17 pensamentos sobre “O desmantelamento de um desastre financeiro

  1. Luís Lavoura

    É uma excelente notícia. Desenvolverá a indústria portuguesa, dará trabalho a bastantes operários.

  2. Luís Lavoura

    Isto é a essência da recuperação de crises de acordo com a ABCT. Investimentos especulativos efetuados durante o período de boom são, após o bust, reabsorvidos e rentabilizados em atividades económicas muito distintas daquelas para as quais foram concebidos.

  3. JP

    O aeroporto foi feito para quê? Porquê? Por quem? Para quem? Com o dinheiro de quem? Com os estudos de quem? Com que calendários em mente? Se calhar Portugal precisa é de jaulas.

  4. Revoltado

    Tanta implicação com o aeroporto de Beja. Afinal aquilo só custou 30M€, mais ou menos o preço de três quilómetros de auto-estrada.

  5. Rui

    o aeroporto de Beja custou 30 milhoes de euros, máximo 70 como já vi por aí) é o mesmo preço que o estádio do Leiria. Se à pala disto conseguimos ter uma industria de desmantelamento de aviões (e os respetivos postos de trabalho no Alentejo profundo) então é o melhor investimento público desde há muitos anos. (e às tantas daqui a uns anos ainda volta a ter voos comerciais o que seria a cereja no topo do bolo).

    Parabéns por esta Sócrates e Mário Lino. (obviamente que não desculpa nem de perto a porra do BPN…)

    Tivessem outros investimentos publicos (e privados…) todos o mesmo retorno!

    Só para terem uma noção dos valores o BPN custou-nos 8 mil milhoes e nao gerou nenhum emprego por cá (eventualmente exceto nas sociedades de advogados, mas industrias de exportação zero…). Uma qualquer autoestrada custa pelo menos 100 milhoes e os estadios entre 30 e 50 milhoes.

  6. Rui

    Se esta notícia for verdadeira, por acaso merecia uma menção de louvor ou um prémio qualquer a quem teve a coragem de levar o investimento para a frente face à má imprensa que sempre teve Miguel Noronha.

  7. Pinto

    Rui, aquela coisa era para ser um aeroporto. Foi baseada em estudos que apontavam para não sei quantos voos nesta altura do campeonato. Aquilo parecia que ia fazer concorrência à Portela.
    .
    Quem fez os estudos? Como se podem enganar tanto nos estudos? Quanto custaram os estudos? Qual a utilidade dos estudos se não preveem absolutamente nada, nem de perto nem de longe? Qual a diferença entre estes estudos ou uma ausência de estudos. Idem para a ponte Vasco da Gama.

  8. Kubo

    Depois das Elites terem desmantelado o País – resta desmantelar os Aviões e aviar-nos com o que quiserem os ‘experts’ portugueses a mando do que gostam: serem mandados mais que mandar.

    Este Sítio/Protectorado da Europa está bem aviado…

    Obrigado Camões, por teres sido Português!:

    “Fazei, Senhor, que nunca os admirados
    Alemães, Galos, Ítalos e Ingleses,
    possam dizer que são para mandados,
    mais que para mandar, os Portugueses.”

  9. tina

    “Tanta implicação com o aeroporto de Beja. Afinal aquilo só custou 30M€, mais ou menos o preço de três quilómetros de auto-estrada.”

    Se adicionar os juros, será mais como 60 ou 100 milhões.

  10. Miguel Noronha

    “ivessem outros investimentos publicos (e privados…) todos o mesmo retorno!”
    Qual retorno?

  11. Miguel Noronha

    “é o mesmo preço que o estádio do Leiria. ”
    *Outra boa decisão de uma goveno onde José Sócrates (que tinha a pasta do Desporto”) foi co-responsável

    “ó para terem uma noção dos valores o BPN custou-nos 8 mil milhoes ”
    Novamente. Pode agradecer ao Sócrates e Teixeira dos Santos por ter feitos os contribuintes pagar prejuízos privados.

  12. Rui

    Pinto,
    comentando o seu comentário
    “aquela coisa era para ser um aeroporto.”
    aquela coisa já era um aeroporto (ou aerodromo como lhe queira chamar), só levou uns retoques para receber aviões civis.

    ” Foi baseada em estudos que apontavam para não sei quantos voos nesta altura do campeonato. Aquilo parecia que ia fazer concorrência à Portela.”
    Assim como houve estudos que provavelmente justificavam que os investimentos feitos pelo BES/BPN/BPP iam dar certo, pois. Enfim há quem acredite em estudos sem olhar à qualidade das equipas que fazem esses mesmos estudos e às hipóteses colocadas à partida, há quem acredite na Maya, há quem acredite no BCE e na OCDE, cada um tem as suas crenças mas nem é muito por aí. A verdade é que qualquer investimento desse tipo (seja ele privado ou publico) num país como o nosso está sempre muito dependente das opções políticas que forem tomadas de futuro e como penso que ainda não é propriamente possível saber com antecedência os resultados eleitorais com 10 ou 20 anos de antecedencia…

    respondendo às suas perguntas
    “Quem fez os estudos? ”
    Normalmente estes estudos eram feitos por empresas como esta
    http://www.amconsultores.pt/
    assessoradas numa componente supostamente “técnica” por empresas como esta
    http://tis.pt/

    “Como se podem enganar tanto nos estudos? ”
    consegue prever as opções politicas portuguesas e europeias para os proximos 20 anos? Acabam por ser essas opções a principal condicionante neste tipo de projetos. Por exemplo o poder político poderia por perfeitamente a TAP a voar a partir de Beja. só que optaram por não o fazer (não estou a dizer qu devessem fazê-lo ou que iriam ter passageiros nas rotas…)

    “Qual a utilidade dos estudos se não preveem absolutamente nada, nem de perto nem de longe?”
    Dar uma suposta objetividade e justificações plausiveis para a componente financeira deste tipo de projetos. servir como justificação politica. pagar umas massas a empresas de malta fixe…. Se os tiver impressos também podem servir como tijolos … Enfim uma multitude de funções…

    “Idem para a ponte Vasco da Gama.” Amen. Então se começarmos a pensar nas centenas de milhar que vivem no barreiro e que a ponte saía a menos de metade do preço…

  13. HO

    “Se esta notícia for verdadeira, por acaso merecia uma menção de louvor ou um prémio qualquer a quem teve a coragem de levar o investimento para a frente face à má imprensa que sempre teve Miguel Noronha.” – Rui

    Concordo. E vou mais longe: louvores? Prémios? Por aí nos ficamos? Recompensamos a argúcia do sagaz duo de empreendedores com um bibelot para a lareira e a efémera glória do reconhecimento público, sempre volúvel e condenada pela ignorância histórica que caracteriza gerações vindouras? Estátua e nome de rua, sussurram-me? Não chega, já dizia o outro. Quem, de entre nós, trocaria o recheio da bolsa pela glória do busto?

    Chegou a altura de corrigir esta injustiça histórica. O povo é pobre mas não mal-agradecido. O mérito a quem o teve, o retorno a quem o fez por merecer. O duo de visionários engenheiros merece a recompensa. Foram eles menos corajosos ou sagazes que um Bill Gates ou um Mark Zuckerberg? O sacrifício ao serviço público não pode ser tão caro. Até por razões didácticas, é conveniente que decisões tão louváveis sejam recompensadas como deve ser: em contado. Louvores na moldura e nada no banco? Isso é que era bom.

    Eu tenho um plano, simples mas eficaz: desagrega-se o aeroporto de Beja do contrato de concessão da ANA. Os franceses estariam dispostos a pagar qualquer coisa por isso, mas não nos enredemos em detalhes. Posto isto, oferece-se um buy-out do aeroporto e estruturas adjacentes, aos corajosos e visionários engenheiros. Preço? O de custo. Em 2010 ia em 75 milhões. Esqueça-se o que se acrescentou nestes últimos 4 anos: somos todos cavalheiros e não vamos sujar o espírito a discutir amendoins.

    O financiamento não será obstáculo para este indomável duo de empreendedores. Se já o conseguiram uma vez, em tempos de incerteza, só ultrapassados pela coragem e visão do par, mais facilmente o farão agora, em que a rentabilidade é uma evidência e o louvor uma inevitabilidade. O seu a seu dono: os sumptuosos lucros- produtos do cemitério de aviões e do terminal de repolhos, que das hortas de Alqueva dominarão as mercearias do mundo inteiro, da cidade aeroportuária à inevitável explosão turística do baixo Alentejo- serão usufruídos por aqueles que tiveram a bravura de ver mais longe. Aliás, o Augusto Mateus já gizou o plano, na altura a troco de uns pobres milhões: como decididamente é altura destes elevados espíritos deixarem de pagar o preço pela mediocridade geral, proponho o confisco do que lhe foi pago em troca de uma parcela equivalente em equity do aeroporto.

    Estou certo que a modéstia e desapego dos intrépidos empreendedores não serão obstáculo para aceitarem esta infíma recompensa pelos serviços prestados à economia da pátria.

    Os 75 milhões do lado de cá. O retorno, os lucros – e tudo o que venha com eles: as férias na Polinésia, o apartamento em Manhattan, os Ferraris, os nomes no ranking da Forbes- no de lá. Faça-se justiça.

  14. Miguel Noronha

    “Chegou a altura de corrigir esta injustiça histórica. O povo é pobre mas não mal-agradecido. O mérito a quem o teve, o retorno a quem o fez por merecer. ”
    Nem mais. Proponho que a instalação seja rebatptizada “Lixeira José Sócrates”

  15. Miguel Noronha

    “Eu tenho um plano, simples mas eficaz: desagrega-se o aeroporto de Beja do contrato de concessão da ANA. Os franceses estariam dispostos a pagar qualquer coisa por isso, mas não nos enredemos em detalhes.”
    Exacto. Na notícia dão a entededer que como o custo foi descontado no contrato de concessão a conta fica saldada. A fazer contas desta forma não admira que tenhamos ido tantas vezes à falência.

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