A página da austeridade parece ser mesmo muito difícil de virar.
Imaginem como seria a reacção da comunicação social e dos partidos da geringonça se no tempo de Passos Coelhos o governo anunciasse a intenção de cortar 800 milhões na despesa pública.
É na despesa pública, e nos planos do Governo para a cortar em 800 milhões de euros no próximo ano, que reside a grande diferença entre as previsões da Comissão Europeia para as finanças públicas e as metas definidas pelo Governo no Orçamento do Estado.
E se a comissão europeia não acredita nas previsões do governo para 2019, é enviar o Super Ronaldo-das-Finanças, o doutor Mário Centeno – um super-herói que em 2015 conseguiu prever a criação de 466 empregos em 2019 como resultado das políticas de promoção do papel da lusofonia.
A notícia acima foi retirada daqui.
Leitura complementar: Bruxelas põe défice português no pódio dos menos credíveis
Em 2013 o FMI recomendava colocar um tecto máximo às pensões, limite de 5000 euros. Pouparíamos 500 milhões.
https://www.dinheirovivo.pt/economia/fmi-sugere-fim-das-reformas-antecipadas-e-um-teto-maximo-para-as-pensoes/
Agora o FMI toca na mesma tecla, mas veja-se como a noticia é dada, enviesando a discussão e baralhando para dar a imagem de uma medida malvada e injusta:
https://expresso.sapo.pt/economia/2018-09-12-FMI-quer-travar-pensoes-mais-altas#gs.yZ9RkUM
Porque ninguém discute isto em Portugal?
Porque se corta a direito, quando se reduz reformas prejudicando os mais pobres, ao invés de aplicar um limite que não prejudica ninguém? Ou 5000 euros é assim tão pouco???
Triste país habitado por amebas e governado por tubarões.
Desde 95 (não vi os anos anteriores) as despesas correntes só crescem. Exceção só nos anos da troika. Ou seja, o estado só gasta menos quando é obrigado a isso pelos credores. Notícias de corte de gastos sem troika no Terreiro do Paço são para rir, não para levar a sério.
No final dos orçamentos deveria constar:
PS: os valores de despesa previstos são só para aldrabar o tuga e o jornalismo militante.
O André Miguel toca na ferida das opções deste governo “de esquerda”. O BE e o PCP parecem conviver bem com elas. Aliás, deveria existir um tecto para as pensões, sim, de 2.000 €. Mas, aplicável a quem seja de direita… 🙂