Agora é que vão ser elas…

Do Facebook de Nogueira Leite: “Muita conversa por aí. Factos: salários + pensões pagas pelo estado sao mais de 90% do total dos impostos. Com os juros passam dos 105%. Para que Portugal tivesse uma despesa publica comportável sem hipotecar ainda mais o futuro, teriam de desaparecer entre 8 e 9 mil milhões. Esta é a realidade. O resto, de uma forma ou de outra, serão um montão de sacrifícios. Digam o que disserem os comentadores.”

Neste sentido, o Ministro das Finanças proibiu novas despesas sem autorização, uma decisão sábia enquanto o mininistro está em Bruxelas a negociar a dívida e que Oliveira Martins diz transitória (como aliás era óbvio para todos… que não os alucinados deputados da extrema-esquerda Portuguesa no parlamento).

As reacções não se fizeram esperar. Por exemplo o insubstituível Bastonário dos Advogados disse que era retaliatório e vingativo. Os partidos na Assembleia nem comento. Mas por todo o lado, ainda no rescaldo da decisão do TC, acordaram os sanguessugas da sociedade, pouco dispostos a abandonar a presa .

Na educação, Sampaio da Nóvoa – o mesmo que tem um gosto refinado para “investimentos” em exposições de “arte” em Moçambique – que não tem mais onde cortar que não em salários e custas judiciais… (via Rui Albuquerque). Já a UMinho “pode ficar sem batatas ou tomates“. Enfim, está lançada a chantagem habitual.

A área da saúde também não se calou. O cómico Bastonário da OM já veio dizer que considera que “não há mais espaço para cortes na saúde” porque “irá dificultar o acesso de muitos doentes aos cuidados de saúde” e “há outras alternativas para fazer face à decisão do Tribunal Constitucional” mas que tomou a decisão de não enumerar. Claro que nunca referiu a possibilidade da descida dos salários dos médicos, referindo-se apenas às taxas moderadoras como forma de diminuir o encargo no sector para o país. Entretanto surgiu a dizer que “espera bom senso” da parte do governo – como eu esperei dele, mas mais uma vez sem sucesso.
Recorde-se que este é o mesmo que já em 2011 acusava o governo de ir “longe demais“, previsões catastrofistas que entretanto não se consubstanciaram, apesar dos cortes que o sector sofreu entretanto.
Relembro também que os médicos, depois de serem parte do problema e respectivas consequências, em Março insurgiram-se contra cortes e ao respectivo aumento de “doenças mentais e suicídios“.
Ana Jorge? Uma ministra ao nível do “a dívida pública não é para se pagar”, de facto.

Para não ficar atrás, os enfermeiros também “contestam mais cortes na saúde“, mesmo que sejam os que a Troika sugeriu (troca de médicos por enfermeiros em tarefas em que tal já acontece noutros países Europeus).

Opinião

O país precisa de saúde e realmente os hospitais já não são hoje a fonte de desperdício de materiais que foram no passado (embora ainda haja “desvios” de materiais em alguns lados). O problema hoje são os salários de muitos médicos. Conheço casos de milhares e milhares de Euros. Há neste país dezenas de milhares de médicos a ganharem pequenas fortunas (12.000 Euros, por alguns cirurgiões, por exemplo). E como dizia a Troika, há muitos médicos a fazerem funções que noutros países europeus são de enfermeiros.
Para já não falar das horas extraordinárias e do pagamento de horas de sono como extras, algo que o meu pai nunca recebeu quando fazia uma “operação stop” noturna – acordado, já agora.

Na educação, 90% da despesa do ministério são salários. Centenas de sindicalistas que já não sabem dar aulas, milhares de professores “de horário zero” – eufemismo para dizer que não fazem falta nenhuma. A haver cortes será nos salários (que subiram desproporcionalmente no tempo da Manuela Teixeira) e no número de professores. Lamento mas com os vossos salários pesados e com os impostos para os pagar, a carga tributária impediu os jovens de terem as crianças necessárias para vos empregar. E a educação não existe para pagar subsídios a inúteis.

Na justiça, mais uma vez a despesa é quase toda para salários, mais uma vez muitas vezes acima do salário médio nacional (777 Euros – e sim, é incrível quão pouco se ganha neste país por comparação com o resto da Europa… porque temos que pagar o Estado monstro que temos e já não aguentamos – ainda houve uma altura em que tínhamos pouco desemprego porque os salários no privado eram baixos mas agora já nem assim!). Juízes ganham milhares de Euros e dão-se ao luxo de se reformarem cedo e com 5.000 Euros de reforma, também muitas vezes acima da média nacional (409 Euros – mesmo com muitos casos inacreditáveis a puxar a média para cima). Há que descer um pouco à terra.

Este país é um país sem fraternidade: quem mama do Estado não aceita perder nada e quem não é privilegiado tem de viver na angústia da incerteza e do salário baixo. Quando se tenta cortar no exagero estatal, a reação está à vista. Mas eu não me preocupo. A realidade tem o hábito de se impor. Nem que seja à força. Porque não há mais e os cortes já não podem mais ser em “outros” (investimento, consumíveis, …) e vão mesmo ter que ser nos salários dos privilegiados do costume. Sorry guys.

39 pensamentos sobre “Agora é que vão ser elas…

  1. Vivendi

    Portugal não é um país. É um carnaval cheio de fantasias grotescas que ninguém quer mais bancar.

  2. Paulo Roxo

    Se trasformarem este post em manifesto eu assino já…parabéns a quem o escreveu, em todos os parágrafos ‘escreveu por mim’

  3. Só uma coisa: quem representa os enfermeiros não é um sindicato mas a Ordem e a Ordem já disse por muitas vezes o contrário: que os enfermeiros querem poder usar todas as suas competências ao serviço dos Portugueses.

  4. Fazia sentido Mauro Germano.
    Se os Enfermeiros tivessem uma política de pedir isso (e já agora que acabem com aquelas empresas de contratação que ainda não percebi a razão de existirem), o meu mundo faria mais sentido…

  5. É só consultar várias notícias relativamente a isso, desde há vários anos.

    Mas não se trata de substituição: na maioria das vezes trata-se apenas de formalizar uma prática já muito comum mas não assumida.

  6. Oh Campelo, o dinheiro para pagar as pensões não vem dos impostos, mas dos descontos dos salários para a Segurança Social, Topas a diferença, ou precisas dum power point?

  7. Miguel C.

    “descontos dos salários para a Segurança Social”, isso é o quê? Promoções tipo lidl ou em cartão tipo continente??

  8. Só que as contas estão erradas. Os valores apresentados por Nogueira Leite são uma ficção. Se fossem verdade o défice do estado teria de ser superior a 40% ao ano… Não se esqueçam que salários e despesas não são a mesma coisa.

  9. Buiça

    “total dos impostos” e “receitas do Estado” também não são a mesma coisa, mas no essencial está correcto, em cada ministério a maior despesa são sempre os salários, de longe. São dados públicos.
    Quanto ao racional tem a ver com as despesas correntes deverem ser financiadas pelos impostos de cada ano, para a coisa ser sustentável, eventuais outras receitas serão sempre menos previsíveis tal como as condições de recurso a dívida.
    Posso utilizar os dividendos que a CGD paga ao Estado para pagar salários dos médicos? Posso, mas no ano em que a CGD der prejuízo, nenhum médico recebe um tostão.
    Apesar de eu achar que não se está a ir longe o suficiente nos cortes de outras despesas, não posso fazer de conta que a maior de todas tem que estar no topo da agenda.
    Por exemplo faz-me comichão que um país soberano diga que os milhares de milhões de pequenos (e grandes) contratos de fornecimentos de tudo e mais alguma coisa ao Estado são “inflexíveis” e que é “difícil” trocá-los por opções mais baratas…! Mas é o terreno “minado” do costume, muitas famílias dependem dessas pequenas (e grandes) sobrefacturações do contribuinte…
    Mas de novo, nada disso elimina a realidade de que se gasta em salários na função pública e equiparada (sobretudo nesta) muito mais do que se poderia gastar, sendo evidente que há gente a mais em quase todos os ministérios.

  10. Buiça

    Excelente post.
    Claro que a austeridade terá de continuar até atingirmos o défice estrutural zero que é quando a hemorragia de dívida nos dará uma mínima trégua.
    Mas este é só o ajuste “interno” que, no caso de continuarmos com o “stock” de dívida actual, terá de ser ainda mais penoso para todos pois a sacaninha da dívida vence juros… Portanto paralelamente há que a abater.
    E é aqui que as ferramentas escasseiam, porque foram transferidas para o BCE que não vai usar a inflação como ferramenta (porque não é Banco Central de nenhuma região mas da eurozona em termos agregados) e parece particularmente alérgico a “haircuts”. O que dificulta a parte do “paralelamente”.
    Só que como não há milagres, essa “reestruturação” terá de acontecer e quem nessa altura tiver nas mãos a dívida dos países que a sofrerem vai penar. Embora essa seja a fase 2 e só deva acontecer em regiões que cumpram a fase 1.
    No fundo será uma transferência de parte da poupança de credores (bancos, fundos de pensões das próprias regiões mais afectadas sofrem os maiores impactos, mas também a poupança das regiões mais ricas sofrerá com as taxas de juro reais negativas nessas regiões – é a sua nada pequena contribuição) para aliviar os devedores, algo ligeiramente menos perigoso do que a tradicional inflação alta.

    Obviamente que o sistema financeiro que se espera mais robusto nessa altura não vai ver com bons olhos este caminho e vai tentar (i) evitar que haja haircuts para serem os contribuintes a pagar a conta toda (por exemplo financiando candidatos que se apresentem com a célebre tanga do “pagaremos com crescimento”), ou (ii) pressionar ao máximo para antes disso aparecerem eurobonds e que seja a entidade que os emita a sofrer essas perdas mais ou menos discretamente.

    São só mais 10 aninhos no mínimo. Ainda nem a meio da fase 1 vamos, muito pode ainda correr mal no plano.
    Espero que pelo menos se aprenda que a única forma indolor de saír de uma armadilha de dívida é não caír nela.

    Cumps,
    Buiça

  11. Metade do core seria nos juros pagos ao exterior. Unilateralmente. Passando de 8 para 4 mil milhões ano.
    Quanto ao resto, teríamos que nos dar a nós próprios 5 anos para reduzir o nosso défice público a zero. Mas isto teria que ser feito seriamente. Ajustando os serviços prestados, mas também introduzindo custos mais próximos dos reais em muitos serviços públicos (sim, a constituição teria que ser limpa dos “tendencialmente gratuitos”).
    Quanto ao financiamento nestes cinco anos, proponho que se esqueçam troikas e mercados internacionais e nos viremos para os financiamentos internos.
    Austeridade? Sim. Mas através de medidas que isolem a boa austeridade (que salvaguarda a economia nacional) da má austeridade (que a mata, juntamente com o resto).
    As medidas do TC criam buraco de 1,3 mil milhões? Falso. Sem esses 1,3 mil milhões quase tudo salários de pessoas com rendimentos já espremidos, terão contrapartida em receita: IRS de imediato, IVA e IRC mais tarde. Ou seja, inscreve-se 1,3 na despesa, mas quase metade disso na receita. O buraco é só metade…

  12. p D s

    Ontem mesmo saiu uma noticia, sobre um tal de Moreira Rato.
    A noticia dizia que Victor Gaspar tinha avalizado um salario mensal de 10.000€, ao senhor.

    Portanto, tá mais que provado que tem razão no seu post: Os salários e que pesam na despesa : conforme a noticia confirma.

    Pergunta: Quem assinou o despacho de “não despesa” foi a mesma pessoa que avalizou o salário ?.

  13. Pisca

    Tomando como certo o que o tal Senhor disse, e dado não ser brilhantissimo analista financeiro e economista como a maioria dos Insurgentes, parece-me que só há uma saída, matar uns milhões de reformados ou coisa assim, funerais a cargo das familias e a coisa fica equilibrada é isso ?

    Os que trabalham para o Estado, excluindo os necessários assessores e afins, passam a receber 20 euros por trimestre, mas têm que se amanhar e continuar a pagar impostos ao nível do que pagam agora

    Vai ser um Paraíso

  14. Tenho vários amigos médicos, sendo que por várias vezes os confronto com o facto de que em vários países (como Inglaterra ou Suécia), os enfermeiros têm um papel muito mais activo. Aliás, uma amiga minha enfermeira que entretanto emigrou para Londres atesta isso mesmo: as competências dela lá são muito mais abrangentes do que cá. Façam a experiência. Digam isso a um médico e vejam as reacções. Eles vão enumerar as mil e uma razões pelas quais os enfermeiros são incompetentes e… dormem e tudo nos turnos da noite. Até deixam pacientes morrer só “porque sim”.

  15. António de Mascaranhas Pinto Ribeiro e Campello

    Mas este senhori não tem “mamado” dos meus impostos?
    Falar de barriga cheia é fixe!
    Os analistas aqui do “de insurgente”, não esquecer o “de”, são do melhor que há na nossa praça. Não confundir, OK!
    Tipo, “aspiram hélio” e lá vai!

  16. António

    Ricardo,

    Não exagere. Não anda nas estradas? Não anda de metro? Não usa telecomunicações? etc… O $ do Estado está em todo lado. Para bem e par amal. Onde deve e onde nunca deveria ter estado. Directa ou indirectamente.

  17. António

    OU seja, o único descalabro são as “transferências”. Porque a proporção do salário até é relativamente baixa. E mesmo os juros ainda se comportam…

    Quais é que são as grandes transferências?

  18. Rafael Ortega

    Chegou-se ao ponto ridículo de Portugal ser o país com menos alunos por professor, mas com as turmas maiores.
    Há que acabar com a mamadeira. Professores voltam do ministério, das DRE, dos sindicatos para a escola. Ou isso ou o olho da rua.
    Os professores com horário zero mudam de escola para onde forem precisos. Ou isso ou rescisão de contrato (extinção de posto de trabalho, visto não terem alunos).

    Com menos professores que agora, e consequentemente menos gastos salariais, é possível bem melhor. Estejam de facto na escola a ensinar.

  19. Luís

    Não me choca que os enfermeiros, nutricionistas e farmacêuticos tenham mais competências, como receitar alguns fármacos.

  20. Luís

    Mas 8 ou 9 mil milhões não chega. Isso acaba com o défice. Mas e a redução da elevadíssima carga fiscal? Seria necessário cortar o dobro. Sem redução da carga fiscal não haverá crescimento.

  21. Luís

    Quanto aos médicos, há um problema, temos poucos. É sabido que a Ordem durante anos manipulou números, para depois dizer que afinal não havia falta de médicos.

    Uma consulta de especialidade numa das melhores clínicas de Madrid fica por 60 euros, aqui no Porto nunca por menos de 75 euros. Sucede que em Espanha o salário médio é muito mais elevado que o nosso. Para além disso os tratamentos médicos no sector privado, no país vizinho, chegam a ser 50% mais baratos que em Portugal. Há muita falta de concorrência no sector. A classe médica continua a ser uma das mais protegidas do país, e a novela em torno do ensino da medicina em Portugal no sector privado demonstra-o. Por que motivo nunca permitiram que a Católica tivesse um curso de Medicina?

  22. Luís

    «Tenho vários amigos médicos, sendo que por várias vezes os confronto com o facto de que em vários países (como Inglaterra ou Suécia), os enfermeiros têm um papel muito mais activo. Aliás, uma amiga minha enfermeira que entretanto emigrou para Londres atesta isso mesmo: as competências dela lá são muito mais abrangentes do que cá. Façam a experiência. Digam isso a um médico e vejam as reacções. Eles vão enumerar as mil e uma razões pelas quais os enfermeiros são incompetentes e… dormem e tudo nos turnos da noite. Até deixam pacientes morrer só “porque sim”.»

    Dar mais competências aos enfermeiros implicará mudanças no plano de estudos dos cursos. Nada que não se possa fazer. Os que já estão licenciados podem fazer um pequenos curso de actualização. Já os farmacêuticos poderiam ter mais competências, como receitar alguns fármacos e exames.

  23. Luís

    Quantos aos salários elevados dos médicos no privado… provavelmente num futuro próximo com a entrada no país dos médicos formados em Espanha ou República Checa, mais os novos licenciados de Portugal o Estado terá a oportunidade de resolver o problema. E esperemos que no privado aumente a concorrência e os preços se ajustem ao poder de compra dos portugueses. Em algumas especialidades o preço médio da consulta ronda os 100 euros, caso da Psiquiatria.

  24. Luís

    E chega a ser ridículo porque um Psiquiatra não tem que manter um consultório cheio de maquinaria cara, como sucede, por exemplo, com um Dermatologista. Dado o nosso poder de compra 75 euros por uma consulta no privado já é um valor muito elevado. 50 euros seria o «normal».

  25. Raul Santos

    Aqui diz-se cada boçalidade que brada aos céus. Como é que alguém pode entender que um enfermeito com 3 e mais recentemente 3 + 1 (licenciatura) anos de formação em escolas que proliferam como cogumelos possa fazer o mesmo que um médico com 6 de formação e mais 1 de ano comum e mais 5-6 de especialização? Mas perdeu-se o juízo?

    Quanto ao salário médico, fica aqui uma tabela para consulta. e contra factos não há argumentos. Estes são os valores actuais dos médicos. Para que não restem dúvidas aqui fica a tabela antes do corte de 10% (2010). Se fizer as contas a esse corte + novos escalões de IRS + taxa de contribuição especial + s social ou CG Aposentações chegrá aos números que eu coloquei.
    Note-se que ao topo da carreira, categoria de chefe de serviço, que é por vagas, chegam apenas 10% dos médicos em PT e que esta tabela já nem está em vigor, pois foi adoptada uma nova na F Pública em 2011, para todos os funcionários onde se incluem os médicos, com as chamadas posições remuneratórias. Nelas, o valor mais elevado foi cortado em cerca de 600 E e todos os valores subsequentes também, ainda que proporcionalmente.
    O valor hora mais elevado em 2010 após a subida de 2,9% em 2009 feita por Sócrates era de 31, 13 E para o regime de 42 horas semanais e exclusividade ao Estado e 20,37 euros por 35 h semanais sem exclusividade (valores ilíquidos); o valor médio, atendendo à idade dos médicos no activo, andava nessa altura (Ass Graduado 1º ou 2º escalão), porque as carreiras estavam congeladas desde 2005, respectivamente em 14,77-16,30E e 22,77-24,90 E, (valores ilíquidos, respectivamente com 35 h sem e 42h com exclusividade).
    Repito, tudo isto em 2010. E o que está em causa é o trabalho público remunerado e não se o médico tem fortuna, é filho do Belmiro, se tem minas de ouro ou faz privada!
    Espero pois ter também contribuído para desmistificar o dito elevado salário médico, tendo em conta o valor hora a que é pago! No início da especialidade, após 6 anos de medicina e 5 de especialidade o valor mais baixo era de 12 E e o mais elevado 18, ilíquidos (categoria de Assistente).
    Ao fim de quase 30 anos de medicina, 20 como especialista em medicina interna, após o exame para graduado, um salário médico ronda cerca de 2.000 E líquidos Uma verdadeira “fortuna” por 40h semanais (4x salário mínimo).
    Quanto às horas extras são feitas pq o patrão precisa e não pq o médiico impõe e são remuneradas como a qualquer outro trabalhador já que foram, também elas, objecto de corte.

    http://www.simedicos.pt/Pages/Tabela-salarial-2010.aspx
    Tabela salarial 2010 – Simedicos

    Posto isto resta concluir que Nogueira leita, o mesmo que abandonava o país para não pagar mais impostos, o mesmo que recebia um ordenado e pêras em empresas estatais é um verdadeiro idiota!

  26. “Aqui diz-se cada boçalidade que brada aos céus. Como é que alguém pode entender que um enfermeito com 3 e mais recentemente 3 + 1 (licenciatura) anos de formação em escolas que proliferam como cogumelos possa fazer o mesmo que um médico com 6 de formação e mais 1 de ano comum e mais 5-6 de especialização? ”

    O Raul Santos ou é burro ou faz-se.
    O relatório do FMI diz – e foi noticiado em todo o lado – que em Portugal há diversas tarefas que são desempenhadas por médicos que noutros países são desempenhadas por enfermeiros. Há uma lista delas. Não se diz “toda e qualquer actividade”. Leia o que escrevi antes de comentar.

  27. ““Factos: salários + pensões pagas pelo estado sao mais de 90% do total dos impostos. ”

    Qual é a fonte desse “facto”?”

    Miguel Madeira,
    No meu caso é o António Nogueira Leite. Como não consegui confirmar se os números são mesmo aqueles, linkei fonte como ele, e agora espero que ele esteja correcto. Mas também se não forem aqueles números, creio que não devem ser muito diferentes, pois o Estado tem mais do que apenas as receitas de impostos e a despesa em salários e pensões é de facto cerca de 70% do Orçamento (assim como os impostos devem ser 3/4 das receitas, mas teria que agora ir procurar o valor exacto).

  28. “Chegou-se ao ponto ridículo de Portugal ser o país com menos alunos por professor, mas com as turmas maiores.
    Há que acabar com a mamadeira. Professores voltam do ministério, das DRE, dos sindicatos para a escola. Ou isso ou o olho da rua.
    Os professores com horário zero mudam de escola para onde forem precisos. Ou isso ou rescisão de contrato (extinção de posto de trabalho, visto não terem alunos).

    Com menos professores que agora, e consequentemente menos gastos salariais, é possível bem melhor. Estejam de facto na escola a ensinar.”

    Assim vale a pena ler os comentários 🙂

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