Uma tese de doutoramento da Universidade de Coimbra conclui que a maioria dos doutoramentos feitos em Portugal surge da necessidade, gera turbulência nas faculdades e contribui para a “anemia” do ensino superior.
A tese de doutoramento, iniciada em 2012, constata que a maioria dos doutoramentos portuguêses surgem alavancados pelo desemprego, o que leva a que estejam associados a investigação “por necessidade”, ao invés de “por vocação”, indiciando que não contribuem para o crescimento do conhecimento, disse à agência Loser o autor da tese, Tulius Detritus.
O desemprego como alavanca para o doutoramento leva a que as pessoas “sejam empurradas para a academia, muitas vezes impreparadas, o que pode resultar em teses que são autênticas tretas”, sublinhou.
A consequência de doutoramentos assentes na necessidade e na procura de “emprego” (Portugal tem uma taxa de desemprego jovem elevada) leva a “uma turbulência de faculdades que se regista em Portugal, com um carrossel de entra e sai de centros de estudos e observatórios diversos, sem que venha nada de bom para o crescimento do conhecimento nas universidades portuguesas”, referiu o autor da tese.
A aposta nesse tipo de investigação através de políticas estatais “não tem dado resultado”, sendo que por outro lado a diminuição no investimento em inovação e desenvolvimento (I&D) e em educação acaba por ser “preocupante”, indiciando uma “não aposta na criação de empregos”.
(inspirado nisto)
Lindo! Grande resposta. É verdade que há mt “empreendedorismo” por aí que resulta da habitual manipulação da economia por parte do Estado e outro tanto que é apenas “falar de empreendedorismo” e “assistir a umas talks”. Contudo, é inegável que hoje em dia sopram outros ventos e existem muitos pequenos e bons resultados.
Depois há estes artistas pendurados no erário público a estudar o efeito do raio x no bacalhau à gomes de sá. Contra factos não há…. estudos http://video.cnbc.com/gallery/?video=3000429056
Infelizmente pelo novo vento que se avizinha parece que vamos andar para trás…
TULIUS DETRITUS? Só pode ser uma personagem dos albúns de Astérix!!!
Excelente resposta! Muito mais verdadeira que a notícia original.
A resposta é boa, de facto, mas o artigo original também aponta uma questão importante, de (alguns) empreendedores serem incentivados por (programas ou institutos do) Estado. Aqui, tanto como noutros lados, a intromissão do Estado introduz quase sempre factores de desvio ao mercado, corrupção, etc., o costume. Do pouco que sei do Portugal Ventures, este é um exemplo de uma ideia a priori virtuosa mas a posteriori muito viciada, com o tradicional corrupio de distribuir dinheiros públicos com critérios duvidosos…
Descobriram a pólvora
Espantoso. E a criatura obturada só precisou de três anitos para chegar a conclusões tão formidandas.
Miguel Botelho Moniz, da sua critica depreende-se que acha que todo o empreendedorismo é estatisticamente igual em efeitos (riqueza produzida, empregos produzidos, etc.)? Que é irrelevante ser empreendedorismo que crie uma empresa que faz o mesmo que milhares de outras e que vai falir de certeza em breve sem crescer, ou criar uma empresa de base tecnológica inovadora que poderá obviamente falir, mas que se crescer vai dar contrapartidas elevadas? Porque o que me parece é que a tese propôs-se justamente testar essa hipotese. Não conheço a tese nem os instrumentos usados para a investigação, mas parece-me uma questão relevante. Acha que não vale a pena saber a resposta, é desperdicio de tempo? Se sim, porquê?
Esta tese é provavelmente uma “ruminância” de outro estudo de 2013 do mesmo autor que aposta na ideia de que quem empreende são os países pobres pois as pessoas não arranjam “emprego”, levando-as a empreender por necessidade, enquanto nos países ricos a vida corre bem a toda a gente (provavelmente graças aos doutores que lá existem) e somente empreende quem descobre oportunidades para o fazer – bull****
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Pelo histórico de artigos deste “doutor” a sua visão ideológica está bem marcada. Chapéus há muitos… e doutores que querem planear o “empreendedorismo” dos outros, também…
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Recomendo ao autor que faça um estudo sobre a relação entre a temperatura e o ciclo solar para concluir que anoitece porque faz frio – como tal é preciso investir em cobertores para que anoiteça mais tarde.
João Branco,
Do que escrevi não pode depreender nada do que depreendeu.
Já explico melhor num post.
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