Ria com Sakamoto

Leonardo Sakamoto é um intelectualzinho de esquerda que escreve em MacBooks contra a Apple e, neste ,caso as vítimas foram as pessoas que esperaram a saída do iPhone 5 às portas das lojas Apple um pouco por todo o mundo. O Implicante é um site Brasildeiro Liberal bem disposto que comenta Sakamoto e a sua verborreia de forma extensa mas engraçada.

Podem ler todo o artigo aqui. Excerto:

Sakamoto indignou-se com a fila, que viu no “Bom Dia Brasil, da TV Globo”. É curioso esse socialismo do séc. XXI, em que você começa o dia com uma boa dose de jornalismo “da TV Globo” para acompanhar o seu Sucrilhos com Toddynho. Comparou então às irracionais filas por ingressos para shows de rock, em que sempre se pergunta se “esse povo não trabalha, não?”, com típica expressão de nojinho, pronunciada com acento tônico na passagem “povo”.

Há algo de escalacrante curiosidade nessas primeiras linhas. Sakamoto é um típico progressista crítico da “sociedade de consumo” e dos horrores horrendos do capitalismo. É a turmaprogressista Coca Light, que não tem coragem de se considerar socialista ou comunista, sei lá eu por quê. Quer dizer, eu sei por quê. Eles também sabem. Mas vamos fingir que não, para manter o debate “ponderado” e “igualitário”.

Enquanto critica o “consumismo” capitalista e a fila na porta de uma Apple escrevendo de seu MacBook, Sakamoto não propõe nada no lugar da liberdade de uma empresa criar um produto, e das pessoas, livremente, escolherem perder um bocado de suas vidas para serem as primeiras a terem esse produto (sim, elas são idiotas; não, proibir a liberdade de ser idiota é coisa de comuno-fascista e acabou, sem outra opção).

A verdade é que, sem a liberdade de empreendimento, os produtos não surgem. E produtos (para essa sociedade viciada em “crítica ao mercado”, mas que nunca estudou o próprio mercado, e se acha “crítica” por repapagaiar um bordão que aprendeu na oitava série) não são apenas bugigangas tecnocráticas. Um rabanete é um produto. Uma batata, um pão a mais, um pedaço de carne, um carretel de linha (que, quando roubado na União Soviética, rendia 15 anos de trabalhos forçados no Gulag sob a seção 7 do artigo 58 do Código Penal soviético, por “subversão e sabotagem da indústria nacional”; para disfarçar o ridículo, a acusação pendia sobre “roubo de 200 metros de material residual”).

O que Sakamoto desconhece, por criticar o mercado antes de ter tentado descobrir o que é o mercado (trocas livres entre indíviduos sem coação), é que, nessa sociedade tão “errada”, as pessoas perdem dias numa fila para comprar um smartphone. Já nos sistemas de economia centralizada, as filas são com cartão de racionamento para conseguir um pouco de arroz, um punhadinho de carne pastosa que não dura 1/5 do mês, os jornais do Partido Humanitário Benevolente que são usados no lugar do papel higiênico (caro demais).

Enquanto Sakamoto reclama da fila na porta da Apple para comprar iPhone, em Cuba a fila para comprar maçãs é muito maior. O capitalismo dá folga para as pessoas pararem o trabalho por uns dias (ou para um pai de família ter recebimentos o suficiente para sua família não precisar se preocupar em algo além de dormir no sofá) em troca de um “divertimento” inútil, no socialismo a labuta é mandatória e compulsória, visando a subsistência mais básica.

O que surpreende no capitalismo não é o iPhone 5, o Audi TT Roadster, a chapinha japonesa, o óculos John Varvatos, o relógio suíço. O que surpreende no capitalismo é ter comida.

(…)

Se queremos ver qual o caminho lógico e inescapável da desgraça que é a aplicação desse modelo de “crítica ao consumo”, nada como ler A Revolta de Atlas, de Ayn Rand (maravilhosamente apresentada por Rodrigo Constantino aqui).

Ninguém na história fugiu de um país capitalista para alguma ditadura comunista para evitar morrer de fome (os dois primeiros parágrafos de Arquipélago Gulag contam uma história bizarramente assustadora para quem acredita nessa lorota de “o capitalismo gera fome”). Da mesma forma, ninguém gasta rios de dinheiro em um produto que o “escravize aos seus caprichos”. Se o consumo virou “desvairado”, é porque já podemos alimentar 7 bilhões de bocas e ainda sobra, embora a corrupção, o roubo e o aproveitamento do trabalho alheio causem injustiças. Mas aí está a chave da compreensão que falta aos nossos críticos de miolo mole: todos esses atos são sabotagens contra o mercado, e não o seu próprio funcionamento correto (vide Anarquia, Estado e Utopia, de Robert Nozick, um dos livros mais importantes de política para alguém conhecer).

Enquanto isso, são exatamente o método de qualquer sistema mais “social” e sem a liberdade “desvairada” que nosso grande Sakamoto defenda, sem nunca ter coragem de afirmar o que defende.

Por que a última moda agora é ter o mesmo discurso comunistóide modelo 68 sem riscos, com a única recauchutagem de não se assumir vermelho de uma vez

10 pensamentos sobre “Ria com Sakamoto

  1. Floriano Mongo

    A hipocrisia esquerdopata no seu melhor. Do seu tribunalzinho autoritário, eles é que decidem quem pode comprar ou usar o quê e quando. Nada de novo, faz lembrar o Fernando Rosas que só veste Trussardi, Gant, Lacoste, suspensórios vermelhos “a la Wall street”. Mas gravata é que não que isso é coisa de burguês!!!!!!!!!! Lllooolll

  2. Samuel

    Vocês bem tentam mascarar-se e fazer-se passar por paladinos da liberdade, mas quando se lê “um intelectualzinho de esquerda” percebe-se que não têm apenas opiniões distintas das nossas, mas que nos têm ódio.

  3. Oh Samuel, ele por mim pode (e deve, pois uma pessoa também tem de se divertir) fazer as figurinhas que entender.
    Agora, o que me custa é ele dizer aquelas barbaridades e depois vir com ares de Louçã. Isso custa um bocadito. Mas se me perguntar a mim:
    a) ele tem a liberdade de dizer o que ele quer
    b) eu suporto bem o seu arzinho de superior para poder rir um bocado =)

  4. Pingback: Filosofia de Sakamoto « O Insurgente

  5. Dr H.Romeu Pinto

    Concordo, morro de rir com as declarações do doutor em ciência politica hehehehe , ser esquerdista-socialista playboy no Brasil é fácil, quero ver é vestir a camisa de verdade e ir morar em Cuba , na Coreía do Norte e sair soltando as profecias intelectuais dele nesse lugares,…… Pior é a quantidade de pessoas que vão na onda dele…..

  6. jhb

    “Leonardo Sakamoto é um intelectualzinho de esquerda que escreve em MacBooks contra a Apple”

    Então… Se ele tem um MacBook não pode escrever contra a Apple… É isso? Liberdade de facto é que se defende neste blog… Liberdade para comprar MacBooks… E liberdade de escolha também: ou compras um MacBook ou escreves contra a Apple.

  7. jhb,
    Eu tenho um Mac e já escrevi contra a Mac. Não é bem isso que está em causa e não se faça desentendido. A questão é que ele pede às pessoas para boicotar a Apple e compra Macs, pede às pessoas para viver à Cubano e não vai para Cuba, pede às pessoas para pagarem impostos e aposto consigo em como paga o menos que puder. Basicamente, é um hipócrita. E é isso que a mim me faz urticária.
    Não o facto de escrever contra a Apple numa ou noutra ocasião, por favor. Às vezes parece que tenho de escrever tudo como se fosse para os meus primos de 5 aninhos. E o jhb já é um velho visitante do blog e percebeu bem o que eu queria dizer, vá.

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