Tempos modernos

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Uma juíza canadiana retirou uma punição imposta a uma jovem de 12 anos pelo seu pai que a tinha proibido de participar numa viagem escolar mas este recorreu da decisão da justiça, informou a sua advogada, citada pela agência Lusa.

A jovem de Gatineau, na localidade de Otava, recorreu à justiça porque o seu pai a tinha proibido de participar numa viagem de fim de ano, alegadamente porque a jovem passava muito tempo a «navegar» na Internet.

Uma juíza da Tribunal do Quebec deu-lhe razão e ordenou que participasse na viagem.

Segundo a advogada do pai, Kim Beaudoin, a juíza achou que o pai era demasiado severo e considerou que a jovem já tinha sido punida, uma vez que lhe fora retirado o acesso à Internet.

(via Câmara dos Comuns)

8 pensamentos sobre “Tempos modernos

  1. hajapachorra

    Fosca-se! E o paizinho não foi à tromba da juiza sem juizo?! Graças a Deus quando essas merdas chegarem cá já terei os filhos mais que criados.

  2. “embora seja o pai que tem a autoridade sobre a filha, ela está a viver com a mãe (que, ao que parece, não se opõe a que ela vá na tal viagem).”

    Porém, o tribunal não decidiu sobre quem deve ter custódia da filha mas apenas sobre esta decisão do pai.
    Julgo que não estás a defender que o sistema judicial deva substituir os pais na educação dos filhos…

  3. Paulo Quintela (dos Super Pais da 26-4)

    ” os pais estão em disputa pela tutela da filha, e embora seja o pai que tem a autoridade sobre a filha, ela está a viver com a mãe (que, ao que parece, não se opõe a que ela vá na tal viagem). ”
    “sobre quem deve ter custódia da filha ”

    O termo correcto a ser usado é Poder Paternal (e guarda) , e não “tutela”, nem “autoridade” nem “custódia”.
    Com as novas leis Portuguesas, provavelmente serão usados novos como “responsabilidade parental”, embora esteja a ser ainda definido o que tal significa, isto pelo que tenho lido. Pois tanto poderá ser usada a favor ou contra o progenitor que tenha o “poder paternal” como o que não tiver, o que irá criar sem duvida várias confusões, isto até nova jurisprudência ou esclarecimentos.
    De qualquer forma, os termos tutela, autoridade e custódia são incorrectamente utilizados pois não são os termos legais.
    Recordo, que um processo de Poder Paternal e Guarda se chama geralmente de “Processo de regulação do exercício do Poder Paternal”.

    Custódia é tipicamente norte-americano, e vem de ter uma pessoa sobre sua custódia (o que ninguém diz em linguagem comum). Mas nos EUA diz-se.
    Daí o termo Poder Paternal , sobre quem tem o poder de decisão sobre os filhos. E Guarda, sobre quem tem os filhos a viver com.
    Na gíria, diz-se sempre Poder Paternal, pois geralmente este é atribuído juntamente com a guarda.

  4. Paulo Quintela (dos Super Pais da 26-4)

    ” Há um detalhe que está a ser esquecido nessa história: os pais estão em disputa pela tutela da filha, e embora seja o pai que tem a autoridade sobre a filha, ela está a viver com a mãe (que, ao que parece, não se opõe a que ela vá na tal viagem).

    Ou seja, isto tem pouco a ver com a imagem algo caricatural que está a ser dada. ”

    Exmo sr Miguel Madeira.
    Não houve nenhum facto esquecido.
    Há, é uma intervenção do advogado da rapariga contra o próprio Pai .
    Não uma intervenção do advogado da mãe.
    Portanto, é a filha que vence o Pai em tribunal.
    Não uma disputa entre o pai e a mãe, embora esta exista paralelamente.

    No caso Português, as crianças e adolescentes não tem advogados, mas é o ministério público que oficialmente defende os menores.
    Portanto, a noticia está correcta, pois mesmo que tenha sido a mãe a instrumentalizar a criança a usar um advogado (chama-se a isso Alienação Parental) , foi o advogado que fez o pedido, e o juiz(a) que o concedeu à rapariga e não à mãe.

  5. Paulo Quintela (dos Super Pais da 26-4)

    “Porém, o tribunal não decidiu sobre quem deve ter custódia da filha mas apenas sobre esta decisão do pai.
    Julgo que não estás a defender que o sistema judicial deva substituir os pais na educação dos filhos… ”

    Exmo senhor BZ
    A opinião que faz, tem várias imprecisões.
    Primeiro, o tribunal decidiu ANTERIORMENTE quem tem o Poder Paternal (Custody) da filha, neste caso a favor do Pai.
    (o que é raro, mas acontece mais lá fora).

    Portanto, a decisão da viagem, vai contra a decisão geral sobre a atribuição do Poder Paternal.
    Tal, é raro.
    Acontece sim, em casos de Guarda e Poder Paternal conjuntos, o que não é o caso.
    Acontece também, por vezes, por requerimento do progenitor que não tenha o Poder Paternal, e conteste alguma decisão do progenitor-mor. Neste caso seria a mãe, mas tal também não foi o caso.

    Agora por pedido de um(a) adolescente de 12 anos, quer seja por advogado, quer por M Publico, é coisa que é mesmo raro ver. Daí a noticia.

  6. Paulo Quintela (dos Super Pais da 26-4)

    Julgo que não estás a defender que o sistema judicial deva substituir os pais na educação dos filhos…

    Comentário por BZ — Julho 2, 2008 @ 2:04 am

    Na prática, é sempre isso que acontece.
    Não existe forma mais retalhante na educação dos filhos, que retirar um dos progenitores.
    Mas na prática, é isso que se faz.
    Lá por ser um hábito, e quase ninguem reparar, não quer dizer que seja correcto, e muito menos, no interesse da criança. Mesmo que digam que é.
    Na china, por exemplo, quando há divórcios, as crianças são entregues ao Estado , e cada um dos progenitores (pai e mãe) ve os filhos em fins de semana alternados.
    Durante a semana, ficam em instituições estatais.
    Porquê ? Porque é no “superior interesse da criança” que esta não sofra com as disputas e com o fim do relacionamento entre o casal.
    Como na china, se vive muito o Estado, é no superior interesse da criança que ela seja entregue ao Estado.
    Nos países de tradição Islámica, as crianças são quase sempre entregues aos Pais (homens), por raizes patriacais.
    Razões ? Podem dizer que é antiquado, mas eles argumento tanto no Iraque como no super desenvolvido Dubai, que os Pais (homens) dão mais coragem , e tem muito mais jeito para o negócio, como se vé também nos EAU e qualquer país do ocidente.
    E vá lá alguem dizer-lhes o contrário.
    Evidente, que no Iraque acrescentam outras coisas.

    No Ocidente, de raiz matriacal desde os principios dos anos 70 principalmente, é no superior interesse da criança, que esta seja entregue a mãe, pois as mães são mais carinhosass, e os homens são mais agressivos na generalidade
    (que aos filhos não são, mas até isso dizem que são).

    Como se pode ver, é tudo argmentos Generalistas, que não tem sentido, sem ser como lugares comuns.
    Evidente que os homens terão no geral mais qualidades nisto, e as mulheres naquilo. Mas por alguma razão as crianças nascem de pai e mãe, e tudo o resto como se vé, a começar pela China, são meros argumentos Culturais muito repetidos.

    Por fim, há alguns países, onde é caso a caso. No canadá, como se pode ver, parecem existem vários, tanto que esta criança estava com o Pai.

    Mas mais raro, ainda é haver casos a caso, e dentro da guarda conjunta.
    Pois isso, implica uma verdadeira justiça, sair de relativismos culturais, pensar realmente na criança não usando chavões “superiores” a torto e a direito, etc.
    Tais países, são alguns do Norte da Europa (Dinamarca) e alguns estados dos EUA.

    Obrigado

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