Na semana passada, um protesto estudantil (meus destaques):
Cerca de 90 estudantes do único curso superior público de fotografia do país, que funciona no Instituto Politécnico de Tomar, estão acampados, desde segunda-feira, no átrio principal da escola e ali têm passado dia e noite. Dormem em tendas montadas à porta da escola, e ali têm permanecido como forma de protesto pelas más condições em que são obrigados a frequentar o curso que escolheram.
Falta de espaço, falta de material, como rolos, químicos e papel de revelação, usados nas disciplinas mais específicas e técnicas – são algumas das falhas de que se queixam.
Numa era digital é curioso (mas não surpreendente) verificar quão mal preparados estão os estudantes portugueses.
Provavelmente a pressão do mercado acabará com o comércio de material analógico, mas estamos a falar de duas coisas distintas (analógico e digital). Claro que se poderá questionar o papel de uma Universidade, e se deve ou não apostar em técnicas minoritárias. Mas também seria fundamental conhecer o peso do estudo de técnicas analógicas no programa do curso para uma opinião mais fundamentada.
(opinião pessoal: se eu fosse responsável por um programa de um curso de fotografia, não eliminaria a componente analógica; e introduziria técnicas analógicas ainda mais antigas – o que acontece com frequência)
“(opinião pessoal: se eu fosse responsável por um programa de um curso de fotografia, não eliminaria a componente analógica; e introduziria técnicas analógicas ainda mais antigas – o que acontece com frequência)”
Caro CMF, se o teu curso fosse financiado exclusivamente pelos alunos logo saberias sobre o sucesso, ou não, do ensino de técnicas analógicas.
Licenciatura em fotografia digital? E não haverá licenciaturas de Pesca do Bacalhau?
Quando é que aparece um governo de jeito e com a tal coragem de que se fala que feche estas instituições de “ensino” superior? Ou será que foram criadas por questões partidárias?
“Caro CMF, se o teu curso fosse financiado exclusivamente pelos alunos logo saberias sobre o sucesso, ou não, do ensino de técnicas analógicas.”
Claro. Essa é a perspectiva correcta. A única coisa que eu queria dizer é que não é descabido incluir técnicas analógicas, hoje, num curso de fotografia. (E tenho até um exemplo de um curso que é financiado exclusivamente pelos alunos, e que, com altos e baixos, tem conseguido manter interessantes níveis de sucesso com uma abordagem quase exclusivamente analógica. Não é um curso superior, é algo num nível completamente diferente. Mas penso que talvez ilustre o que eu queria dizer. Se calhar até tenho dois exemplos, mas teria que averiguar como evoluiu o programa nos últimos dois ou três anos…)
Meus caros, para certo tipo de trabalho como por exemplo fotografia de estudio o analógico é superior dado que a pelicula tem certas caracteristicas que o digital não consegue replicar.
Nunca ouviram falar de uma “Rolleiflex”???
Estou de acordo, os papas dos meninos que paguem os negativos!!!
Pergunto-me qual a necessidade de uma licenciatura que apenas aborda a fotografia.
Estes estabelecimentos são uma medida do governo para fazer uma cosmética de charme ao número de licenciados em Portugal. Neste curso entra-se com 11 de média, fazendo as específicas de História da Arte ou História, algo acessível a qualquer um. Então nos dias que correm… O menino passa de seguida 3 anos a tirar fotografias, e já é doutor.