O disparate é LIVRE

divbelg

Jorge Costa no Facebook

Há uns tempos, dois anos ou coisa assim, o Rui Tavares, ex-bloco de esquerda, atual já não sei o quê, acusava com uma paranoia já muito nossa cohecida esse bando de malfeitores chamados mercados pelo estado calamitoso em que estavam as nossas taxas de juro, pois a Bélgica, dizia o preclaro deputado europeu em artigo de opinião abundantemente circulado, a Bélgica tinha uma dívida muito maior do que a nossa, e não estava a sofrer conspirações. A Bélgica. Nos 14 anos que antecederam a crise, isto é, entre 1993 e 2007, reduziu a sua dívida pública em mais de 50 pontos de PIB. O saldo primário médio ao longo desse período foi de 4,8% do PIB, uma impossibilidade ontológica, segundo os defensores do calote. A propósito, a Bélgica não tinha já, nessa altura, mais dívida do que Portugal, embora tenha chegado a ter bem mais, e já tem de novo um excedente primário, pelo que a trajetória da dívida no pós-crise já foi estancada. Isto é capaz de ter alguma coisa a ver com as taxas de juro belgas, as tais que deixavam banzado o pobre Tavares.

Um pensamento sobre “O disparate é LIVRE

  1. JLeite

    Não sou economista. Certamente por isso, há duas dúvidas que gostaria de ver esclarecidas. São mais, mas estas apoquentam-me mais que as restantes, de momento.
    1ª – A questão do saldo primário. Suponho, pelo que tenho lido, que Saldo primário= Receitas-Despesas(sem juros). Se o saldo for inferior aos juros a pagar não há excedente para amortizar dívida. É assim?
    2ª – A questão das exportações. Tenho lido por aqui e por outros lados que para se poder amortizar dívida é necessário aumentar as exportações. A minha dúvida é a seguinte: Sendo as exportações efectuadas por empresas privadas e geradoras de receitas privadas, como é que isso ajuda o estado a pagar o que deve mais do que a actividade interna?
    Solicito que me esclareça ou então que me indique um link para algo que possa ler sobre o assunto.
    Obrigado.

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.