
Convém não esquecer que o PSD não apresentou candidato à Presidência da Assembleia da República. O PSD não apresentou candidato ao lugar para a segunda figura na hierarquia institucional do Estado.
Convém não esquecer que “As candidaturas para Presidente da Assembleia da República devem ser subscritas por um mínimo de um décimo e um máximo de um quinto do número de Deputados” e, por isso, o PSD era o único partido da oposição em condições para fazer. O que se tira daqui é que o PSD não quer ser oposição forte ao PS.
Convém não esquecer que boa parte da bancada do PSD votou a favor da reeleição de Ferro Rodrigues para Presidente da Assembleia da República. Convém não esquecer que Rui Rio até bateu palmas!
Do meu lado, louvor aos deputados que não votaram a favor.
Ninguém votou contra…
Espantoso: alguém ainda não percebeu que PS e PSD são faces da mesma moeda, farinha do mesmo saco, bosta do mesmo curral.
Em 40 anos de partidocracia, que repartiram quase a meio, jamais teriam mantido o saque e a impunidade sem o apoio um do outro. Como pode alguém pensar que não são cúmplices na bandalheira, e que qualquer arrufo é só perante as câmaras, para inglês ver?
Ah, é o Sr. Blanco… tem 24 aninhos… continua deslumbrado pela eleição da IL para o paralamento… está explicado.
Ponto único
a-Nenhum partido é obrigado a apresentar candidato
b-Bater palmas tanto pode significar cortesia como ironia.
“Do meu lado, louvor aos deputados que não votaram a favor.”
O PSD não apresentou candidato porque sabia que o Ferro ia ganhar. E fazer má cara ao árbitro no inicio do jogo é má táctica.
Portanto para o PSD a escolha era esta: ou um Ferro Rodrigues conciliatório ou um Ferro Rodrigues antagonizado. Eles fizeram a escolha mais inteligente.
E aposto que os deputados lembraram-se que o Ferro Rodrigues até tinha feito um bom trabalho naquele cargo.
O sectarismo e o ódio ao PS do Bernardo Blanco que não passa de um extremista está bem à vista…
Fico a aguardar todos os louvores que o Blanco irá despejar em cima da extrema-direita parlamentar: CHEGA!, IL e talvez o CDS se esta última deriva continuar.
“E aposto que os deputados lembraram-se que o Ferro Rodrigues até tinha feito um bom trabalho naquele cargo.”
ATAV, aqui entre nós: v. por acaso não é pago pelo PS, ou por uma agência de comunicação, para defender o PS? Ou fá-lo de graça?
Não leve a mal, mas mete confusão como alguém inteligente, a quem já aqui li várias coisas acertadas, está constantemente com o nariz na trampa do Partido da Sucata.
Presumo que só possa ser pago, pois defender o PS, o maior esgoto a céu aberto do país, como esse trambolho chulo e mafioso que defende neste post, não há-de ser de borla. Seria demasiado absurdo.
Filipe Bastos
Não sou um avençado. Acho que já expliquei anteriormente a razão pela qual defendo o PS nestas circunstâncias mas posso fazê-lo novamente recorrendo a um post meu anterior.
“…os membros da Iniciativa Liberal odeiam visceralmente o PS. E odeiam o PS não porque este partido tenha problemas com a corrupção ou porque não saiba governar mas porque o PS é provavelmente o maior representante da democracia portuguesa.
O PS, tal como o nosso regime, tem inúmeros defeitos que precisam de ser corrigidos mas é democrático no seu ADN. E é isto que encanita o pessoal d’O Insurgente e da IL. Preferiam uma coisa semelhante à Hungria ou ao Pinochet…”
Resumindo, o ataque ao PS pelo pessoal daqui é um ataque velado à nossa democracia que os outros extremas-direita irão topar. “Dog-whistle politics” no seu melhor…
E fique registado que considero que o PS tem imensos problemas com a corrupção e o compadrio que precisam de ser corrigidos. E também considero o PSD o outro representante da nossa democracia. E, caso o PSD fosse o alvo preferencial do pessoal daqui também o defenderia da mesma maneira, apesar de estar colonizado de fascistas empedernidos e darwinistas sociais.
Declaração de interesses: nas últimas legislativas votei PS. Mas já me arrependi. Devia ter votado no PSD.
“o PS é provavelmente o maior representante da democracia portuguesa.”
Qual democracia? Refere-se a esta partidocracia podre onde metade da população, ou menos, elege uns mânfios impostos pelo esgoto partidário, que durante quatro anos fazem o que lhes dá na gana?
O resultado: após décadas de esmolas europeias, somos o país mais atrasado e corrupto a oeste da Albânia, com três bancarrotas e calotes a perder de vista, enquanto esta canalha se cobre de tachos e penachos.
Após quatro anos de saque e impunidade, dão-nos a subida honra de renovar-lhes o tacho, ou de rodá-lo para a outra metade do centrão… e recomeça o regabofe. Democracia?
O PS, do Chulares ao Costa, é o maior responsável e o maior beneficiário da javardeira. Não é preciso ser fascista para odiar o PS: basta ter olhos na cara. Nem é ódio, é repulsa. Desprezo. Nojo.
Se, como diz, pugna por uma sociedade mais justa, devia ser o primeiro a malhar no PS. Como se não bastasse tantas ditaduras comunistas, gangues pulhíticos como o PS reforçam os piores estereótipos sobre a esquerda.
Pulhas e trafulhas como o Ferro, o Pinto de Sousa, o Vara, o Farfalha, o Lula e tantos outros, só empurram as pessoas para a direita.
Filipe Bastos
“Se, como diz, pugna por uma sociedade mais justa, devia ser o primeiro a malhar no PS.”
E malho. Por causa da corrupção e pela incompetência. Não por causa do “socialismo” ou coisa parecida que são apenas desculpas da treta para atacar a nossa democracia.
Mas também não me esqueço que é graças ao PS ( e ao PSD também) que o nosso pais não atravessou uma guerra civil ou degenerou numa ditadura comunista quando o Estado Novo foi derrubado.
“Mas também não me esqueço que é graças ao PS ( e ao PSD também) que o nosso pais não atravessou uma guerra civil ou degenerou numa ditadura comunista”
O Mário Chulares queria mamar à vontade. Ele sabia que Cunhal era um fanático, que colocaria Portugal a ferro e fogo, e lá se ia a mama xuxa. Para os xuxas, travar os comunas era uma questão de sobrevivência.
Tal como no 25/4, uma mera revolta corporativa de militares, a ‘democracia’ foi um subproduto. Para o PS o essencial era tomar conta disto, sobretudo do ouro acumulado pela outra senhora. Exaurido o ouro, saqueado o país, o Chulares ‘salvou-nos’ outra vez: fomos pedir esmola à CEE. Mas jamais tivemos uma democracia; só a partidocracia desse velho mafioso.
Este blog terá os seus darwinistas sociais e direitalhas alucinados, sem dúvida, mas a grande maioria ataca a esquerda; não a democracia. Isso parece mais uma justificação sua para defender o gangue sucateiro.
“Este blog terá os seus darwinistas sociais e direitalhas alucinados, sem dúvida, mas a grande maioria ataca a esquerda; não a democracia. ”
Discordo. Sabe como dá para ver isso? Para além dos ataques constantes ao PS, o pessoal daqui costuma tentar desacreditar o jornalismo com posts uns atrás dos outros. Sempre a insinuar que os jornalistas defendem uma agenda politica obscura (tipo aquilo da Greta e do Clima), que estão todos comprados ou que são incompetentes.
Ou seja, defendem que nada que sai nos jornais é de fiar. Ora bem, como o jornalismo independente é um dos pilares da democracia já dá para ver que tipo de regime esta gente defende…
Outra prova. Você diz que o pessoal daqui, que se afirma liberal, ataca a esquerda. Ou seja, que é apenas uma questão ideológica. Mas isso também é treta porque o partido do arco do poder mais liberal em Portugal provavelmente será o PS. O PS defende quase todo o liberalismo social (gays, co-adopção, eutanásia, descriminalização das drogas leves, etc) e fez uma data de reformas económicas liberais:
O Guterres privatizou imenso, o Sócrates liberalizou o mercado de trabalho, reformou a administração pública de forma a permitir despedimentos, cortou pensões e montou PPPs. Até o Costa que era apoiado pela esquerda manteve o grosso da reforma laboral do Passos Coelho naquela que era uma “reforma contra a precariedade” e cortou os impostos directos aumentando os indirectos que beneficia os mais abastados à custa dos mais pobres (transferir o fardo fiscal dos ricos para os pobres também é outra politica muito apreciada pelos liberais). Até o Soares meteu o socialismo na gaveta e fez austeridade.
Como o pessoal daqui é liberal, as politicas do PS deviam merecer o respeito deles. Mas não, é tudo “socialismo”…
Outra coisa que devia merecer o respeito dos liberais foi o papel do PS em afastar os marxistas e os comunas do poder depois do 25 de Abril. A única coisa que vejo neles é um enorme desconforto com o 25 de Abril. É por isso que clamam tanto pelo 25 de Novembro. Estão a tentar apropriar-se da data mas esquecem-se que o PS também esteve envolvido nisso. É transparente que é mais “Dog whistle politics”. Gritam “Viva o 25 de Novembro!” para os outros liberais e fachos ouvirem “No 24 de Abril é que era bom”…
“Isso parece mais uma justificação sua para defender o gangue sucateiro.”
Já por várias vezes disse que este partido tem imensos problemas incluindo a corrupção e compadrio. Também já disse que o Sócrates devia estar na cadeia e que o Guterres era um pateta. E nem vou comentar o que penso de Varas e afins… Chama a isso defender o PS? OK.
“Defendem que nada que sai nos jornais é de fiar.”
Concordo! Vê como não é preciso ser fascista? No mínimo, devemos tentar verificar sempre. A maioria dos jornais são parciais. Mesmo bons jornais, como o Guardian, impingem-nos certo lado da história.
A qualidade deixa também a desejar: boa parte parece copy-paste de copy-paste, geralmente do Twitter ou afins; é raro o jornalismo sério de investigação. E com o declínio dos jornais só tende a piorar.
“Como o pessoal daqui é liberal, as politicas do PS deviam merecer o respeito deles.”
Aí tem razão, faz parte da ‘dissonância cognitiva’ da malta direitalha. Não é só cá: nos EUA dizem o mesmo da Hilária, no UK do Blair, etc.
“Chama a isso defender o PS?”
Chamo. É uma táctica habitual, contenção de danos. Limitar a crítica aos casos sem defesa, que o próprio partido já deixou cair (Trafulha, Vara), ou que não são relevantes (Guterres), para defender os que interessam (Costa, Centeno, etc).
É inaceitável defender o PS. Seja por que motivo for. É uma associação de criminosos que há 40 anos chula, rouba e enterra o país em total impunidade, e que só reforça maus estereótipos da esquerda.
Filipe Bastos
Há uma diferença enorme entre achar que os média são parciais (toda a gente é) e que cometem erros (toda a gente faz) e presumir, como os liberais daqui fazem, que os jornais são órgãos de propaganda cujo propósito é enganar os consumidores.
Apesar de haver excepções, a maioria dos média têm um código deontológico e fazem retratações quando faltam à verdade. Tentam ser intelectualmente honestos e factualmente correctos.
Quanto ao resto, as diferenças entre nós são notórias. Eu acho que Portugal é uma democracia (o nosso regime é imperfeito mas democrático) e que os dois principais partidos são reabilitáveis. Você não.
E continuo sem saber qual é o tipo de regime que você defende e qual o pais que mais se aproxima do que você defende. Para mim são as sociais-democracias nórdicas.
Quanto a criticas ao actual governo, posso dizer que não aprecio nada o à-vontade que essa gente tem com as trafulhices dos seus membros (galpgate, com-primos, o lítio, Tancos, etc…) e o modo de como tentaram lidar com a questão dos incêndios com politiquice barata (o célebre focus-group). Nem sei como o Marcelo tolerou semelhante coisa. Eu teriadissolvido logo a assembleia.
ATAV, há uma diferença entre estes seus últimos posts, onde admite todas essas trafulhices, e os outros que lhe leio.
Recordo que isto começou com o ATAV a elogiar o «bom trabalho» do Ferro. Não sei o que se lhe poderá chamar, mas trabalho não é de certeza; muito menos bom.
O paralamento é um antro de pulhice e chulice; e o Ferro é das excrescências mais grotescas desta partidocracia. O seu elogio provém de um universo paralelo, surreal, onde os peixes cantam, o céu é rosa e os ratos de esgoto dão bons parlamentares.
Dirá que atira bojardas para provocar os direitalhas da casa. Que seja; também gosto de provocar. Mas jamais defendendo o PS. Defender pulhas nunca é bom.
Filipe Bastos
Não sou grande apreciador da postura do Ferro Rodrigues na política em geral. Mas presumi que ele tinha feito um trabalho minimamente aceitável. Se não tivesse sido assim a esquerda e o PSD tinham-se juntado e exigiriam que o PS nomeasse outro.
Comeram da primeira vez e quiseram repetir? É porque não sabia assim tão mal…
Filipe Bastos
Mas reparo que ainda não me respondeu qual é o tipo de sistema politico que prefere e qual o país que mais se aproxima desse modelo politico.
Não quer partilhar ou é segredo de estado? Agora fiquei com imensa curiosidade…
Democracia directa. Não já, pois a carneirada não tem ainda capacidade ou vontade de analisar, de de votar em consciência e com frequência. Uma evolução gradual, cada vez mais directa: decisões locais, regionais, nacionais.
Há muito que a tecnologia o permite; só a vontade pulhítica não.
Em vez da falsa e estéril dicotomia capitalismo-socialismo, que já enjoa, uma 3ª via, que a malta cá da casa deve achar mais à esquerda: sim à iniciativa privada, não à acumulação absurda de riqueza. Estado apenas q.b., mas saúde e educação gratuitas.
Todas as empresas maiores que, digamos, mil milhões deviam ser parcialmente públicas. Sectores essenciais e transversais a toda a economia – energia, água, comunicações – tudo sob controlo público.
Só os estados, ou uma entidade transnacional fora das patas dos políticos, devia poder criar e emprestar dinheiro. Sem juros.
Apenas alguns tópicos.
Referências? Claro que toda a gente diz os países nórdicos: são ricos e funcionam bem. Mas têm também populações pequenas, homogéneas e ajuizadas. Já viu como é a maioria do planeta? Convém recordar que, como espécie, mal saímos das cavernas.