As acções do Deutsche Bank estão em queda: -9.56% intraday, e a queda acumulada dos últimos 3 meses é quase de 50%.

Mais grave ainda, os CDSs das obrigações a 5 anos do Deutsche Bank estão em trajectória ascendente — à semelhança de Portugal, sinaliza que o mercado está a avaliar como cada vez mais provável o default das obrigações. As CoCos a 6% do DB (obrigações que se convertem automaticamente em capital caso vençam) também estão em valores recorde.
Isto não é de agora. Em Abril de 2013, o zerohedge já tinha alertado para o elefante na sala: o Deutsche Bank era, já então, o banco com a maior quantidade de derivados no seu balanço. A imagem é ilustrativa: 16x o PIB alemão, 5x o PIB europeu.
A história não se fica por aqui. Recordemos o que aconteceu nos últimos 15 meses:
- Abril de 2014, o DB é forçado a aumentar em 1.5 mil milhões o rácio Tier 1
- Maio de 2014, o DB vende 8 mil milhões de stocks com um desconto de 30%. O aumento de capital repentino levantou suspeitas
- Março de 2015, DB falha nos stress tests
- Junho de 2015, S&P baixa o rating do DB para BBB+, ligeiramente acima de lixo.
- Janeiro de 2016, DB regista perdas de 6.7 mil milhões de Euros (sensivelmente o défice de Portugal num ano)
A tudo isto junta-se a reversão, ainda que ténue, da política monetária do Fed, que causou já um inflow de capitais para os EUA bastante significativo, e que fez o preço das acções e das obrigações baixar na Europa — acções e obrigações que o Deutsche Bank tem no seu balanço. Mais grave ainda, Mario Draghi anuncia que o BCE poderá reforçar os estímulos, aumentando ainda mais o fosso entre USD e EUR, e, com isso, a exposição da banca europeia, que sofrerá uma fuga de capitais.
Estou curioso para ver o que o FED poderá fazer nos próximos meses, visto que para aqueles lados aquilo também não está com bom aspecto. Se o FED lançar um novo QE poderá isso incentivar o BCE a fazer o mesmo ?
O QE só faz com que haja uma desmobilização do capital das Acções para os Bonds Soberanos o que só piora ainda mais situação da Banca Europeia.
A melhor coisa que o BCE podia fazer era estar quieto.
Hugo Morão, correcto. Especialmente porque a banca europeia nunca limpou verdadeiramente os balanços como aconteceu nos EUA.
Mário Lopes, é óbvio que não limpou os balanços porque a ideia mais genial que os burocratas tiveram para resolver a crise da dívida em 11/12 foi banir os “Naked” CDS’s. Enquanto insistirem em brincar ás casinhas e não a resolver os problemas sérios, nunca se irá resolver nada que tenha a ver com dívida.
Eu já tinha lído aqui:
http://investmentwatchblog.com/deutsche-bank-bankruptcy-will-be-declared-soon-and-it-will-wipe-out-the-entire-banking-system-fed-is-preparing-for-this-event/
Mas pensei que era exagerado e uma noticia populista, afinal, parece que é mesmo verdade.
A luz ao fundo do tunel é a negociação em curso, Cameron vs UE, sobre a “moeda única”, repito, única. Um mito imposto aos nossos incautos e subservientes negociadores.
Se houver acordo todos os Países readquirem a possibilidade de re-criar e utilizar a sua moeda.
Tal como nos tempos do Escudo, em Portugal, podia utilizar-se, noemadamente em trocas internacionais, o Dolar, o Marco, a Libra, sem problema.
Continuará a existir, ou não, o Euro, como moeda internacional que passa a ser, cambiada como qualquer outra entre Dolars, Remimbis, Rupias …
…
Em Portugal os funcionários públicos (e as compras do Estado), passam a ser efectuadas em novo-Escudo, obviamente …
O poder passa das mãos dos partidos (via fiscalidade desmesurada) e da FP os seus eleitores, para os privados quer realmente criam riqueza.
…
Um produtor (e os seus colaboradores) de vinhos, moldes, cerâmica,. alfaces, flores … exporta e receberá a suas vendas em moeda forte !!!.
O poder, o dinheiro, passará para onde devia estar: para quem produz riqueza e não aonde está em partidos sem representatividade.
Claro que os partidos dos vários folclóricos arcos do poder vão evitar semelhante evolução e terão bons apoios na comunicação social.
JS, o que afirma é que existirá uma moeda interna e outra externa, não entendo como quer fazer isso.
Caro Batista da Silva.
Como, por exemplo, no Reino Unido.
O erro foi o impor como “única” a EMU. Começou-se pelo telhado.
Poderiam ter sido criada uma moeda COMUM, com aferimento cambial, a solidificar ao longo do tempo.
A moeda única destrói a livre concorrência (dinâmica de progresso) entre as diferentes unidades financeiras/económicas, os Países, (ainda) com sistemas políticos (Orçamentos de Estado) estanques.
Enfim, o triste cenário em curso na dita União Europeia e Zona Euro.
Claro que é de respeitar opiniões diversas … mas, para já, estudemos sem preconceitos a evolução do dialogo RU vs EU. Cordialmente, JS
Activem legendas
JS, infelizmente os governos não permitiriam moedas nacionais com liberdade de circulação de moedas fortes.
Porque isso implicaria uma clarificação do valor da moeda.
Se fosse para resolver o problema, bastava que o estado pagasse em títulos do tesouro, substituindo as necessidades de financiamento pelos seus próprios clientes e deixando que o desconto sobre esses títulos funcionasse como desvalorização.
Tal nunca foi feito porque os governos não andam nesta vida para ajudar a economia, mas para se servirem a si próprios.
Não foi por falta de ferramentas que os governos no euro falharam, foi por falta de vontade.
No caso presente, temos uma situação muito mais grave que não depende de haver moedas.
As brincadeiras dos QEs quebraram a máquina, não há yeld, o juro é negativo, o capital não rende, em resultado, os bancos morreram, todos os bancos.
Henrique. Sem dúvida, por exemplo, uma das correcções a admitir. A realidade mostrou que os estágios iniciais da construção da EMU -nomeadamente a convergência- não se virificou efectivamente, apenas foi atabalhoadamente aceite e não só no caso português ou gtrego. Será que alguém está a insistir em construir sem ter os alicerces na “bed-rock” ?.
Um politico responsável, eleito a sério, D.Cameron, num dos seus 4 pontos friza, até porque já viu as consequências:
“An “explicit statement” that the euro is not the official currency of the EU, making clear that Europe is a “multi-currency” union. Ministers want this declaration in order to protect the status of the pound sterling as a legitimate currency that will always exist.”
“Ministers”, como se sabe, são parlamentares a sério, eleitos uninominalmente …
Única é um mito, como se viu, como se vê. A quem interessa?. Instila, instilou más praticas politicas e económicas às Nações.
Única, só para quem queira e consiga. “multi-currency” ?. Esperemos.