Et tu Krugman?

O prémio Nobel da Economia, Paul Krugman, acredita que a solução para os desequilíbrios na Zona Euro passa por uma descida dos salários nos países com menor competitividade da região. Dado que Grécia, Espanha e Portugal não podem desvalorizar a moeda, a solução passa por cortar nos salários, diz o professor de Princeton.

“Com uma moeda única, um ajustamento a choques requer ajustamento nos salários relativos – e como os países da periferia europeia passaram do crescimento à crise, o seu ajustamento tem de ser feito em baixa”, diz Paul Krugman no seu blogue do Wall Street Times, de que é colunista. “Neste altura, os salários na Grécia/Espanha/Portugal/Lituânia/Estónia, etc., precisam de cair qualquer coisa como 20 a 30% face aos salários relativos na Alemanha.”

19 pensamentos sobre “Et tu Krugman?

  1. “Dado que Grécia, Espanha e Portugal não podem desvalorizar a moeda, a solução passa por cortar nos salários, diz o professor de Princeton.”

    Penso que o Krugman diz não é bem isso – é mais “Dado que Grécia, Espanha e Portugal não podem desvalorizar a moeda, a solução passaria por cortar nos salários, mas na prática é impossivel um corte tão grande nos salários nominais logo esses paises caminham para uma crise brutal (ou para o fim do euro)”

  2. Diga-se que a solução krugmaniana também poderia ser conseguida se os salários e preços na Alemanha subissem 30% em relação à Grécia/Espanha/Portugal/etc.

  3. burns

    importem o krugman
    ainda não explicaram a esse velho que os salários aqui são menos de metade?
    desde que vi o saramago nobel da economia e o al gore ou o arafat nobel da paz que deixei de acreditar nesses prémios
    são mais credíveis os razzie awards

  4. ricardo saramago

    È um génio este Krugman.
    Apesar de haver dois Krugman (o politicamente correcto activista de esquerda e o académico prémio Nobel), para nos dizer evidências destas, qualquer economista recém formado (de uma universidade a sério) servia.

  5. Lê bem o que ele escreve: “ajustamentos a corte…” Depreende-se que Krugman é contra “estes ajustamentos a corte” que foi a solução adoptada pelos tecnocratas da Europa.
    Krugman critica a forma como a UE combate a crise. Ou seja, à base de “ajustamentos a corte”, para me reportar à vossa tradução, não há outra solução a não ser baixar drasticamente os salários.
    Melhor seria leres o artigo, em vez de andares a papaguear citações avulsas (isto está quase ao nível daqueles apócrifos que falsamente eram atribuídos ao Miguel Sousa Tavares).

  6. “Diga-se que a solução krugmaniana também poderia ser conseguida se os salários e preços na Alemanha subissem 30% em relação à Grécia/Espanha/Portugal/etc”

    Isso podia resolver o problema entre os PIGS e a Alemanha mas colocava outros problemas à Alemanhas vs resto do mundo e não resolvia o problema dos PIGS vs resto do mundo

  7. “Melhor seria leres o artigo, em vez de andares a papaguear citações avulsas”

    Deixo-te três conselhos:

    1. Lê o post original do Krugman;
    2. Aprende Economia;
    3. Tomam um ansiolitico antes de leres a última frase.

  8. Acho que não sou eu (além disso, não sou nenhuma entidade plural) quem precisa de ansiolíticos, sim talvez quem se leva demasiado a sério ;)E acho que tu não leste o artigo do Krugman… Precisas de outros dotes de representação, meu caro.

  9. “Isso podia resolver o problema entre os PIGS e a Alemanha mas colocava outros problemas à Alemanhas vs resto do mundo e não resolvia o problema dos PIGS vs resto do mundo”

    Ou então o euro desvalorizaria 30%.

  10. Miguel

    “E acho que tu não leste o artigo do Krugman”
    Acho que também precisas de aprender inglês.

  11. A. Trigueiro

    O Krugman acha que nos Países do sul da Europa os salários deveriam ser até 30% mais baixos que na Alemanha.

    Só que os salários médios e baixos em Portugal já têm essa diferença em relação aos da Alemanha.

    Portanto, adivinhem lá quais seriam os salários que teriam que ser cortados…

  12. “O Krugman acha que nos Países do sul da Europa os salários deveriam ser até 30% mais baixos que na Alemanha.”

    Não. O Krugman acha que têm que DESCER 30% em relação aos salários alemães. Que, em números redondos, é o valor da nossa perda de competitividade em relação à Alemanha na última década (há um gráfico na Economist desta semana, e imensos na net). Com tempo, haveria outras coisas a fazer (aliás, aconteça o que acontecer, convém que as façamos) mas, como escreveu lucklucky, é demasiado tarde.

  13. Sérgio Pinto

    Para os que agora descobriram o Krugman (e gostam de falar em “aprender economia”), mesmo que num post em que o que ele pretende dizer não é totalmente claro, ofereço isto:

    My view is that the fatal flaw in Austrian economics is that it can’t explain unemployment — or, worse, that it thinks that it can explain unemployment, but is deluding itself.

    http://krugman.blogs.nytimes.com/2010/04/07/martin-and-the-austrians/

    So Austrians are basically Keynesians in denial — self-hating Keynesians? — pretending to themselves that they’re not using ideas that are in fact essential to their story.

    http://krugman.blogs.nytimes.com/2010/04/07/austrian-followup/

  14. “Mas isso mantinha tudo na mesma entre os PIGS e a Alemanha.”

    Expliquei-me mal – a desvalorização de 30% do euro não seria a alternativa à reduçaõ dos salários PIGS ou ao aumento alemão. Seria (assumindo o tal aumento de 30% dos salários alemães) a alternativa aos problemas da alemanha vs. resto do mundo.

  15. Claro que isto não adiantará nada – porque a moeda única põe-nos em ciclos viciosos: como a taxa de juro nominal na zona euro é mais ou menos a mesma, se um país tiver uma inflação maior que a média vai ter um juro real menor (talvez até negativo, se a inflação for muito alta), logo mais endividamento e consumo e ainda mais inflação, até à subida de preços e salários se tornar insustentável. Ou seja, esse género de “bolhas” regionais seguidas de crises vão acontecer muitas vezes na zona euro.

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