No Programa de Estabilidade e Crescimento 2010-13 elaborado durante o governo PS no seguimento da crise iniciada em 2008-09 e do enorme aumento do défice e do endividamento público previa-se “um amplo programa de privatizações” a fim de obter receita extraordinária para ajudar no esforço de consolidação orçamental.
O programa de privatizações, articulado com uma visão moderna do papel do Sector Empresarial do Estado na salvaguarda do interesse público, constituirá um poderoso contributo para a correcção do crescimento da dívida pública e do endividamento da economia, induzindo também, consequentemente, a redução da despesa com juros. O encaixe estimado, ao longo do período, é de 6000 milhões de euros, sendo que o programa inclui empresas do sector financeiro, bem como dos sectores da energia, dos transportes, das comunicações e do papel, entre outros.
Perante isto tornam-se ainda mais absurdas as criticas e pruridos actuais dos socialistas quanto a privatizações.
Este foi aquele PEC-IV que o PSD, o CDS, o PCP e o BE se coligaram para derrotar, não foi?
Não. Este foi anterior a esse. Se tivesse atenção às datas sabia disso. Este foi o PEC I de Março/2010. Como as previsões teimavam em não bater com a realidade e as contas se deterioravam a um ritmo alarmante (vejam a previsões que estão no PEC) em Maio já tinhamos um PEC II e em Setembro um PEC III. O PEC IV (o tal que foi “chumbado”) só aparece quase um ano depois.
Pela data, parece-me que não, Luís Lavoura. Este deve ser o II ou o III. Que também eram a solução milagrosa para o país.
Falhei por pouco. 😀
É. Foi numa altura em que a oposição exigia mais austeridade, mais cortes na despesa, mais severidade no aumento de impostos e que se vendessem as empresas públicas a qualquer preço.
A oposição? Não exactamente. Aliás, não percebo como é que o PSD e o CDS (imagino que por “oposição” se refira aos partidos da actual coligação governamental) podiam aprovar o PEC sem os votos do PS.
E quanto à TAP é o próprio ministro da economia do governo PS que dizia que era urgente privatizar a TAP para a conseguir recapitalizar
Bem visto, Miguel. A esquerda é uma pândega, bêbada, que anda na rua de encontro aos postes, ora vai numa direção, ora noutra, já não sabe o que diz, e o que diz deixou de interessar às pessoas sérias, só outros pândegos ainda lhe dão atenção.
Mas essa proposta do PS era para um “programa de estabilidade e crescimento”.. com o António Costa agora temos um “programa de promessas de crescimento”.. por isso não entendo qual a incongruência sinceramente.. Agora o objetivo é só ganhar as eleições.
Miguel Alves,
Ainda não tem nem um programa de promessas de crescimento, nem promessas de um programa de crescimento. Ainda tem uma promessa de um programa de promessas de programa de crescimento (leia, que faz sentido!), e isso é completamente diferente.
Isto é, o PS está a prometer que irá fazer um roteiro (programa) para chegar a uma lista de medidas (promessas, na maior parte) que programam o crescimento. Ainda há muito novelo e muitos tiros no pé até aparecer um programa de promessas. Entretanto, o Costa nem consegue ficar em pé, com tanto cheiro de pólvora que emana dos seus membros inferiores.
É um pouco como os programas da URSS que sempre diziam, nos pósteres, «ferir o capitalismo».
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