Parceria Insurgente/DE

O meu artigo no Diário Económico de hoje.

Incógnita

Em Portugal, a execução do orçamento é o grande teste que ditará o sucesso do plano de ajustamento, apostado que está em manter as bases do estado social.

Empreitada complicada, senão impossível, quando a economia está esgotada com o esforço de sustentar o capitalismo de estado em que o socialismo se tornou. Durante anos fomos pagando mais e mais impostos para compensar o crescente peso, ora sustentando empresas, ora impondo regras, que o estado foi adquirindo na vida do País. Com o colapso da economia privada, a solvibilidade do capitalismo socialista está posta em causa e a discussão do que vamos construir a partir dessas ruínas começará em 2013.

Um ano imprevisível, mas também controverso. Quando o dinheiro acaba, somos levados a equacionar custos e repensar prioridades. É o que fazem os que saem do País e os que fecham empresas: recusam ser escravos do socialismo que nos (des)governou. Não aceitam que o estado continue a cobrar impostos para decidir onde investir e privilegiar empresários com conhecimentos no seio do poder. Repensar as funções do estado, sob pena de um desastre de proporções inimagináveis, será, pois, indispensável. E o ano que aí vem tem todos os ingredientes para que esta discussão seja, além de interessante, quente e acesa.

Como em todos os debates políticos, há riscos. Perigos que se amplificam quando à beira do abismo. Que aumentam quando sabemos que o nosso sistema político, ao não permitir a eleição uninominal dos deputados, não deixa que os partidos tenham políticos que arrisquem um outro discurso, trazendo novos eleitores para o seu espaço. O colapso político, porque os cidadãos não se revêem nos partidos, é elevado e pode acontecer a qualquer momento.

Porque não nos preparámos, deixando a economia respirar e criando válvulas de escape no sistema político, 2013 vai ser difícil e uma verdadeira incógnita. Pode correr tudo mal. Mas também podíamos vislumbrar uma luz ao fundo do túnel.

Um pensamento sobre “Parceria Insurgente/DE

  1. Sérgio

    Depois do desastre socialista, virá o desastre social-democrata… Em 10 anos, a economia cresceu 6% e a despesa do estado, mais de 50%. Vamos resolver isto com cortes de 1 ou 2% no Estado e aumentos de impostos? Preparem as desculpas…

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.