém pensa as suas decisões com base em princípios estanques e imutáveis, ou com base em critérios utilitaristas que se adaptam às circunstâncias e, mais frequentemente, aos números.

Está um gordo em cima de uma ponte, por onde passa uma linha de comboio. Presas à linha de comboio estão 5 pessoas. Existem duas decisões possíveis:

  1. Atirar o gordo da ponte, parando o comboio e impedindo que este mate as 5 pessoas;
  2. Não sacrificar o gordo, deixando que o comboio atropele as pessoas.

Não existe uma resposta correcta, depende do quadro moral que norteia cada um. Curiosamente, muitos dos que se recusam a sacrificar um inocente para salvar terceiros acabam por alterar a sua decisão quando o número de pessoas aumenta, mostrando que, em boa verdade, sempre foram utilitaristas. Os fins justificam os meios, pensarão, pois trata-se de uma questão de sobrevivência.

Serve este dilema para contar que Carlos Abreu Amorim decidiu ele próprio atirar-se da ponte, pois vem aí um comboio que convém não perder.

6 pensamentos sobre “Um dilema moral

  1. Carlos

    No desenho do comboio do PS, reconheço presos à linha a Maria Luís, o Passos e o outro perece o Portas…, logo o gordo não vai saltar para os salvar face às últimas notícia de hoje. Mas será que alguém o vai empurrar?

  2. Caro Pedro, os liberais não são utilitaristas, nunca o fariam. O gordo é que se atirou, convicto que o seu sacrifício pessoal iria-lhe garantir não a sobrevivência de terceiros, mas a sua própria sobrevivência.

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