Se o casamento entre brancos e pretos tivesse sido instituído nos EUA seguindo a regra exclusivista (veja-se o discurso altamente moral e preconceituoso contra o casamento homossexual incestuoso – inócuo do ponto de vista biológico como bem refere o João Miranda) e sustentada por uma formulação de direito positivo como a que foi ontem amplamente defendida no debate pelos partidários do casamento homossexual, muito provavelmente os asiáticos ainda não se poderiam casar com brancos.
“in oculum descansum est”
Uma nota em relação ao Prós e Contras da RTP e á intervenção (sempre infeliz) de Fernanda Câncio. Ela, jornalista, tentando (ao melhor estilo socretino) ficar por cima num tête-a-tête com um advogado, pergunta a este, com ar paternalista, se ele já leu o código civil… enfim.
Além disso, quem estiver atento vê que ela apenas faz duas coisas:
1. Diz coisas óbvias, mas com o ar socretino (na TV) de ofendido e sério, de quem está cheio de razão.
2. Faz comentários e apartes despropositados e malcriados com sorriso de gozo, também ao estilo scoretino (na AR).
Para finalizar, é incrível a coincidência, mais uma vez, o tema do programa da televisão pública, segue o programa e as questões levantadas pelo PS e José Sócrates. Vergonhosa a forma como a apresentadora, mais uma vez, é extremamente parcial.
O que significa “casamento inócuo do ponto de vista biológico”?
Tal como todos nós aprendemos na adolescência (e alguns de nós até antes disso!), para procriar não é preciso ser-se casado, nem o facto de se ser casado implica que se procrie.
As regras genéticas (e a experiência de longa data de muitas famílias reais europeias, inclusivé das portuguesas) informam-nos também que os filhos de pessoas aparentadas não são necessariamente deficientes geneticamente. Têm apenas uma maior probabilidade de o virem a ser.
Nos países árabes o casamento entre primos direitos é muito usual e, tanto quanto se observa, não deriva daí nenhum problema especial.
O Luís Lavoura está a fazer um juízo probabilístico, que pode ser discutido integrado no problema genérico do casamento incestuoso.
A minha ambição era mais limitada, e limita-se a dizer que no caso de esse casamento ser entre pessoas homossexuais a probabilidade é nula.
2Nos países árabes o casamento entre primos direitos é muito usual e, tanto quanto se observa, não deriva daí nenhum problema especial.”
Penso que há muitos casos de cegueira nos paises árabes exactamente por isso.
E penso que, se eu tiver um dado gene, há 50% de hipoteses da minha irmã também o ter, contra 12,5% da minha prima-irmã (se eu estou a fazer bem as contas)
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