Como comprar votos – exemplo prático

Este vídeo pode ver visto como em exemplo perfeito de uma forma de corrupção.

A senhora Amador começa por dizer que a Câmara aderiu à Rede Europeia de Cidades Amigas da Pessoa Idosa, assinou a Carta de Dublin (um “compromisso”) e ganhou prémios (não especificados) e portanto logo teve um “reconhecimento nacional, europeu e internacional”. Mas isso mostra apenas a sua atitude e nem é o grave.

Grande Idade
Mensagem de Susana Amador dirigido à Grande Idade

O grave é prometer torrar todo o dinheiro possível com um grupo de eleitores, para comprar o seu voto. Isso é ser cega para o que acontece à sua volta, não ser solidária para com o resto do país – e sobretudo com os jovens que herdarão a dívida, muitos dos quais ainda nem podem votar – e ir pelo caminho fácil: o de tentar corromper as pessoas, comprando votos através da velha táctica de oferecer algo pedindo nada em troca.

No fundo, o que esta profissional diz é: Séniores, votem em mim pois eu vou taxar uns e deixar a dívida para outros para vos dar tudo o que consigo imaginar.

E isso a esta altura deveria ser ilegal. Mas como não o é, é apenas imoral.

19 pensamentos sobre “Como comprar votos – exemplo prático

  1. MPinheiro

    Eu não sei para que é que existem entidades privadas, O Estado, como se comprova neste video, pode fazer tudo. Sem custos. E já. Que vómito….

  2. oscar maximo

    É esperta. Ganha votos dos velhos sem perder um só dos novos. Vice-versa quando for a altura das promessas aos novos. Isto é tudo solidariedade entre gerações, ou apenas más notas a matemática ?

  3. rmg

    Um caso típico de esperteza saloia , tendo em conta a região tradicional onde o concelho de Odivelas está incluído .

  4. Jose

    Mas isto passa-se em todo o país, todo político que se prese enche o eleitorado de mentiras sob o risco de não ser levado a sério, veja-se o LFM no Porto…

  5. Elisiário Figueiredo

    As sociedades regulam-se por conceitos morais e éticos que o neoliberalismo enfadonho do autor deste post não reconhece, um deles é a solidariedade / fraternidade.
    Ninguém herda divida, ou melhor, herdam a divida de solidariamente trabalharem em prol de um pais e de uma sociedade tal e qual eu faço, hoje eu tenho a meu cargo a minha mãe que agoniza numa cama de um quarto da minha casa, assim como por lá passou a mãe da minha companheira ou mesmo a madrinha dela, eu, solidariamente assim determinei que arcaria com todas as despesas daqueles que tão importantes foram para o meu crescimento e educação…
    Bem, mas eu tive quem me educasse.

  6. J0HN

    ai que isto tem outro nome. qual era? fazer campanha
    nao gosta da senhora nao vota nela

    para nao dizer q se pode dizer o msm quando a direita promete mundos e fundos e equilibrio de contas e n sei q e depois nao cumprem

  7. LV

    Ricardo,
    Adequada análise. Mas não é a política a busca do apoio de uns (espera-se que uma maioria) para fazer valer uma solução/posição que tem reflexos na vida de todos? Como se pode justificar moralmente essa imposição?
    Relativamente ao que é legal e moral: nem tudo o que é legal é moral. Nem tudo o que é ilegal é imoral. Não há uma ligação fácil entre estes conceitos. Considero que a moral teria uma precedência sobre o que é legal. Mas não vou divergir.
    Saudações,
    LV

  8. Repare-se que eu não estou a dizer que esta senhora é pior do que dezenas (centenas…) de políticos por esse país fora. Simplesmente achei este exemplo um exemplo perfeito sem pinga de defeito na coerência (e consistência) de todo o discurso.

  9. Elisário,
    Um ateísta, um agnóstico, um “humanista” (e todos aqui sabemos o que isso realmente significa nos dias de hoje…), e um “lutador de abril” que hoje se limita a ser um treinador de sofá (http://tonibler.wordpress.com/2011/03/12/eu-gerador-de-uma-geracao-a-rasca-me-confesso/), vir-me dizer o que me disse… é preciso ter lata.
    A saber:

    1. “As sociedades regulam-se por conceitos morais e éticos que o neoliberalismo enfadonho do autor deste post não reconhece, um deles é a solidariedade / fraternidade.”
    O imoral é você, que quer roubar quem trabalha (sim, porque eu não pago impostos porque quero, mas sim porque estes me são impostos), para pagar pelo que você acha bem, proibindo tudo o resto. Fraternidade, era você se durante anos pagou 34,75% para a Segurança Social agora não receber mais do que isso para deixar a minha geração ter dinheiro para ter filhos, para não assistirmos ao desastre demográfico que assistimos hoje, para pagarmos reformas irreais como as que pagamos a si e aos da sua geração.

    2. “Ninguém herda divida, ou melhor, herdam a divida de solidariamente trabalharem em prol de um pais e de uma sociedade tal e qual eu faço”
    Eu já estou a pagar juros da dívida com os meus impostos, e os jovens que hoje ainda não trabalham herdarão uma dívida na qual não votaram para que pessoas como o Elisário tenham uma vida para a qual não trabalharam nem descontaram. A dívida existe e a crescer como está (sim, porque esta austeridadezinha de 5ª categoria nem o seu crescimento impede) nem sequer será sustentável daqui a algum tempo. Isto vai acabar e vai acabar feio. E aí vai perceber que a dívida realmente tem que se pagar. E como a sua reforma está 90% investida em dívida (agradeça a Teixeira dos Santos e Vitor Gaspar, que foram completamente anti-liberais nessas decisões) aí é que vai ser giro ver você a descobrir como a dívida é realmente importante e não apenas um conceito distante e abstrato.

    3.”, hoje eu tenho a meu cargo a minha mãe que agoniza numa cama de um quarto da minha casa, assim como por lá passou a mãe da minha companheira ou mesmo a madrinha dela, eu, solidariamente assim determinei que arcaria com todas as despesas daqueles que tão importantes foram para o meu crescimento e educação…”
    Faz bem. Não conte com o estado. O Elisário é um privado consciente. Muito bem. Já que luta por estragar a vida aos jovens que não conhece, ao menos compense com o cuidado que presta aos seus familiares. São privados assim que o país precisa.

    4. “Bem, mas eu tive quem me educasse.”
    Foi por isso que tive que editar o seu comentário para retirar o insulto inicial, não foi?
    A educação não se afirma, demonstra-se. Quem o precisa de afirmar, é porque…
    E olhe que aquele insulto inicial era mesmo desagradável.
    São se diga educado. Seja-o.

  10. Carlos

    É imoral roubar a outros para fazer ‘solidariedade’. Aliás, no meu entender, solidariedade é sacrificar-se a si próprio em prol de outro. Bem, no caso do Elisário, solidariedade é ir ao bolso dos outros e distribuir. Qualquer idiota faz dessa solidariedade. Eu até vou mais longe: enfurece-me uma sociedade tão “solidária” como a portuguesa, onde metade dos recursos dessa mesma sociedade são gastos por base criminosa (estado). Incrível como este povo é lentamente domado, até que acaba numa jaula e nem sabe como foi lá parar. Eu começo a pensar que é bem merecido, e até começo a ficar contente (chegou o tempo de pagar). Só me resta ir-me embora e ficar realmente às gargalhadas com este país. Mais merecido que o que acontecerá nos próximos anos não podia ser.

  11. BGracio

    No caso desta senhora isto é só um dos exemplos de como utiliza recursos públicos para promoção pessoal e partidária. A revista municipal é outro.

    Quanto à apregoada solidariedade, está bem visível no dinheiro atirado à rua em imensos cartazes eleitorais a exibir a sua carantonha.

    Com o nível de populismo da (M)Amador não me surpreenderia se o Tó Zé a promovesse a outros voos num futuro próximo. Se ela voasse para longe de Odivelas eu agradecia.

  12. Anónimo

    há a solidariedade privada feita à porta do supermercado. Mas aí os contribuintes não se sentem roubados. Também há a solidariedade da igreja que não paga impostos nas suas actividades de embuste celestial.

    Como se vê, prometer um futuro melhor não é uma exclusividade do estado. Roubar também não.

  13. Nogueira da Costa

    Elisário Figueiredo: Deduzo do pararelismo que fez que, para cuidar da sua mãe e tia etc, também gaste todos os anos 5 e 10% a mais do que ganha, ficando a dever a quem o quiser sustentar, dívida essa que deverá ser suportada pelos seus descendentes. E quando lhes passar a dívida vai dizer que é apenas uma “dívida de solideriedade” e que é uma coisa nobre, e eles que se desemerdem porque terão que fazer o mesmo por si também.
    Boa sorte com isso então!

  14. Ainda há quem acredite que o painatal é que vai pagar a dívida! mas como não temos cabeças para a troca o melhor é porem as próprias a funcionar bem! senão não saimos da míseria tão cedo

  15. Jónatas

    A velha teoria de Jefferson não torna imoral aquilo que a Susana disse. Torna-a apenas iliberal. Não confunda, Ricardo, o que é moral com o que é liberal.

    Porque o que é moral é sermos todos a tratar dos que antes de nós fizeram por nós. O que é liberal é que, chegados à velhice, quem tem dinheiro que compre o cuidado que precise, quem não tem que se lixe. Acho que é óbvio para qualquer um qual das duas é imoral.

  16. LV

    @Jónatas,
    Mas não percebe que a sua frase: “Porque o que é moral é sermos todos a tratar dos que antes de nós fizeram por nós.” é a antitese de uma posição moral? A ser moral (e a formulação teria de ser outra) significava que eu podia escolher não a respeitar. Quanto ao entendimento de liberal… bem impõe-se mais estudo. E para não divergir muito impõe-se registar o seguinte:
    – não há outro modo de libertar os mais pobres que não seja aumentar o mercado;
    – quanto mais livre for o mercado, maior competição houver, mais beneficiarão aqueles que estão numa posição social mais frágil;

    Nota (aos iliberais): note-se que se referiu o mercado livre, não esta farsa de capitalismo de estado (corrupto e totalitário) em que vivemos, pelo menos, há um século.

    LV

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.