Vamos assumir que o grande objectivo deste governo é atingir as metas de deficit previstas no MoU com a Troika e que para isso tem de jogar com medidas que alterem variáveis com efeito na despesa e medidas com efeito na receita.
Na gestão sabemos uma máxima. Os custos de estrutura controlamos, a receita e custos variaveis não. Para empresas isto é menos verdade do que para o Estado. Os custos de estrutura dependem de alterações legais produzidas pelo governo.
O Governo pode quantificar ao Euro medidas de redução de custos de estrutura do Estado. Ao Euro, repito. Vítor Gaspar pode dar previsões de quanto é que iriam ter mais de receitas mas não pode em relação à redução de despesa.
Esta linha de comunicação só pode ser explicada com a relação que o governo tem com o país. A facilidade com que comunica impostos é inversamente proporcional à dificuldade que tem em comunicar cortes na despesa estrutural. Isto assumindo que eles vão existir.
O exercício orçamental deveria ser feito com base primeiro no dimensionamento dos custos estruturais. Estes terão efeitos na despesa variável (subsídios de desemprego e indemnizações) mas também em receitas extraordinárias (alienações de património) e apenas depois nas receitas e nas despesas variáveis. Os efeitos dinâmicos implicariam a revisitação dos pressupostos decorrentes das medidas.
A não quantificação à cabeça da despesa estrutural prevista sugere que o método é inverso. Assumem rigidez na despesa estrutural e modelizam impactos nas despesas e receitas variáveis até chegarem a um cenário que dá conforto no cumprimento da meta do deficit. Posso estar enganado mas a comunicação do ministro das finanças assim o indicia.
muito bem
O Governo desconhece a dimensão e, por acréscimo, os custos da estrutura e por isso não consegue dimensionar. Os sistemas de informação que suportam a estrutura são precários e autênticos silos não interoperaveis. Ninguêm sabe ao certo a dimensão do bicho e o que gasta com ele. Como alguêm – 🙂 – disse esta semana;: “é tudo navegação a vista”
mais burocracia????
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=586299&tm=6&layout=121&visual=49