O ódio instalado contra os idosos – que já se tinha feito sentir após o Brexit – continua a ser abraçado pela esquerda europeia (neste caso a espanhola) – tudo malta muito porreira e tolerante. Claro que há aquela modesta questão de desejarem a morte a todos os velhos do país, mas isso são coisas da irreverência e da idade que lhes hão-de passar. Como lhes passou aquela moda de achar que o Ché Guevara até era gajo com quem se bebia uns copos e que esta cena de insultar uns padres e partir umas montras até é capaz de dar numa tarde bem passada.
E por entre casas de banho mistas e a extinção do homem branco, instaura-se por decreto um paraíso meio que hippie, meio que estalinista. Utopias estas que, se “cada uma no seu canto” já eram indigestas, somadas ganham (wait, keynesian pun) efeitos multiplicadores – como quando algum cínico iluminado resolver juntar a Maya e o Nuno Graciano no mesmo programa.
A comunicação social tem representado o papel que lhe conhecemos: colocar-se às cavalitas desta fanfarra e tomar os leitores por atrasados mentais. Lá vai dando voz aos injustiçados pela tirania da terceira idade – cujo sortimento de valores, além de demodé, atrapalha o progresso.
O futuro é deles. E que merda de futuro.
Não só se se faz propaganda à eutanásia física: agora também a querem para a política.
A veia democrática é extraordinária.
Por isso é que a eutanásia é um assunto emergente!
Quer dizer que é com a direita que os idosos podem contar? A direita dos cortes nas reformas? A direita que quer acabar com o estado
social? Ninguém quer saber dos velhos. A esquerda usa-os para ganhar votos, mas gostaria de os afastar da construção dos novos tempos. A direita, tão defensora de uma visão tradicionalista da família, empurra os velhos para o isolamento, com a promoçào de leis e códigos de trabalho que impedem os filhos de terem condições para assistir ao envelhecimento dos seus pais e avós.
Ascético,
diga-me lá quem é que, recentemente, no Parlamento Português, chumbou a criminalização do abandono de idosos?
Acho que foram os mesmos que votaram a favor da criminalização do abandono de animais…
A Esquerda quer que os velhos estejam calados como quer que todos os que discordam dela estejam. Desta vez calhou aos velhos.
Note-se que a Esquerda que odeia os velhos não abdica do Poder violento de ir buscar dinheiro dos ditos velhos.
Ascético com a esquerda que aumenta as pensões mínimas em 60 cêntimos, quando em campanha prometia 30 €, é que podemos contar…
O asCético quer para já, que lhe dêem 35h de trabalho. Mas para acabar com a escravatura a que está sujeito pelo vil capitalismo, o que ele merece mesmo é estar em casa todo o dia (e no café que um homem não é de ferro) com um belo e merecido vencimento para tomar conta dos paizinhos que, oxalá, não durem muito porque morrerem quando ele quer, é um progresso social…
Para o Ascético, Estado Social são 7000 euros todos os meses na conta da Assunção Esteves.
Quem não tem estes privilégios que se amole, é?
Já não há paciência para tanta desonestidade ainda para mais envolta em choraminguice.
Para o Ascético, Estado Social também deve ser:
– um juiz jubilado ganhar mais do que um que trabalha e tem filhos para criar;
– um médico aposentado ganhar mais do que um que trabalha;
– um professor aposentado ganhar mais do que um que trabalha.
Não me venham com choraminguice a embrulhar desonestidade. Tenho na família uma pensão que é pensionista da CGA. Contra os meus interesses falo, mas se certas reformas não forem cortadas não há futuro: os jovens põem-se todos na alheta. Não estão para ser esmifrados pela “geração grisalha” (hoc sensu, os pensionistas milionários que ganham muito para lá do que descontaram, e não os outros, como é óbvio).
Essa das leis e dos códigos que impedem os filhos de assistir os pais e os avós!… Então não andamos todos a trabalhar esmifradamente para poder pagar os desmandos que são as reformas miliionárias que há neste País e que o Tribunal Constitucional veio dizer, por maioria, que não podiam ser mais cortadas? E que Passos Coelho não quis cortar, quando o TC lhe abriu a porta, dizendo que numa reforma global das pensões (para quem conhece o acórdão isto significa, em traços gerais: ter em conta quanto cada se descontou e com que idade a pessoa se reformou para, nessa base, aplicar cortes proporcionais – proporcionais às grandezas referidas, claro), tais cortes poderiam ser considerados constitucionais? Não posso perdoar a Passos Coelho ter baixado os braços e, assim, condenar os jovens a, do pouco que ganham, terem de, em impostos, andar a pagar estas alarvidades.
Ainda há Portugueses como eu que pensam primeiro na Pátria e no bem colectivo e só depois no seu umbigo. Pensões como da pessoa que referi têm de ser cortadas. (Os descontos feitos só pagam 1/3, aproximadamente, da reforma que obterá, tendo em conta a esperança média de vida, pelo que o resto é à custa dos contribuintes, muitos dos quais não têm, como eu tenho na família, uma pessoa nestas condições muito vantajosas que os pode ajudar.) Eu serei prejudicado, mas se não o for quem será prejudicado, e gravemente, é todo o País. Não posso admitir que as normas do cálculo de certas pensões, gravemente violadoras dos princípios constitucionais da igualdade e da justa redistribuição da riqueza, me beneficiem enquanto prejudicam gravemente outros.
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Parece a ex-urss onde nos hospitais não se tratava pessoas acima dos 60 …
Isto entre a extrema-esquerda de novo não tem nada. Obviamente, não faz é parte dos espetáculos televisivos, pelas razões óbvias.
Fernand Personne: foi brutal. Parabéns!
Se é verdade que a “esquerda” está a encostar os anciãos à valeta, então existe também uma certa direita (a da moda…), que não se cansou de fazer o mesmo, pelo que é hipócrita vir agora “reclamar”…
Hipocrisia é isto:
http://estadosentido.blogs.sapo.pt/vidas-dificeis-3729300
É impressão minha, ou este mesmo argumento foi usado ao contrário na análise dos resultados do referendo do RU?