O serviço público de correios do Canadá – o Canada Post – para responder ao declínio da correspondência física que tem sido substituída pela comunicação digital e para tentar reduzir os prejuízos de mais de 100 milhões de dólares canadianos registados no segundo trimestre deste ano vai proceder às seguintes medidas (fonte):
- Vai deixar de distribuir correio porta-a-porta nos centros urbanos, passando a distribuição a ser feita em caixas de correio comunitárias.
- Vai aumentar o preço dos selos passando o preço de 63 cêntimos para 85 cêntimos.
- Vai reduzir entre 6.000 a 8.000 empregos nos próximos cinco anos mas espera que no mesmo período saiam ou se reformem cerca de 15.000 trabalhadores.
Mudam-se os tempos e os indivíduos, as empresas e os estados têm de se adaptar a novas realidades. Seria sempre uma opção os contribuintes pagarem o défice desta empresa pública através de mais impostos em nome do “bem comum”, “interesse nacional”, “interesse estratégico” ou “coesão social”. Era bom que pessoas como o Daniel Oliveira e o Miguel Sousa Tavares abrissem um bocado os olhos.
o problema do Daniel Oliveira é que como recebe muitas cartas de amor tem medo que as pessoas do “correio comunitário” fiquem com elas tudo por inveja à sua barba rija.
(não conhecendo a realidade dos correios do Canadá, podendo estar a dizer uma grande asneira)
Não serão essas medidas, medidas “socialistas” fundamentalistas?
No fundo poderão estar a “penalizar” (em serviços e preços) os clientes dos centros urbanos que provavelmente serão os mais baratos para “beneficiar” os clientes fora dos serviços urbanos que provavelmente são os mais caros, isto é, financiam a distribuição fora dos centros urbanos com a distribuição dentro dos centros urbanos.
Parece-me, igualmente, que a única medida de aplaudir será a ausência de financiamento público para tapar o buraco.
Tudo o resto cheira a medida típica de monopólio garantido pelo estado.
Isto vai de mal a pior! O que fazemos?
1- Aumentamos os preços;
2 – Diminuimos a qualidade de serviço.
Tem tudo para correr bem!
Se fosse em Portugal, despediam jà os 15 mil inùteis que vivem à conta.
“para responder ao declínio da correspondência física que tem sido substituída pela comunicação digital”
Isto é verdade relativamente ao número de cartas enviada. No Reino Unido, por exemplo, o numero de cartas enviadas passou de 82 milhões em 2004 para 58 milhões em 2013, No entanto, a mesma comunicação digital é responsável pelo aumento de encomendas enviadas através do comércio online, que já representa metade do volume de negócios.
Como o João Cortez refere, e bem, “Mudam-se os tempos e os indivíduos, as empresas e os estados têm de se adaptar a novas realidades.” O problema é que, no caso dos correios do Canadá, a adaptação a esta nova realidade vai ser paga pelos contribuintes enquanto no caso português e britânico a privatização vai permitir a entrada de capital privado para proceder à modernização de serviços e, espera-se, também vai permitir um aumento na eficiência, ao contrário do caso canadiano.
Por exemplo os correios belgas, depois de parcialmente privatizados em 2006, voltaram a ter lucros e agora essa margem de lucro chega aos 17%, o que permite ter fundos disponíveis para continuar a investir na modernização dos serviços. E o mesmo aconteceu com os correios austríacos e alemães que viram a sua produtividade e lucro aumentarem, apresentando o dobro do lucro que a companhia britânica de correios.
E as vantagens da privatização não se ficam por aqui. Os sindicatos deixam de ter tanto poder para provocar desgaste político aos ministros, e ao governo, e também contribui para a redução do déficit publico. E o mais importante, a privatização pode ser o último passo para acabar com os monopólios dos serviços de correio pelo estado e abrir as portas à livre concorrência.
http://xenohistorian.wordpress.com/2011/03/11/9-things-that-will-disappear-in-our-lifetime/
“E o mais importante, a privatização pode ser o último passo para acabar com os monopólios dos serviços de correio pelo estado e abrir as portas à livre concorrência.”
Lá estamos nós a ter que ouvir a mesma treta que diziam em relação â EDP.
Comunista,
Comercializadores para Clientes domésticos
http://www.erse.pt/pt/electricidade/agentesdosector/comercializadores/Paginas/Clientesnaodomesticos.aspx
1,7 milhões de consumidores de eletricidade já estão no mercado livre
http://expresso.sapo.pt/17-milhoes-de-consumidores-de-eletricidade-ja-estao-no-mercado-livre=f816152
Consumidores ganharam cinco milhões de euros com leilão da DECO
http://expresso.sapo.pt/consumidores-ganharam-cinco-milhoes-de-euros-com-leilao-da-deco=f818059
Tretas?
Não discordando de si no que é essencial relativamente a privatizações, no que toca a comparação entre os CTT e os Canada Post é pura demagogia, são empresas em situações completamente diferentes.
A ideologia deve ser uma guia orientadora das nossas opiniões, não nos deve cegar como lhe aconteceu neste caso
Cumps
Eduardo Cunha
Livre concorrência EDP, GALP, Águas, RTP etc, rapaziada estão a brincar não estão?
E gestões responsáveis e eficientes de quem gere os serviços e empresas públicas? Pelo que se lê no texto, não deve interessar para nada. Por gerir, ler também adaptar-se ao rumo dos acontecimentos e necessidades currentes.
O problema é que quem gere algo no sector público raramente tem “a corda a esticar” … e vai deixando andar … se der barracada vai gerir outra coisa qualquer, ou ser ministro, primeiro ou quem sabe presidente … além de não haver responsabilização no sector público, não há um clima de exigência, portanto funciona como se vai vendo, gerido por lides partidárias totalmente corrompidas com interesses instalados … seja partido A, B, ou o coiso …