Sobre o salário mínimo

“The Hidden Costs of a Minimum Wage” de Art Carden (Mises Institute)

Anyone who has taken an introductory economics course is familiar with the idea that a minimum wage leads to a reduction in the demand for labor and an increase in the supply of labor in the relevant market — usually, the market for low-skill workers. The minimum wage removes the ability of some workers to compete by accepting lower wages and shuts them out of the labor force. As a result, it reduces job opportunities for these workers. A minimum wage breaks the hinges on the door of opportunity.

“Raising Rival’s Costs” de Alex Tabarrok (Marginal Revolution)

Catherine Rampell at Economix is somewhat surprised that some employers have signed a petition supporting today’s increase in the minimum wage.(…) Note that I don’t think that these employers are being dishonest in their support for “social justice” but I do think that it’s easy to be in favor of the minimum wage when it doesn’t cost you anything.

Indeed, these employers will benefit from an increase in the minimum wage because it will raise the costs of their rivals. This is why unions have typically been in favor of the minimum wage even when their own workers make much more than the minimum.

Recomendo também o visionamento da 2ª parte do documentário “Good Intentions” de Walter Williams intitulada “Minimum Wage, Licensing, and Labor Laws”

12 pensamentos sobre “Sobre o salário mínimo

  1. rui costa

    Defende então que Lei deva permitir que os trabalhadores aceitem trabalhar mais que, por exemplo, 60 horas semanais, cobrando, por exemplo, duas refeições por dia.

  2. Carlos

    “trabalhadores aceitem trabalhar”

    Usa o termo certo : “aceitem”. Isto é, ninguém os obriga a trabalhar 60 horas por 2 refeições. Se alguém quiser aceitar voluntariamente tal contrato, porque que carga de água quer impedi-lo?

    Em termos práticos, duvido muito que o seu exemplo pudesse ocorrer num mercado de trabalho desregulamentado porque simplesmente ninguém aceitaria tais condições de livre vontade.

  3. Ricardo Sebastião

    “Em termos práticos, duvido muito que o seu exemplo pudesse ocorrer num mercado de trabalho desregulamentado porque simplesmente ninguém aceitaria tais condições de livre vontade.”

    ninguém aceitaria porque há subsídios de desemprego e rendimentos mínimos e outros que tais, porque se não houvesse essa rede, iria ver se não aceitariam!

  4. “1.Defende então que Lei deva permitir que os trabalhadores aceitem trabalhar mais que, por exemplo, 60 horas semanais, cobrando, por exemplo, duas refeições por dia.”

    Já é permitido por lei. Muitas instituições sobrevivem com esse tipo de trabalhadores, mas chamam-lhes voluntários ou estagiários. O problema é o que acontece no limbo intermédio. Considere, por exemplo, um jovem que, depois de 6 meses de estágio (“salário” abaixo do SMN), fica desempregado porque ainda não tem capacidades suficientes para produzir acima do valor definido como SMN.

  5. Hugo

    Viva o mercado. Viva a desregulação. Como se diz acima, e bem, já existem empresas que vivem à custa de “estagiários” que se vêem “forçados”, de livre e espontÂnea vontade, claro, a aceitar empregos vergonhosos vivendo ainda do salário dos pais, com a esperança de vir a ingressar a empresa e usufruir de uns magníficos 500 euros. É o mercado! Fantástico. É tão fácil ser um liberal de boas famílias, que nunca vai ter de lutar por um salário de 500 euros, e pedir “desregulação”. Se não houvesse salários mínimos e se desregulasse tudo como é pedido, em tempos de crise as pessoas não só eram despedidas a pacotes, como o mercado iria baixar naturalmente os salários. E as pessoas aceitá-los-iam de livre e espontânea vontade novamente, porque “é o mercado”. Que nojo me mete o vosso fundamentalismo.

  6. AA

    Caro Hugo, não é fundamentalismo, é conhecimento de como a Economia funciona.

    Por essa lógica não haveria salários acima do mínimo legal. E por essa lógica se o salário mínimo fosse abolido a civilização desapareceria , porque ninguém iria pagar um chavo por qualquer tipo de trabalho – e portanto, por qualquer bem ou serviço.

    O facto dos haver um excesso permanente de estagiários licenciados não se deve ao mercado livre. Pois a educação tem um custo, e um retorno esperado. Havendo poucas perspectivas de emprego, ou perspectivas de emprego mal pago, a relação custo-benefício altera-se, e levaria muita gente a procurar cursos alternativos. Acontece que os cursos universitários do Estado são na prática gratuitos, o que leva a que haja demasiados licencidos. Por outro lado, corporativismos vários dificultam que novas empresas abram para tomar partido da mão-de-obra barata.

    Quem tem mais a ganhar com salários mínimos são os trabalhadores já empregados e pagos confortavelmente acima desse nível, porque ficam protegidos de concorrência; empresas que assim têm uma torrente de mão-de-obra qualificada extremamante barata; políticos que colhem os louros de estatísticas do salário mínimo enquanto culpam tudo o que mexe porque há desemprego. De novo, um salário mínimo _ilegaliza_ que alguém trabalhe por menor salário do que o estipulado. Tal como qualquer preço fixado acima do mercado, cria diminuição e oferta e aumento da procura – por postos de trabalho. Neste caso, desemprego.

  7. Hugo

    AA: O conhecimento da economia é uma mais-valia para si e para os que se pavoneiam por aí, mas não o diga com essa superioridade. Aliás, repare que o conhecimento de como a Economia funciona não impede as sucessivas crises de aparecer, e atirar, com elas, para a pobreza muitos milhões que nada entendem dela. E se o fundamentalismo vem da minha parte, contra o mercado livre, é porque a acho justificada, juntamente com milhares de outros economistas, que têm uma visão diferente. Ou entende o meu amigo que o que se aprende na faculdade de economia é um dogma como a bíblia?

    “Por essa lógica não haveria salários acima do mínimo legal. E por essa lógica se o salário mínimo fosse abolido a civilização desapareceria , porque ninguém iria pagar um chavo por qualquer tipo de trabalho – e portanto, por qualquer bem ou serviço.”

    Não foi isso que eu disse. Mas se houver desregulação, em tempo de crise, como abundarão os despedimentos devido à falta de oferta, as pessoas tenderão a aceitar empregos menos bem pagos. Pode haver a ilusão de que as pessoas terão liberdade de o recusar. Pois bem, mas de que viverão?

    “O facto dos haver um excesso permanente de estagiários licenciados não se deve ao mercado livre.”
    Correcto. Mas o facto de existirem pessoas com licenciaturas no desemprego, em áreas onde há necessidade de empregar, mas as condições económicas a isso obrigam… leva-me a crer que tem tudo a ver com mercado. Dou-lhe rapidamente exemplos em áreas como educação e ambiente. Mercado a quanto obrigas…

    “Acontece que os cursos universitários do Estado são na prática gratuitos, o que leva a que haja demasiados licencidos.” Meu caro, as propinas da universidade onde estudei estão hoje nos 1000 euros anuais. Algo como mais 1000 euros do que há 12 ou 13 anos. É aquilo a que vocês apelidam de socialismo, com asco, neste blog.

    “políticos que colhem os louros de estatísticas do salário mínimo enquanto culpam tudo o que mexe porque há desemprego.” aqui estamos plenamente de acordo. Concordo muito com as Novas oportunidades, mas não desta maneira, que servirão como diz, exactamente para propaganda.

    “Tal como qualquer preço fixado acima do mercado, cria diminuição e oferta e aumento da procura – por postos de trabalho. Neste caso, desemprego”

    Silogismo simples: desregular leva a uma menor taxa de desemprego. Fantástico! Se o mercado ditar que o salário médio baixo bastante, juntamente com acabar com subsídios de desemprego e rendimentos mínimos, teremos a população a produzir mais e a conduzir a maiores diferenças sociais.

    Espero sinceramente que se o CDS chegar ao poder um dia o faça, mas que ao mesmo tempo feche as portas À imigração, como outro post que anda por aí. Deste modo, quando as massas se agitarem, não terão imigrantes que possam culpar.

    Igualdade para mim é sinónimo de social democracia real. Vejam os bons exemplos dos países a norte, vejam os valores dos salários mínimos e médios, vejam as desregulações feitas por lá.

    Que a vossa selvajaria nunca se cumpra 😉

  8. AA

    Hugo pá por onde queres que eu comece? Não refutas nada do que eu escrevi, nem justificas nada do que acrescentas. Fico-me por duas ideias. Primeiro, se o custo do factor trabalho desce, desce o custo de vida. Mas de novo, eliminar o salário mínimo nacional só afectaria aqueles que auferem esse salário ou os que são proibidos de trabalhar por menos do mesmo. Essa gente é privada dos mecanismos de ascensão social (começar com um trabalho, por muito mal pago que seja, ganhar uns dinheiros e experiência, e subir pelos seus méritos). Isto leva-nos à outra questão. E depois que aumentem as desigualdades sociais? O que importa é que toda a gente continue a melhorar o seu nível de vida – coisa que não acontece quando uns são remetidos ao desemprego, ou à assistência social, porque não podem oferecer os seus serviços por menos do que o Estado decreta. Abraço do selvagem 🙂

  9. Hugo

    AA: numa altura em que a economia crescesse, isso até poderia funcionar. Numa altura como a de agora, simplificando muito, a liberalização iria fazer com que a mó de baixo visse os seus salários a diminuir e os desempregados aceitariam empregos por salários mais baixos. Com um desemprego em 10% estás à espera de quê? E hoje já não é pouco o trabalho precário / temporário. Afirmar que uma das maiores conquistas sociais que tivemos, o salário mínimo, deveria ser deitada borda fora.
    Até te dei um doce ao falar de social democracia, onde ao contrário do que poderia parecer, não existe um salário mínimo (Suécia). Mas aí não me importava eu de ser desempregado: formação paga pelo Estado, e muitas coisinhas boas. E ao contrário do que vocês pregam o Estado é um monstro gigante. Os comunistas também comiam criancinhas.
    Ah e quanto ao teu segundo ponto: lá as desigualdades sociais não só são menores, como o salário médio é muito, mas muito superior ao de cá. (Atenção, não estou a dizer que resultasse cá.)

  10. AA

    Não tem nada que ver com a economia estar a crescer ou a minguar, ou com a existência em paralelo de outros sistemas de protecção social. Salários mínimos ilegalizam trabalho honesto. E, por essa via, criam desemprego e exclusão social, e não permitem que a economia se desenvolva, aumentando a produtividade do trabalho, que teria de ser compensado por salários mais altos.

    Se o salário mínimo gerasse riqueza, bem podíamos multiplicá-lo por dez ou cem. Pensa no teu salário, e fixa o salário mínimo 20% acima. Que acha que vai acontecer ao teu posto de trabalho? E o que tem de acontecer para o Estado dar-te e a todos os outros o subsídio de desemprego? E o que acontece às empresas, com maiores custos laborais, mais carga fiscal, e procura com menos poder de compra?

    Mas é isto que está a acontecer, sempre que haja salários mínimos legais, ou qualquer outro preço tabelado por baixo. Chamar a uma política antieconómica e antisocial uma “conquista social” só revela até que ponto a propaganda da luta de classes avançou – sacrificam-se milhares de ovos (trabalhadores) para que se faça a utópica omoleta da destruição da sociedade burguesa…

    Enfim, também recomendo este – http://oinsurgente.org/2009/07/24/sobre-o-salario-minimo-2/

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.