Quem paga impostos em Portugal?

A Direcção Geral do Orçamento publica dados interessantes sobre a colecta de impostos na sua apresentação do Orçamento de Estado, dados esses úteis para desmistificar a ideia falsa, muito propagada pela esquerda, de que os ricos não pagam o que deviam.

1. Quem paga o IRS em Portugal?

IRS

Como é fácil de constatar, o top 9% da distribuição de rendimentos paga 70% de todo o IRS. E o top 1% é responsável por 28%, um quarto de toda a receita fiscal proveniente do IRS.

2. Quem paga o IRC em Portugal?

IRC

De forma ainda mais acentuada é o top 9% das empresas que paga a parte mais substancial do IRC, o que neste caso vai até aos 83%. Convém recordar que uma empresa, não obstante ter figura jurídica, não existe: não come, não dorme, não fala. E, no entanto, paga impostos por duas vias: taxando os lucros, um péssimo desincentivo ao reinvestimento; taxando os seus accionistas, através dos dividendos. Esta percentagem refere-se somente ao IRC, sendo que os dividendos estão incorporados no IRS.

3. O que é ser rico em Portugal?

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Segundo a distribuição de rendimentos, alguém que aufira 1600€ por mês (+ de 20 000€ por ano) está no top 20% dos mais ricos de Portugal (medida em % dos rendimentos e não da riqueza).

4. E o IVA?

Não é tão fácil determinar quem paga o IVA por escalão de rendimento, mas um simples exercício teórico poderá ajudar a elucidar. Consideremos uma família pobre de parcos rendimentos que consome, sujeito a IVA, cerca de 400€/mês, e paga um aluguer de 500€/mês. Embora a maior parte desse consumo seja em bens de primeira necessidade, sujeitos à taxa mínima de 6%, consideremos que a média é de 13%. Assim sendo, essa família pagará de IVA, no final do mês, cerca de 52€ do consumo mais cerca de 115€ do arrendamento. Totaliza 167€ mensais, aproximadamente.

Agora consideremos uma família abastada que adquire um Mercedes Classe S no valor de 120 000€. Pagará de IVA aproximadamente 27 600€. Ora, serão precisos quase 14 anos para que a família pobre pague tanto de IVA quanto pagou a família abastada numa só compra, excluindo todas as outras despesas.

97 pensamentos sobre “Quem paga impostos em Portugal?

  1. Luís Lavoura

    Tudo isto está certo, mas Portugal carateriza-se por ser um dos países europeus com menor percentagem de impostos diretos e maior percentagem de impostos indiretos (IVA, imposto sobre os combustíveis e o tabaco). Portanto, quem paga impostos como o IRS é comparativamente pouco importante.

  2. Luís Lavoura

    Estes dados indicam que qualquer política fiscal centrada na diminuição do IRS é efetivamente uma política que favorece os mais ricos. É o caso da recente política familiar adotada pelo atual governo. Uma política fiscal que favorecesse os pobres centrar-se-ia sobretudo na diminuição do IVA.

  3. Miguel Noronha

    “Portanto, quem paga impostos como o IRS é comparativamente pouco importante”
    Pouco importante em que sentido?
    Veja na pag 17/18 o peso dos impostos directos e indirectos e o peso do IRS.

  4. Miguel Noronha

    “Estes dados indicam que qualquer política fiscal centrada na diminuição do IRS é efetivamente uma política que favorece os mais ricos.”
    Favorece na medida em que são estes sobre quem incide a grande fatia do esforço fiscal. É natural que existindo um alívio fiscal também sejam os mais beneficiados. O IVA sendo um imposto proporcional sobre o consumo também tenderá a beneficiar mais quem mais consome.

  5. k,.

    “Miguel Noronha em Janeiro 19, 2015 às 10:51 disse: ”

    O IVA é um imposto eficiente precisamente porque é sobre o consumo;
    Não é necessáriamente “justo” dado que as pessoas com menores rendimentos gastam proporcionalmente mais do seu rendimento em consumo.

  6. Miguel Noronha

    Depende do seu critério de justiça. Eu não acho justo que quem ganhe mais seja mais penalizado como no caso do IRS (onde a maior parte dos agregados até está completamente isenta)
    Para além disso dado que os chamados “produtos de primeira necessidade” sofrem de uma discriminação positiva em sede de IVA quem tem redimentos mais baixos tenderá a suportar proporcionalmente menos imposto.

  7. Ricardo Cerqueira

    Pelo meio, se for um trabalhador independente com rendimentos médios e contabilidade organizada ainda somará a estas contas perto de 30% de contribuições sobre a totalidade do rendimento líquido. E pagará IRS sobre esse valor, naquilo que é, para todos os efeitos, uma dupla tributação.

    Mas nem sei porque estou para aqui a escrever isto, pois quem quer saber desses tipos estranhos que não têm patrão nem são empregados de ninguém?

  8. Uma nota: não é quem ganha mais de 1600€ mês que está no TOP 20% mais “ricos”.

    É UMA FAMÍLIA que ganhe isso. Ou seja, um casal em que cada um ganhe 800€.

    Miserável quem considera que o IRS não é um imposto demasiado elevado.

    Já o outro dizia, a contra gosto “um enorme aumento de impostos”.

  9. Rui

    Um artigo fundamentado em que realmente se aprende alguma coisa. Obrigado.

    Contudo visto que o rendimento coletável, segundo uma pesquisa rápida no google, é “rendimento colectável em IRS é o que resulta do englobamento dos rendimentos das várias categorias auferidos em cada ano,”, fiquei com a impressão de que caso não seja feito o englobamento existem parcelas de rendimento que ficam fora do rendimento coletável? Rendimentos financeiros, rendas…?

  10. “aufira 1600€ por mês (+ de 20 000€ por ano) está no top 20% dos mais ricos de Portugal (medida em % dos rendimentos”.
    Conclusão; somos um país de pobres!
    Por isso, talvez seja normal que os ricos suportem um fatia mais elevada do que seria “razoável”. O “razoável” aqui dá para muita discussão…

  11. Uma outra medida interessante seria mostrar qual o valor de rendimento disponivel após pagar IRS para cada percentil… Penso que iriamos ver que na realidade o que temos é uma distribuição de rendimentos muito desigual, logo qualquer sistema fiscal mesmo que fosse não progressivo iria implicar que quem recebe mais… paga mais.

  12. hustler

    Caro MAL, este post não é interessante! Esta temática já aqui foi discutida inúmeras vezes!
    De forma a perceber quais os estratos sociais que mais beneficiam dos impostos colectados, era interessante ver quem mais recebe em função do que o que lhe é descontado!
    Se alguém nos escalões intermédios descontar 30 e receber 60 (subsídios, serviços públicos, prestações sociais em espécie, etc)., não se pode queixar do seu escalão de IRS.
    A análise directa que o MAL fez, dá um panorama geral, mas deveria ser complementada com outros dados.

  13. Je

    Este post é impressionante ao mostrar a dimensão romena da pobreza portuguesa. Um país europeu com 84,78% das fa-mí-li-as a viver com menos de 20.000€/ano. Muito. Menos…(65,6% das famílias vive com menos de 10.000€.) Sabem o que isso é? Conseguem olhar para a rua e ver mais de metade dos concidadãos familias inteiras que trabalham, se vestem, comem, educam com 800€/mês?! Pais, mães, filhos. Conseguem?

    Talvez as codeas de que vivem estes 85% possam se mais taxadas, Mas mesmo se por absurdo os tais 85% trabalhassem de borla, os 15% que sobram – os “ricos” -iriam sempre de arcar com a grande fatia da impostura…. –

    N.B: qualquer recibo verde que facture mais de 800€/Mês facilmente entrega ao estado uma percentagem impensável (cerca de 70%) do que factura embora entre na estatística dos 85% de pobres “que não pagam impostos”…

  14. Luís Lavoura

    Miguel Noronha,

    “Pouco importante” não em termos absolutos, mas sim quando comparado com outros países da Europa. Por isso escrevi “comparativamente pouco importante”.

    Em Espanha o IRS é muito mais elevado (segundo já ouvi dizer) e portanto, lá, é muito mais importante do que em Portugal saber quem o paga.

  15. Luís

    «Pelo meio, se for um trabalhador independente com rendimentos médios e contabilidade organizada ainda somará a estas contas perto de 30% de contribuições sobre a totalidade do rendimento líquido. E pagará IRS sobre esse valor, naquilo que é, para todos os efeitos, uma dupla tributação.

    Mas nem sei porque estou para aqui a escrever isto, pois quem quer saber desses tipos estranhos que não têm patrão nem são empregados de ninguém?»

    Algumas actividades profissionais para trabalhadores independentes permitem fazer uma coisa muito simples: colocar a morada fiscal noutro país europeu com outra fiscalidade. Mesmo a pagar a renda de um quarto para se ter a morada, compensa.

    E parte da emigração jovem deve-se apenas ao esforço fiscal brutal que existe em Portugal.

  16. Luís

    «Em Espanha o IRS é muito mais elevado (segundo já ouvi dizer) e portanto, lá, é muito mais importante do que em Portugal saber quem o paga.»

    Em Espanha há menos regulamentações, a electricidade, gás e combustíveis são mais baratos, um lote numa zona industrial é mais barato, boa parte das auto-estradas não têm portagens, não existem as regras absurdas que por cá são impostas às pequenas empresas, construir um armazém ou uma moradia é mais simples e barato, os chocolates são mais baratos, o Centrum é metade do preço, o Nizoral que por cá custa 15 euros lá fica a 3 euros, os detergentes são mais baratos, os hotéis são mais baratos, a roupa de marca é mais barata, que se lixe o IRS e viva Espanha!

  17. Luís

    Temos impostos altos, rendimentos médios baixíssimos.

    As pseudo-elites comparam-nos com os países da Europa Ocidental. Contudo, fazendo uma análise fria dos números constatamos que o nosso nível é a Europa de Leste e a América Latina.

    E aqui surgem algumas reflexões.

    – As rendas nas cidades portugueses têm preços alemães ou espanhóis. Não deveriam ter preços checos ou eslovenos? As rendas não ajustaram à nossa realidade económica.

    – Os preços da electricidade poderiam estar bem mais baixos. Aliás, muito, muito mais baixos. A taxa verde nos combustíveis é mais uma machada nas nossas empresas e o combustível em Espanha já está mais barato. A água em muitos concelhos está caríssima. O gás em Espanha está a metade do preço. Se eles são mais ricos e têm preços mais baixos, por que motivo nós também não temos?

    – Inúmeros produtos estão muito mais caros em Portugal que noutros países! Livros, roupas de marca, produtos farmacêuticos e cosméticos, maquinaria, etc.

    – Os preços dos terrenos, das habitações ou dos armazéns continuam muito elevados em diversas zonas de Portugal!

    Como poderemos ter preços mais elevados que os praticados em países muito mais ricos com rendimentos da Europa de Leste?

  18. Luís

    «Luís, a Europa do Leste, especialmente os países bálticos, já nos ultrapassaram em muitos indicadores. Aprenderam a lição com a anexação à URSS.»

    Eu sei…

    E suspeito que nos próximos anos serão alguns da América Latina e da Ásia…

  19. Luís

    Aqui até a porcaria de uns livros escolares, que se compra todos os anos, podem ficar acima dos 300 euros.

    As editoras não poderiam fazer livros mais baratos, com papel de qualidade inferior, menos bonecadas, menos cores, como se faziam há 20 anos? E arranjaram aquele esquema de lançar dois livros para a mesma disciplina mais um livro de exercícios e ainda um livro para exames do 12.º ano.

    Não sei como isto ainda não estoirou. Ninguém vive assim na dita «Europa rica».

    Ah, e esqueci-me de mencionar o preço das telecomunicações e dos serviços de internet e televisão por cabo/satélite.

  20. Miguel Noronha

    “Por isso escrevi “comparativamente pouco importante”
    Dado o peso do IRS na receita fiscal é uma comparação irrelevante

    “Em Espanha o IRS é muito mais elevado (segundo já ouvi dizer) e portanto, lá, é muito mais importante do que em Portugal saber quem o paga.”
    Se se for em termos relativos.

  21. As perguntas certas são:
    1 – quanto é que os pobres recebem da brutalidade de impostos que todos pagamos???
    2 – quanto é que fica nas mãos dos intermediários (os dealers), os que prestam os tais serviços públicos que custam esta fortuna?
    3 – se os pobres em vez de receberem serviços públicos, fossem subsidiados para escolher serviços privados, ficariam mais bem servidos?

  22. Luís

    Este post esqueceu um pormenor.

    Nós somos um país pobre… de proprietários! Não quero com isto pôr de forma alguma em causa o direito à propriedade privada! Mas é necessário ter isso em conta pois talvez sejamos caso singular na Europa.

    Creio que cerca de 80% da população tem casa própria. E conheço inúmeras famílias carenciadas que têm a sua casinha e nesga na terra natal. Isto também levanta problemas estruturais. Em muitas regiões a pequena propriedade torna inviável uma modernização das explorações agrícola. Há o apego familiar às heranças e o mercado fundiário não tem dinamismo: daí o abandono das terras em parte do país. E depois temos o endividamento privado para compra de habitação e a ausência de mercado de arrendamento (neste campo houve uma ligeira melhoria).

    Portanto, um país de pobres, com casa e terra!

  23. Je

    “Surprese em Janeiro 19, 2015 às 15:43 disse:
    As perguntas certas são:

    1 – quanto é que os pobres recebem da brutalidade de impostos que todos pagamos???

    Segundo o orçamento de estado para 2014, fonte Jornal I, este ano presumo que seja menos…

    – RSI/ 265.303 beneficiários – 310,2 M€
    – Abono de família / 1.198.669 beneficiários – 660,1 M€
    – Complemento Solidário para Idosos /260,6 M€
    – Total despesa com “pobres” 1.231 M€

    2 – quanto é que fica nas mãos dos intermediários (os dealers), os que prestam os tais serviços públicos que custam esta fortuna?
    – É fazer as contas. (A receita fiscal total do estado em 2014 foi 37.118 M€ em 2014)

    3 – se os pobres em vez de receberem serviços públicos, fossem subsidiados para escolher serviços privados, ficariam mais bem servidos?

    – A colecta de Irs total a familias que ganham menos de 20.000€ foi 1.360M€ (338M€ a das ganham menos de 10.000€/ano) digamos que os pobres se pagaram a si… se se isentassem de IRS seria igual no OGE: é tirar com uma mão e dar com a outra, parece…

  24. Luís

    «– RSI/ 265.303 beneficiários – 310,2 M€
    – Abono de família / 1.198.669 beneficiários – 660,1 M€
    – Complemento Solidário para Idosos /260,6 M€
    – Total despesa com “pobres” 1.231 M€»

    Ainda há…

    Cerca de dois mil milhões para as IPSSs… e o poder loca também dá «apoios»…

  25. Gil

    “Os livros escolares é um caso clássico de falta de concorrência”.

    O mesmo tipo de “falta de concorrência” que põe os combustíveis ao mesmo preço em todas as áreas de serviço das auto-estradas.

  26. Luís

    «Je, excelente. Sempre que alguém vier invocar “os pobres” e “as desigualdades sociais”, ponho a mão à carteira.»

    Interessa ao sistema socialista que a pobreza não desapareça.

    O negócio da miséria dá de comer a muita gente. Já imaginou quantos boys perderiam o emprego que têm nas IPSSs (tantos nas Midericórdias)? E quem votaria no PS, no PC e no BE, os defensores das vítimas do terrível sistema capitalista?

  27. Jose Maria

    Penso que é preciso dizer que há impostos que criaram valor real na receita fiscal, como aquelas contribuições que caiem sobre a riqueza criada e produzida e sobre os salarios pagos dessa riqueza e o consumo desses salarios que alimentam o mercado e o consumo desses salarios.

    Porque as contribuições em todo ciclo económico sobre os salarios que são despesa na receita fiscal, não passa do retorno de uma pequena fatia de uma despesa feita, enquanto nas outras da riqueza criada e produzida acrescentam valor real

  28. Je

    Luís, é isso

    Nós somos um país pobre… de proprietários. E enquanto assim for o país tem dono. Foi isso que barrou os impetos comunistas revolucionários. É isso que faz regressar muitos emigrantes, É isso que – para grande raiva de centralistas e europeistas- nos dá resiliencia, liberdade para recusar ser pastoreados em massa, penso eu… Mas que também alimenta a pobreza, pois quem tem um pouco de terra resiste a viver de couves e pouco mais, se for preciso.

    Ao contrário do que nos vendem, os portugueses são sóbrios, investem tudo o que ganham em terra e casas, que talvez seja a ultima defesa face a um (vários) estados e cortes que nunca provaram estimá-los, cujas leis são arbitrárias, que não respeitam o seu povo.

    O que acontece a um povo assim é que quando pressionado -como hoje- regressa às couves, à terra, à pobreza. Teimosamente. Pois é livre de recusar ver o fruto do seu trabalho sugado… eis os “preguiçosos” que não se governam nem se deixam governar.

    A tragédia é que as cortes e governos insistem na receita: teimam em vergá-los, esperneiam, e em vez de investir no seu povo, no seu potencial inventam mil regras, leis, burocracias, hierarquias… o que só nos tolhe/recolhe mais ou leva a partir.

  29. Henrique

    Quantos dos “ricos” que ficam entre os 20mil€ e 60mil€ por ano (15% da população, quase metade da receita) são funcionários públicos?
    É que certamente entram na estatística, mas como é a mesma entidade quem lhes dá e retira o dinheiro, não se pode dizer que paguem impostos, são iludidos com números.
    Descontando o troco/truque que é feito com os funcionários públicos, quanto IRS é pago pelos “ricos” que ganham (mesmo com trabalho voluntário em mercado aberto) dos +40mil€?
    Se fizermos as contas sem o efeito de distorção dos funcionários públicos e afins, fica bem mais assustador.

  30. Bruno Carrilho

    MAL, gosto muito dos seus artigos em geral, mas a este estão a faltar alguns “so whats”. Exactamente qual o ponto (ou pontos) que está a tentar fazer? É que dados sem interpretações é como… (não sei bem, mas estou certo que várias pessoas já vieram com excelentes comparações)

  31. Luís

    «O que acontece a um povo assim é que quando pressionado -como hoje- regressa às couves, à terra, à pobreza. Teimosamente. Pois é livre de recusar ver o fruto do seu trabalho sugado… eis os “preguiçosos” que não se governam nem se deixam governar.»

    Ou alternativamente emigra.

  32. Caro Bruno Carrilho, a ausência de interpretações foi propositada. Não queria inquinar os dados com uma interpretação. O meu objectivo não era defender o top 1% ou os mais ricos. Quando muito era simplesmente alertar para estes factos para que haja mais contenção quando se os acusa disto e daquilo. Mas mostrando os dados era exactamente isso que fazia, daí não ter feito qualquer comentário.

  33. K.,

    O dinheiro ou é consumido ou é poupado ou investido. Nas três se cobram impostos à tripa-forra. Os ricos consomem mais do que os pobres porque são ricos (que grande tautologia!). Se guardaram o dinheiro no banco, sai-lhes em rifa uma catrefa de taxas e de impostos — sendo o mais significativo de todos e o que mais dinheiro dá ao banco central a inflação, o imposto escondido.

    O IVA é um imposto justo, porque a todos dá iguais taxas. Não desincentiva ninguém de ganhar mais. Quem mais ganha, mais consome e mais paga. Seja rico ou pobre, paga e cala.

  34. Calu Valente

    A discussão não deve ser centrada na taxa de IRS, ou em quanto paga o 1%, antes como foi obtido esse 1% e o que justifica que esses 1% paguem tanto (apenas porque ganham muitíssimo acima da média – e Portugal nem sequer é o caso mais grave, sendo não obstante importante). Já agora estes dados referem-se a valores declarados, que são, grosso modo, a maior parte dos ganhos da classe média para baixo, mas, uma pequena parte dos tais 1% (basta recordar a facilidade como o ex-dono disto tudo fugiu ao fisco com 14 milhões de euros, pagos por um “serviço”.
    Quanto ao IRC tenho que discordar do que considero ser uma enorme ingenuidade quando afirma que taxar as empresas é “um péssimo desincentivo ao reinvestimento”, como se tudo o que deixasse de ser taxado fosse reinvestido…apenas refiro que devemos ser o país Ocidental com maior taxa de distribuição de dividendos (dados de empresas cotadas). Por outro lado não come mas usufrui de estradas para poder laborar, não dorme mas beneficia de um sistema legal e de segurança (melhor ou pior existe) que garante o seu funcionamento, e não fala mas recorre a um sistema de saúde para manter os seus trabalhadores funcionando.
    Na onda das privatizações, gostava ainda de sublinhar que quando deixamos de taxar IRC ou os dividendos da EDP, REN ou outra entidade detida essencialmente por estrangeiros, significa que estamos a transferir riqueza dos Portugueses (que pagam os respetivos serviços) para os Chineses ou outros, que são os titulares do capital.
    Podia continuar pela responsabilidade limitada dos acionistas das empresas (das grandes pelo menos) que os liberta das responsabilidades (por exemplo ambientais, ou sociais) e as despeja em cima da sociedade quando as coisas dão para o torto (o caso do sistema financeiro é paradigmático) e que devem pagar por essa benesse ou outros argumentos, mas acho que deixei claro o meu ponto de vista.
    Cumprimentos

  35. Ronaldo o Coxo

    Os números que ai estão, essa interpretação é que não são TOP!! 😀 . Claro que “quem ganha mais desconta mais”, mas em termos percentuais, não! E é em termos percentuais que se tem de analisar os dados. Não podemos comparar números inteiros com números percentuais. Não existe uma correlação, pelo contrário. Não existe coisa nenhuma. Reparem na percentagem de que quem recebe entre 90 000 e 100 000€ (desconta 3%!!) em relação a todos os outros? Onde é que isso tem lógica?? Tendo em conta que quem está no extremo mínimo representa mais de metade da população?
    Ser rico em portugal, segundo esses dados, é quem ganha entre 20 000€ e 30 000€ (Afinal não quero ser rico, quero ganhar mais de 250 000€/ano 😀 ) porque descontam 14% enquanto quem ganha mais do que isso paga sempre menos, chegando ao ridículo de quem ganha MAIS de 250 000€ só pagar 8.4%. Tem lógica? É preciso ser-se “iluminado” para ver isto?
    Depois o que e que são aqueles gráficos sem legendas? São referentes a quê??? Coloca um gráfico e diz que é “batatas”, dá no mesmo. O percentil não é apresentado num gráfico de curva normal porquê? Ok, pode ser apresentado em barras, mas bem explicado para a malta saber.
    Quem é que paga o IRC em portugal??? Que raio de pergunta é essa? Dou uma pista: É quem não paga IRS. AHAHAHAH 😀
    E a explicação do IVA??? AHAHAHAHA 😀 O homem mete um mercedes classe S e bens de primeira necessidade no mesmo saco? Assim, tau! Então deveria colocar a totalidade (ex num ano, no país) do IVA pago em bens alimentares e o IVA pago em todos os Mercedes S que sem fazer contas já sem de onde vem mais IVA. Quem é que tem mais volume de negócio? O Continente da minha rua ou o tipo que tem 2 mercedes S num stand?
    Mas pronto… ou rapaz teve coragem para publicar isso ou é muito ingénuo ou isso é uma análise do Passos Coelho (o tipo de demora 10 anos para fazer economia). Caramba, os números (mesmo mal enquadrados e mal explicados) estão ai. 😀
    Relvas, Sócrates foram vocês que interpretaram isto seus malucos??? O Portas sei que não foi que esse sabe fazer contas. 😀

  36. Rita Serra Lopes

    Sim, os “ricos” pagam impostos, e pagam bem porque come se vê somos um pais ralativamente pobre (vejam estes dados relativos às RA). Mas nada obsta a que se questione se os escalões mais elevados deveriam pagar ainda mais, aliás até atraves de outros impostos, nomeadamente sobre o capital.
    Correcção – não há IVA nos arrendamentos para habitação!

  37. Zé das Iscas

    Curioso seria ter dados sobre quantas das 3 milhões de famílias que declaram menos de 10 mil euros anuais não trabalham no negócio de família sem passar factura, sem cobrar IVA, sem pagar IRS ou IRC, etc.
    Quando a “economia paralela” entrar nestas contas teremos todos uma visão mais informada sobre quem ganha o quê e quem declara o quê.
    Lembra-me aquela colega minha da Faculdade que vivia numa quinta fantástica, tinha duas casas de ferias, o pai tinha uma empresa e ela ia de Volvo para as aulas. E depois tinha uma bolsa de estudo…

  38. Caro Calu Valente, o imposto sobre o IRC nada tem a ver com o imposto sobre dividendos. Eu defendi uma redução (no limite, a sua eliminação) do IRC, não do imposto sobre dividendos, que deve estar majorado à taxa do IRS.

  39. A economia é simples

    ronaldo o coxo, Erraste em tudo a começar por nem saberes interpretar gráficos.
    A economia é muito simples, não existe economista sério que não concorde: quanto maior o imposto maior tem de ser a economia, se assim não for mais desigualdades se criam.

  40. Calu Valente

    Mário, vou colocar de outra maneira aquilo a que me referi relativamente a irc e dividendos: não concordo com a sua posição acerca da taxa de irc e investimento porque considero que caso não houvesse irc (ou a taxa diminuísse muito) esse aumento de lucros não seria reinvestido, antes seria distribuído em dividendos – daí a referência à nossa tradição de distribuir muito mais dividendos que as restantes economias ocidentais (procure estudos da cmvm acerca do assunto, caso queira confirmar, por favor). A título de exemplo deixe que lhe refira o caso da PT que, em 2012, tendo tido lucros (após tributação) de cerca de 800M€ distribuiu em dividendos mais de 600M€, tendo de seguida pedido um empréstimo de 1.000M€ (veja as atas das AG para confirmar estes valores que são apenas aproximações). Penso que isto reforça o meu argumento.

  41. Andre

    Acho piada , é que quando se fala em alguma medida, reclama – se sempre porque dizem que os ricos vão ser sempre beneficiados e sobre quem devia contribuir mais perante a crise económica em Portugal tb deviam ser os ricos.
    Perante este anexo constata – se que são os que pagam mais…
    Em que ficamos????
    Fazer barulho por barulho como o costume. ..

  42. Calu Valente,

    Li a sua diatribe, a qual procurei decifrar, e cheguei à conclusão de que o Valente não tinha uma calculadora ao lado. Os 3% que refere são da colecta total (ora confira lá), não a taxa paga. Esse escalão, que representa 0,2% das famílias, ou quase 10000, paga 3% da colecta, numa taxa média de cerca de 25% (faça lá o exercício de calcular (252M /9142) / 95K).

    Espero que tenha sido esclarecedor. O erro é compreensível, especialmente quando se tenta discordar à força das conclusões possíveis.

  43. Calu Valente,

    Os dividendos são as razões pelas quais os empresários criam empresas. Deixem-se os dividendos em paz e o IRC a zero e terá mais empresas, empregos, riqueza e aforria.

    Temos muitos candidatos a empregado e poucos empregadores. Alguma razão haverá, e não é nada cultural. A ASAE e o Estado e os sindicrápulas e os emperresários alapados ao Estado fazem mais por dificultar a formação de novas empresas que quaisquer factores endógenos ao empresário.

  44. Calu Valente

    Francisco Miguel Colaço,

    Talvez esteja a confundir a minha intervenção com a de outra pessoa.
    Os dividendos devem ser deixados em paz se a sua distribuição não colocar em causa a continuidade da empresa, com os consequentes custos sociais.
    Afirmar que suprimir o IRC fará com que se crie mais empresas, empregos, riqueza e aforria é o mesmo que afirmar que suprimir o IRS cria mais consumo e portanto mais empresas, empregos, riqueza e aforria…é uma “pescadinha de rabo na boca”, passe a expressão menos erudita.

  45. António Joaquim Aragão Aires

    Então deve haver muita fuga ao fisco. Como compreender o aumento de ricos e a sua riqueza????

  46. José Silva Jorge

    Não percebo como não podem saber que as rendas de casa são pagam IVA, são isentas. Um carro de € 120k não paga 23% de IVA em cima. O IVA já está incluído pelo que será de € 22.500.

  47. Pedro Ramalho Carlos

    Mário, tens uma grande imprecisão:
    “alguém que aufira 1600€ por mês (+ de 20 000€ por ano) está no top 20% dos mais ricos de Portugal (medida em % dos rendimentos e não da riqueza).”

    Não é um “alguém” é um “agregado familiar” que em geral tem dois a “auferir” rendimentos.

  48. Rodolfo

    Este povo pensa que a economia é um jogo da corda, em que quanto mais puxarmos para nós, mais ganhamos. “Se batermos nos outros, ficamos com mais” – típico de países pobres.
    É aquele povo que pensa que o estado deixa que existam empresas, porque estas pagam impostos. Alguém que defenda que as empresas não deviam pagar impostos, leva logo a resposta: “E o que ganhamos com isso, se elas não pagarem impostos?”.

    Infelizmente, não vejo futuro risonho para este país, e falo no muito longo prazo. É só olhar para a mentalidade da população. As políticas são sempre o reflexo desta.
    Acho que nos aproximaremos dos países da América Latina, porque os do norte da Europa não estou para aturar isto por muito mais tempo, na minha opinião.

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  51. Pedro

    Acho que a qualidade do artigo baseia-se toda nesta frase:
    “Segundo a distribuição de rendimentos, alguém que aufira 1600€ por mês (+ de 20 000€ por ano) está no top 20% dos mais ricos de Portugal”
    Então quer dizer que em Portugal ganhar 1600 euros por mês é estar no top 20% dos mais ricos?
    Eu que ganho mais que isso pensava que estava na classe média, mas como é óbvio esta foi aniquilada por estes sucessivos governos. Agora ou se é pobre ou se é “rico”.
    Portanto nada de admirar que quem paga impostos em Portugal são os tais ricos que ganham 1600 euros ao mês……
    Enfim nem sei muito bem o que este artigo de opinião veio mostrar.

  52. Fernando

    Os dados não permitem saber se esses 9% de famílias com mais rendimentos efectivamente pagam a % de impostos que por lei deveriam pagar, ou se fogem enormemente aos impostos, ainda assim pagando muito mais do que os outros, porque recebem MUITÍSSIMO mais do que os outros..

  53. Fernando

    Já agora, é uma manipulação enorme calcular o peso dos «9% mais ricos», pois uma boa parte desses «mais ricos» são simplesmente famílias que ganham cerca de 2 mil euros brutos mensais, o que, retirando os impostos e contribuições, significa receber na conta bancária menos de 1500€.
    Meter no mesmo saco o Jerónimo Martins e quem recebe 1500€ é uma falácia enorme.

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  56. Na parte do IRC, não se esqueça do não declarado, ou seja, Panama Papers, offshores, sedes fiscais na Holanda, e derivados.

  57. Jan

    Tao triste. Entao uma familia que pai mae recebam cada um 800 euros estao no top20%. Se viverem em lisboa vao ter imensas dificuldades em sustentar-se, caso tenham filhos. Infelizmente é como a frase de um banqueironome nao me recordo “se recebesse o ordenado minimo tambem era comunista”, talvez explicando a tendencia à esquerda no nosso país. Boa leitura obg

  58. Gonçalinho

    É preciso ter em conta que os funcionários públicos não pagam impostos; apenas cumprem uma formalidade burocrática que transmite essa ilusão. Os funcionários públicos consomem impostos.

  59. José

    Ao ver este artigo tão bem fundamentado (embora eu ainda não tenha encontrado estes gráficos em sítio nenhum credível o que por si só…) e tão direccionado questiono-me quem se deu ao trabalho de o fazer “desinteressadamente”.
    Bom pelo menos eu, na parte que me toca, fiquei cheio de pena dos ricos e estou até disposto a trocar de lugar (por causas meramente humanitárias) com eles e, ficar eu com o Mercedes classe S para aliviar essa pobre família. Assim fico eu com o carro e pago o IVA. Defender políticas de direita, são opções que devemos respeitar, vir fazer-nos mais burros do que realmente somos é que não havia necessidade.

  60. Ele ha cada burro… Entao cerca de 36,3% do total do IRS e suportado pelo rendimento do trabslho entre 20-50 mil euros e estes sao ricos? Por outro lado cerca de 50% do IRS e suportado pelos rendimentos do trabalho entre os 10-50 mil euros e estes sao os ricos? Os que ganham mais de 90 mil euros/ano suportam apenas cerca de 25% do IRS e estes sao os pobres?

  61. Armindo, os mais ricos, por definição, são os decis 9 e 10 (20%) mais ricos. Se no seu entendimento esse montante, ainda assim, é pouco, isso não será problema da distribuição de rendimentos, mas seu.

  62. Esqueceram-se que uma boa parte desses alegados pobres… Não o são! Tem rendimentos declarados baixos mas de facto tem outras fontes de rendimento. Ou são empresários pequenos e médios cujas contas são “arranjadas” ou até mesmo os funcionários mais qualificados com anos de casa… Cujo rendimento também vem muitas vezes por fora…

  63. Mas espera aí… Não são os meus amigos que acham que deveríamos ser mais pobres para sermos mais ricos? Se formos mais pobres (65% já lá anda) ainda há menos receita fiscal. Como resolvem isso? Eu sei… Reduzem a despesa pública em auxílios e apoios sociais e reduzem o peso do Estado porque isto de serviços públicos a preços módicos para aqueles 65% é um luxo. Os mais ricos nem deveriam pagar impostos…
    Para além das patranhas e dos comentários parvos… Este é um blogue de comédia não é? Satírico ou assim…

  64. As conclusões mencionadas no artigo estão erradas. Seria muito bom se o top 1% pagasse realmente 28% de toda a receita fiscal, mas não é isso que se lê no gráfico – aquilo que lá está, é que apenas 28% dessa gama paga IRS. O que é substancialmente diferente.

  65. o iva deveria ter uma classificação diferente , de artigos incensais e artigos de luxo , uma família pobre não pode comprar um mercedes de 120 . 000 mil euros , obviamente se uma família abastada tem esse dinheiro para efetuar uma compra também tem dinheiro para pagar o iva . Agora não comparem o iva de um carro com o iva de alimentação.

  66. A análise do IVA esquece as empresas fantasmas que servem para comprar os Mercedes e que o IVA se torna dedutível… Além disso estava a falar de percentagens e, de um momento para o outro, falou de valor absoluto.

    Análise muito superficial, mesmo na parte dos impostos sobre o rendimento, que não permite tirar grandes conclusões, muito menos as que o artigo pretende que sejam tomadas.

  67. Dos 65.6 % que aufere menos de 10 000€ anuais, existe uma grande percentagem de pessoas que tem negócios por conta própria e apenas declara o ordenado mínimo. Sendo que a percentagem que aufere menos de 10 000€ anuais não corresponde à realidade.

  68. Um belo exemplo e que os numeros nada dizem a quem não quer perceber a parte operacional, ou seja, onde e como são gastos e mais, o que representam para cad departamento (aka substracto social). Se pagam mais é porque têm iningualavelmente mais e o ridiculo chega ao ponto de se falar de em empresas que geram biliões e que dão uns quantos milhões a 1% da empresa enquanto o resto pena e é escravizado, com o que ganha a pessoa normal e comum, com ou sem canudo. O que importa é quem se conhece e dondo se vem, a competência é secudária. Análise ao nivel dos americanos, ou seja, superficial, a mascarar os dados efectivos e com intenção de estupidificação…. lamentável…

  69. Ainda não consegui compreender como é que uma familia que ganha 1600€por mês consegue auferir + de 20000 € por ano? Que eu saiba, mesmo 14 × 1600 não totaliza mais de 20000. E pelo visto nas estatisticas consegue. Abraço

  70. Rui

    O IRS em Portugal é bastante mais alto que no resto da Europa, assim como o IVA. Ao Inves, impostos sobre o Patrimonio (IMI, IMT) sao inferiores à média. O problema é que esta politica fiscal vai fazer com que os mais pagam IRS o facam noutros Paises, obrigando a por taxas aindas maiores nos escaloes mais baixo. Nao seria mais simples ter uma colecta minima por agregado, e reduzir os escaloes mais altos? É que quanto menor for a recompensa por fugir aos imposto, menos fogem. Claro que deixar falir BPNs, BES , Banifs e afins liberaria muitos mais fundos para o que o estado realmente deveria fazer: garantir um pais seguro, a crescer e onde o merito é premiado, sendo o estado o mero arbitro da economia (e nao um jogador)

  71. A DGO (Direcção Geral do Orçamento) tem no seu site publicado as linhas geris do OE2015. (link em baixo) onde é possível aferir que o peso relativo dos impostos é superior na classe média-baixa (para mim… dado que não consigo acumular pelo suor do trabalho 500m€ para comprar um t3 duplex na foz do Douro ou na zona da expo de LX)

    Pela imagem pode-se aferir que o escalão de 30.000 a 40.000€ tem uma carga de IRS de 14%, quanto o escalão de >250.000€ tem uma carga de 8.4%.

  72. Ai quem me dera pagar de IVA aproximadamente 27 600€… E mais uns milhares em IRC e IRS… É mais que óbvio que quem ganha mais tem de pagar mais! Qual é a dúvida??? O problema está na fuga aos impostos… Se todos pagassem o que devem certamente que os impostos seriam menores tanto para os ricos como para os pobres. E tenho a certeza que todos os pobres preferiam pagar muito mais impostos… Era sinal que eram ricos!!!

  73. Claudio

    <>

    Mesmo não sendo economista, essa tabela é mais simples do que parece:
    328.489 famílias (dos 20k aos 30k) contribuíram com 14% do total da colecta líquida, enquanto que 2.343 famílias dos mais abastados, contribuíram com 8,4%. Diferente de cada família (+ de 250k) pagar uma taxa de 8,4% sobre os rendimentos.
    Em média cada família (dos 20k aos 30k) contribuiu com 3.605€ para o “bolo” enquanto que cada família (+ de 250k) contribuiu com 304.118€ para o mesmo “bolo”.

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  75. Migue

    A referência ao 1%, 5% ou 9% dos rendimentos é absurda. Diz respeito ao número de famílias e não as seus rendimentos. O falado 9% corresponde na realidade a 40% dos rendimentos. Ou seja, menos de 10% da população ganha 40% do total de rendimentos. Não é justo que esses 10% paguem mais impostos?

  76. O arrendamento não paga IVA? Claro que paga!

    Tal como paga o IMI, AIMI, as restantes rendas ainda “congeladas”, e todas as múltiplas taxas e taxinhas que trimestralmente se vão inventando para, supostamente, castigar os “malandros” dos “proprietários especuladores”. E paga-os em cima de todas as outras taxas e taxinhas que oneram globalmente a economia. E, por arrasto, também o arrendamento.

    E a “ultima” que vai passar também a pagar são os “seguros contra incêndios”. Que estão mais caros, porque menos difundidos, e com menores coberturas do que os “Multiriscos” que se iam usando até à mais recente “circular” da A.T. que veio “esclarecer” não serem dedutíveis em IRS sob essa designação.

    Lá por todos estes encargos não aparecerem discriminados em parcelas no valor da renda mensal se o proprietário os tem de pagar ir-se-ão certamente reflectir no valor a pagar pelo arrendamento. Talvez não no contracto de arrendamento em vigor à data do aumento ou implantação da nova taxinha, porque o dito mercado “livre” de realmente livre já tem novamente muito pouco, mas certamente e com juros no próximo contracto a celebrar.

    Mas onde é que está a dúvida?

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