Da Bielorrússia, com amor

putin

Putin is a dickhead!

A Bielorrúsia confronta-se com uma questão fundamental para o seu futuro de  curto e médio prazo: o país é incapaz de reformar o seu sistema político e económico. Resta-lhe entregar a soberania à sua maior aliada e vizinha: a Rússia. A dívida da Bielorrúsia é enorme face à riqueza que é (in)capaz de produzir e um quadro de bancarrota afigura-se, cada vez mais, como uma ameaça real. O Fundo Monetário Internacional há muito que decidiu não abrir os cordões à bolsa enquanto não forem aprovadas as necessárias reformas estruturais do sistema económico e político do país. Da parte da União Europeia (UE) as portas da cooperação internacional encontram-se seladas e encontram-se em vigor sanções  económicas e políticas enquanto o regime unipessoal de Alexander Lukashenko – no poder desde 1994 – não decidir abrir caminho para uma abertura do sistema político que continua a manter literalmente toda a oposição fora do parlamento local.
A 29 de Maio, a Rússia, a Bielorrússia e o Casaquistão firmaram em Astana um acordo no qual os três estados dão forma à União Económica Euroasiática que entrerá em vigor no primeiro dia de 2015. O acordo que integra as três ex-repúblicas soviéticas foi assinado pelos presidentes dos três países Vladímir Putin, Nursultan Nazarbayev e Alexander Lukashenko e pretende abrir uma nova etapa de união económica através da criação de um mercado comum que reúne mais de 170 milhões de pessoas. Está prevista a livre circulação de bens, serviços, capitais e pessoas. A cooperação será feita nos sectores da energia, transportes, indústria e agricultura.
Moscovo tem “espaço” para exigir algumas mudanças:para não aumentar o preço pelos produtos energéticos exportados para a Bielorrússia. De acordo com o caminho da Rússia percorrido até aqui, Putin poderá exigir contrapartidas “reformistas” e que passam na prática pela privatização das principais empresar estatatais que interessam às corporações russas.
As opções do ditador da Bielorrússia não são fáceis para ele próprio: uma aliança “contra-natura” ao Ocidente que implicaria o desmoronamento da ditatura ou a consolidação da ligação ao gigante russo, mantendo em troca o lugar honorífico à frente do país. Alexander Lukashenko pouco mais aspirará do que continuar a ser o que sempre foi: o ditador de mais um quintal do Kremlin. Não há ditaduras eternas mas Vladimir Putin ainda não se apercebeu. E a malta dos futebóis é tramada.

 

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