A “fascização” da crise

Com todo o respeito pelo André, concordando com a sua conclusão de que a crise vai chegar a mais pessoas, discordo de praticamente tudo o resto. A ameaça não está na inflação nem necessariamente nas taxas de juros mas sim na deflação. A parte da população (em que felizmente me incluo) que manteve o seu emprego e os seus rendimentos tem sido realmente privilegiada por uma baixa de preços e da baixa da prestação da hipoteca (que reflecte uma taxa de juro particular). Esta parte da população, tirando os funcionários públicos que serão sempre os últimos a sofrer o que quer que seja, está realmente em risco mas não é de ver o seu rendimento diminuído pela inflação… está em risco de ver o seu rendimento pura e simplesmente desaparecer por falência do empregador.

Quanto aos medos da inflação devido à inundação de notas podemos ver aqui na imagem em baixo que o grande dilúvio já passou.

Não nos devemos esquecer que além da quantidade de dinheiro disponível (oferta) para podermos ter uma ideia do futuro caminho dos preços precisamos também de saber quais são as intenções dos consumidores (procura) e a realidade é que continua a haver uma grande procura de cash. Massa monetária a crescer a 0% e maior procura por dinheiro equivale a uma descida generalizada dos preços ou deflação no sentido comum da palavra.

Neste período de deflação as taxas de juro não se comportam de forma homogénea.  Ignorando por breves momentos que não estamos num mercado livre o simples facto de as pessoas quererem aumentar as suas reservas de dinheiro (como vimos em cima) significa que têm menos para emprestar, logo as taxas de juro devem (genericamente) subir. As taxas de juro estáveis e historicamente baixas são apenas observáveis durante largos períodos de tempo num sistema monetário estável com recurso ao padrão ouro, o sistema em que vivemos quer esteja em inflação ou deflação apenas consegue fornecer taxas de juro manipuladas e instáveis. O gráfico em baixo mostra um cenário normal para deflação:

Como podemos ver nos últimos meses há taxas de juro que sobem e outras que descem. O raciocínio é simples, conforme existe uma maior necessidade de dinheiro e de o preservar os aforradores e investidores fogem de toda a dívida que seja dúbia e abdicam de um maior retorno por uma maior segurança. Não é difícil compreender que a Alemanha tenha hoje taxas de juro mais baixas que há 6 meses atrás enquanto que “lixo tóxico” como Portugal e Grécia estejam exactamente na situação oposta, nem a manipulação do BCE conseguiu alterar isto… apenas abrandar o ritmo. Ironicamente, os EUA com a sua economia completamente estropiada apresentam-se como o maior beneficiário de uma baixa das taxas de juro fruto do USD e do seu papel como moeda de reserva mundial.

Mais: os fundos que os Estados estão a tomar dos aforradores são fundos que não estarão disponíveis para o sector privado e são estes que vêm as suas taxas de juro aumentar. Não é segredo nenhum que o sector privado está altamente endividado e os maiores custos que vão ter com os empréstimos, conjugado com uma receita diminuída própria de deflação é o que vai enviar os que até agora estiveram protegidos da crise para o desemprego. Com pacotes salariais altamente rígidos e a lei que temos vai ser muito difícil (genericamente) renegociar em baixa os salários das pessoas,  o que seria a única coisa que poderia salvar o seu emprego. Os que tiverem os seus rendimentos compostos de partes variáveis (raro em Portugal) serão os que mais facilmente poderão contribuir para a estabilidade da empresa e do seu posto de trabalho.

Quanto às hipotecas não é liquido que subam, aquilo é uma taxa de juro de amigos para amigos e algo que o BCE tenta influenciar ao contrário dos empréstimos que o banco XPTO faz à empresa ABC onde a interferência do BCE faz indirectamente com que estes subam. O funcionalismo público continuará a estar protegido até porque se os custos dos juros da nação subirem exponencialmente teremos uma “solução Grega” para os problemas nacionais com a UE/FMI a emprestar-nos dinheiro fora do mercado principal.

Conclusão: Vai haver mais afectados pela crise mas não vai ser muito democrático. O funcionalismo público continuará a estar protegido como sempre às custas do sector privado que continuará a pagar a crise, os que tiverem a sorte de fugir ao desemprego pagarão pelos impostos. Uma inflação galopante e a verdadeira democratização só aparecerão depois de um sigma 10 no sistema financeiro que se concretizará por uma falência soberana relevante como, por exemplo, Espanha. Até lá continuaremos os mesmos… na mesma. Inclusive o PSD.

26 pensamentos sobre “A “fascização” da crise

  1. CN

    Nuno

    O argumento pela inflação vai um pouco mais longe que é:

    – Após a bolha rebentar é mais do que natural que o crédito contraia a por isso o crescimento de indicadores monetários desça.

    – Mas os bancos estão a receber injecções massivas de moeda (monetizando dívida privada) e os bancos centrais a monetizar dívida pública, isso só visível na Base Monetária que explodiu, ou seja, os bancos têm muita matéria prima (reservas) para multiplicar (fabricar) o crédito, apenas não o estão a fazer ainda.

    – Para além disso, todo o mainstream económico e favorável à inflação, ou seja, a qualquer sinal de deflação e/ou recessão, ainda mais vão tentar a via monetária.

    Podemos sempre jogar no seguro que recorrer a inflação, sendo a solução (aparentemente) mais fácil , será sempre a utilizada. Falta saber é se será mais ou menos grave, se será inflação moderada com recessão, ou se será inflação pouco moderada com recessão.

    O cenário de deflação só ocorreria se os bancos centrais fossem ortodoxos na sua política monetária. seria bom que assim fosse, que existisse recessão com falências, que limpasse o crédito excessivo em termos nominais.

  2. A mim parece-me que a influência dominante sobre as taxas de juro não é a falta de disponibilidade de dinheiro para emprestar e sim a falta de vontade das pessoas e das empresas em tomar dinheiro emprestado. Essa falta de vontade – devida ao facto de as pessoas e empresas se encontrarem já muito endividadas, e de terem em mãos ativos desvalorizados – faz com que as taxas de juro desçam até níveis próximos de zero. As taxas de juro podem manter-se em tais níveis por um longo período, como mostra a experiência japonesa, onde desde há quase vinte anos tem havido deflação e taxas de juro (praticamente) nulas quase continuamente.

  3. O CN, no comentário 1, cai no erro usual entre economistas (incluindo Keynes) de acreditar que o crédito se expande desde que haja dinheiro disponível para emprestar. Ou seja, desde que haja oferta de dinheiro, haverá crédito.

    Isso é um erro, conforme exibido por Richard Koo com base na experiência japonesa e também da Grande Depressão dos anos 30. Mesmo havendo oferta monetária, o crédito pode contrair-se desde que as empresas e os particulares não o procurem. É isso que causa a deflação e a armadilha de liquidez. Os bancos estão cheios de dinheiro para emprestar mas não encontram quem lho queira pedir emprestado. A massa monetária nessas circunstâncias contrai-se e a economia entre em depressão progressiva.

  4. Eu compreendo todos esses argumentos. O debate já dura há quase 3 anos e está para ficar. Por partes:

    1) Quando a bolha rebentou os bancos centrais agiram imediatamente com medo da Grande Depressão parte II. Está bem demonstrado no gráfico o crescimento da massa monetária devido a essa acção (que não difere muito de um gráfico da FED). Como disse no post: não funcionou

    2) É verdade que os bancos não estão a emprestar, é por isso que não funcionou. Até aparecer uma proposta de lei que obrigue os bancos a emprestar dinheiro ao Zé Manel eles vão continuar a manter o dinheiro em carteira por duas razões:

    Primeiro porque têm medo da falência a quem emprestam.
    Segundo porque mesmo que quisessem emprestar a verdade é que o sector privado, ao contrário do público, já percebeu que não se pode endividar infinitamente. Ou seja, há menos procura de crédito e menos formas de colocar o dinheiro dos bancos a circular mesmo que eles o quisessem fazer… o que não querem.

    3) O mainstrem económico americano. Axel Weber, provavelmente o próximo presidente do BCE não pensa bem da mesma maneira nem grande parte da população alemã que continua a ter umas resteas de sanidade. Eventualmente será possível mudar a opinião deles mas só depois de um sigma 10 que coloque o sistema monetário à beira da destruição. Só depois disso é que ele será, finalmente, destruido por uma inflação.

    Os bancos centrais têm um complexo de deus, mas é apenas isso: um complexo. Na realidade controlam muito menos do que pensam. Nunca conseguirão controlar, por exemplo, a minha vontade de ir ao BCP e pedir um empréstimo pessoal para ir pagar IA ao Estado. E essa vontade, para a maior parte de nós, desapareceu.

  5. “Os bancos centrais têm um complexo de deus, mas é apenas isso: um complexo.”

    Concordo totalmente com o Nuno Branco sobre este ponto. De facto, na presente crise (e em crises análogas que, felizmente, são muito raras) os bancos centrais são bem menos poderosos do que o que julgam.

    No entanto, vejo que neste blogue a opinião generalizada é, precisamente, que os bancos centrais são todo-poderosos.

  6. CN

    Luís Lavoura

    Bons comentários.

    A descrição da armadilha de liquidez é correcta, mas falaciosa. Partindo de

    – a bolha provocada por expansão de crédito (via expansão monetária) é a doença e a crise o processo de cura
    – os bancos no pico da bolha acumularam activos/crédito que serve de colateral a moeda “phony” ou liquidez duvidosa (ao mesmo tempo a suposta “liquidez”/moeda sob a forma de DO pretender ter imediata liquidez mas estar emprestada em activos/créditos de maturidades bem maiores.. espécie de disfunção económica)

    – que este sistema, por comparação com um ortodoxo de reservas de 100%, ele próprio induz à criação de crédito em vez de as empresas funcionarem com capital próprio e rácios muito baixos de crédito (ver a economia séc. 19 e 20 até ao anos 70, com o fim de Bretton Woods, é bem visível em todos os gráficos de stock de crédito, que este explodiu) passaram a usar o crédito inflacionário de forma estrutural.

    … depois de uma bolha rebentar em termos reais começa a liquidação de linhas de investimento sem sustentação, dando-se a necessária recomposição de stock de investimento à poupança real, com queda de preços nominais.

    … em termos nominais, as pessoas obviamente têm medo quer das falências dos bancos, quer dos investimentos, etc, – os preços têm mesmo de descer. E quando mais descerem mais rapidamente se recompõe os balanços reais que equilibram a economia (descida de salários necessária para recompor emprego). Isto foi o que se passou na crise de 1920/21 nos EUA com deflação de preços agressiva, contracção da massa monetária, redução da despesa, etc – recuperação foi muito rápida.

    Quanto a

    ” CN, no comentário 1, cai no erro usual entre economistas (incluindo Keynes) de acreditar que o crédito se expande desde que haja dinheiro disponível para emprestar.”

    Sim, não é automático, depende do tempo até à tentação da monetização agressiva por bancos centrais e o tempo necessário até os possuidores de moeda que a vão acumulando, detectarem que se usarem a moeda (agora expandida) podem comprar bens reais e investimentos com lucro inflacionário (aquele que faz com que os primeiros utilizadores de moeda ganham em relação a subsequentes, dado adquirirem bens reais a preços que ainda não reflectem a nova quantidade de moeda).

    Conclusão: a armadilha de liquidez é uma consequência, não uma causa, e faz parte do processo de reequilíbrio.

    Ao querer tratar da consequência com mais expansão monetária, o que consegue é prolongar em muito o processo de ajustamento, diminuir a dor a curto prazo, mas injectando digamos mais erro na coordenação económica.

    Além disso, vai salvar os agentes mais endividados, os que mais abusaram da bolha (e que inicialmente mais ganharam com ela) à custa da diminuição do valor dos possuidores de moeda (que agora, na crise, veriam a sua moeda valorizar via descida de preços).

    Há como que mais um prémio para quem alavanca, e mais uma vez, os mais ortodoxos e possuidores de moeda são prejudicados (já o tinham sido na bolha). É como que um Redistribuição de riqueza a favor dos especuladores.

  7. Parece-me que a experiência japonesa dos últimos 20 anos nos mostra duas coisas: (1) é razoavelmente infundando o medo de que aí venha uma inflação galopante e (2) é razoavelment infundada a ideia de que baixando as taxas de juro e aumentando o endividaente público tudo se resolve.

  8. CN

    “(1) é razoavelmente infundando o medo de que aí venha uma inflação galopante ”

    Sim, pode ser, mas vamos ver. A única coisa que podemos dizer com segurança é que os preços são maiores do que seriam na ausência de expansão, o que quer dizer que podem ser 0% por comparação com -3%.

    No Japão, parece existir muita confiança para aplicar a poupança em endividamento público (incluindo os bancos) a taxas perto de 0%. Enquanto ela existir pode ser verdade. Até.

  9. “No entanto, vejo que neste blogue a opinião generalizada é, precisamente, que os bancos centrais são todo-poderosos.”

    Não falo obviamente pelo colectivo mas penso que a opinião dominante é que o banco central tem todo o poder necessário para colocar uma economia disfuncional. Isto é, consegue à sua descrição originar bolhas. O que não consegue é direccionar essas bolhas para onde pretende nem depois limpar o estrago que se segue.

    e.g. O único activo, além de dívida dos EUA e outros poucos países, que vale mais do que valia em Setembro de 2007 é o ouro. Estou certo que não era essa a intenção dos bancos centrais quando decidiram imprimir umas notas.

  10. “Sim, pode ser, mas vamos ver. A única coisa que podemos dizer com segurança é que os preços são maiores do que seriam na ausência de expansão, o que quer dizer que podem ser 0% por comparação com -3%.”

    Nesse caso ainda bem. Evitou-se a catástrofe.

  11. “Evitou-se a catástrofe.”

    É a primeira vez que oiço que ajustar a economia à realidade é uma catástrofe. Mas está enganado se pensa que se evita, só vai é demorar mais.

  12. É a primeira vez que ouve dizer que a deflação tem consequências económicas catastróficas? Ainda compreendia que discordasse de tal afirmação. Agora nunca a ter ouvido! É porque ouve muito pouco, devia estudar um pouco mais.

  13. Mea culpa. Deve ter sido muito subliminar. Confesso que a única mensagem subliminar que encontro no seu comentário — que trata como disparate nunca ouvido uma afirmação sobre as consequências catastróficas da deflação — é a de que é surdo.

  14. ricardo saramago

    Enquanto o sector transaccionável da nossa economia se deflacionou ao longo dos anos, pressionado pela concorrência externa e pela crise, o sector não transacionável engordou e chegámos ao paradoxo de em plena crise o rendimento disponível das famílias ter subido.
    Isto quer dizer que o ajustamento não foi feito e enquanto assim for vamos continuar com défices externos e públicos e crise de competitividade.
    A solução para o nosso país passa entre outras coisas por uma indispensável e significativa deflação dos sectores não transacionáveis nomeadamente Estado, autarquias, empresas públicas, utilities, obras públicas.

  15. Essa dos funcionários públicos serem os últimos a sofrer o que quer que seja é para rir. Conte-a lá novamente aos gajos como eu que todos os anos, chegados a 31 de Agosto, se vêem em risco de ficar no desemprego.

  16. CN

    LA-C: Vamos falar sobre deflação:

    De um meu texto que um dia irá sair:

    “A crise de 1920-21 nos EUA começou por ser mais severa nos seus indicadores que a Grande Depressão de 1929, com uma queda da produção industrial de 21%, mas por um conjunto de circunstâncias únicas, não foi sujeita a nenhum tipo de intervencionismo monetário ou fiscal – a despesa federal foi até reduzida agressivamente de $18.5 mil milhões no ano fiscal de 1919 para $3.3 mil milhões no ano fiscal de 1922, a deflação de preços no consumidor atingiu os 15,8% no ano seguinte ao pico de preços em Junho de 1920, quando o FED subiu a taxa de desconto para uma taxa recorde de 7%. E os salários? Desceram em média 11%[3]. A taxa de desemprego atingiu os 11,7% em 1921 mas desceu no ano seguinte para 6,7% e em 1923 era já de 2,3%! E dado interessante também, o colapso na base monetária foi o maior verificado na história dos EUA, maior que o dos anos de Hoover de 1929-1933, onde o monetarismo de Friedman concentra as culpas pela intensidade da crise.[4]”

    Noutro ponto do texto:

    “Será caso para dizer, que a queda de preços cria a sua própria procura, apesar de ser habitual expressar-se precisamente o receio contrário de adiamento ad infinitum de despesa. Também não será considerado que uma queda de preços nominais se pode dar como consequência benigna do crescimento económico e aumento da produtividade num ambiente de estabilidade monetária; assim, por curiosidade histórica, e até para satisfazer considerações empiristas, de 1870 a 1890, nos EUA, o PIB real per capita cresceu no período 80% enquanto os preços nominais caíram 31% (ver http://www.measuringworth.com, 15/02/2010).”

  17. lucklucky

    Os Estados já estão a viver com deflação, ligeira mas estão. Deflação será uma coisa muito comum no futuro e os Estados terão de aprender a viver com ela. Foi aliás esse o problema que se começou a bolha. Os Estados não conseguiam manter o crescimento do passado.

    E a razão inicial para a deflação tem razões virtuosas(se excluirmos as demográficas): melhor eficiência, qualidade e produtividade. Mas isto só acontece no privado. A consequência natural seria começar-se a trabalhar 4 dias em vez de 5 dias. Se eu só preciso de 25 euros para ir a Paris em vez de 500 não preciso de trabalhar tanto. A comida, a roupa também deve estar nos valores mais baixos por % rendimento.

    Quem se lixa? o estado só recebe imposto sobre 25 euros e ainda menos do meu ordenado. Logo estas excelentes notícias terão de ser destruídas pelo Estado e quem vive dele.

    O Estado e as profissões que dele dependem continuam como se nada fosse, profissões que julgam que não fazem parte do mercado como os professores numa educação que não evoluiu, antes pelo contrário, a Saúde que pouco evoluiu com milhares de mortos por infecções e erros e a Justiça que se torna a cada dia que passa mais cara.

  18. CN

    “Deflação será uma coisa muito comum no futuro e os Estados terão de aprender a viver com ela.”

    Não acredito. O inflacionismo é inerente ao monopólio da moeda.

    “Se eu só preciso de 25 euros para ir a Paris em vez de 500 não preciso de trabalhar tanto. A comida, a roupa também deve estar nos valores mais baixos por % rendimento.”

    Os preços reais sempre baixaram e isso é visível em número de horas médias de trabalho necessárias para comprar o produto X há 20 anos e agora.

    A deflação nominal benigna(resultado de crescimento+estabilidade quantitativa) não causa nenhum problema económico.

    A deflação maligna de preços, resultado de bolha que arrebenta, é um processo necessário de cura, claro que bancos e sistema bancário pode colapsar se não inflacionarem e injectarem reservas, mas se aos menos deixarem algum ajustamento dar-se, torna a recuperação mais rápida (ainda que com dor mais concentrada no tempo).

  19. lucklucky

    “Não acredito. O inflacionismo é inerente ao monopólio da moeda.”

    Pode ser mas há outras forças: confiança,

    “A deflação nominal benigna(resultado de crescimento+estabilidade quantitativa) não causa nenhum problema económico.”

    Causa se a bem estar económico for confundido com crescimento do preço e frequência das transacções. Ora como se mede a melhoria económica de durabilidade de um carro que passou de 3 anos para 5 anos? Ou uma lâmpada? A única maneira é a poupança contar para o crescimento da economia e a dívida descontar.

  20. CN

    “Causa se a bem estar económico for confundido com crescimento do preço e frequência das transacções”

    As pessoas tanto sabem o que é crescimento do rendimento real que pedem mais salários quando há inflação. Se os preços nominais descerem, também percebem o que significa.

    “A única maneira é a poupança contar para o crescimento da economia e a dívida descontar.”

    Numa economia sem manipulação monetária, poupança = dívida.

  21. lucklucky

    “As pessoas tanto sabem o que é crescimento do rendimento real que pedem mais salários quando há inflação. Se os preços nominais descerem, também percebem o que significa.”

    Para o Estado Socialiista não e isso é que conta porque o Estado é que tem o poder e precisa de sempre mais e mais dinheiro e se a vida das pessoas melhora porque as coisas custam menos e duram mais isso é mau para o Estado que se basea nos três pilares da economia que menos evoluíram no último século: Justiça, Educação, Saúde. O estado torna-se insustentável com um economia cada vez mais eficisente e com mais qualidade. Sem um crescimento do número de transações e ou um preço crescente o Estado não é sustentável.

    Se de repente toda a gente estivesse na sua bela casa e contente o Estado entrava na bancarrota.

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