“– Teme que o Novo Hospital de Loures, uma parceria público privada (PPP) com o Grupo Espírito Santo, evocando a figura de cedência de interesse público, venha ao Santa Maria e ao Pulido Valente recrutar os melhores especialistas?
– A abertura do Hospital de Loures preocupa-nos, mas não por esse motivo. Tem a ver com o facto de que vai ser inaugurado no coração da nossa área de influência.
(…)
– Mas vai deixar sair para Loures o pessoal especializado do Santa Maria?
– A lei diz que os hospitais em regime de PPP têm de captar 85% do seu corpo de profissionais nas estruturas públicas. Assim, a sociedade gestora do Hospital de Loures vai ter de recrutar os profissionais nos hospitais: especialistas hospitalares, enfermeiros hospitalares, técnicos. É óbvio que qualquer sociedade gestora, se não for completamente inábil, vai buscar os melhores.
(…)
– O Grupo Espírito Santo vai levar especialistas ao abrigo de uma cedência de interesse público. Ou seja, nunca perdem o vínculo ao Estado. A Sociedade Gestora do Hospital de Loures pode depois despedi-los sem ter de os indemnizar e Santa Maria tem de os receber de volta?
– Se quisesse falar francamente, teria que despir o boné de presidente do conselho de administração e falar na condição de cidadão ou de médico. É uma resposta que tenho dificuldade em dar, porque amanhã sou citado na praça pública como um opositor do modelo das PPP, o que não queria.”
Trechos de uma entrevista, hoje publicada no Diário de Notícias, ao Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte.
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