Jogo golfe há pouco mais de um ano. Tornou-se uma paixão quase insuportável, consulto o Windguru várias vezes ao dia, visito sites de campos, sonho jogar na Florida, no Dubai e no Hawaii. Se alguém me liga a meio do dia e me diz: “Vale Pisão daqui a meia hora?” largo o que estiver a fazer e quero que se foda. Não me chateia que chova, faça frio, que me dôam as costas. Meia hora depois estou a tentar passar a regueira com o primeiro shot no buraco 1. De driver. A última vez que isto me aconteceu foi quando, em Carcavelos, me pus numa prancha de surf vão quase trinta anos. Também não dormia quando ouvia as ondas a bombar de madrugada. Pois.
Soube ontem que Portugal (seja lá quem for esse gajo) apresentou a candidatura à organização da Ryder Cup 2018 na última sexta feira. Não aprendemos, mesmo. Já sei que me vão dizer que é um investimento com retorno assegurado, que não é como o Euro 2004, que o Algarve tem os campos necessários, e o turismo da guita, e a promoção mais a puta que os há-de parir. Pois então se é assim, se o investimento é assim tão bom, os investidores farão fila à porta da FPG pedindo por favor que os deixem investir em tão fabuloso evento, em tanta rentabilidade assegurada. Uma coisa é certa, caso Portugal ganhe (o que é bem possível, já que o Algarve é dos melhores destinos de golfe do Mundo, sem exagero) depois da conversa toda, mais o Carlos Cruz, o Sócrates e o Gilberto Madaíl da ocasião, quem vai pagar a puta da conta é o mexilhão sempre: o tanso do contribuinte.
Um dia destes mato alguém ao pontapé. Vou comprar umas botas de biqueira de aço a ver se, ao menos, não me magôo no processo.
Outros
a particularidade d’O Insurgente é esta responsabilidade individual no meio de um colectivo tantas vezes dissonante, mas de barricada (vocês que não gostam de barricadas vão morrer longe, estes são os meus). O que aqui escrevo é meu e só meu. O que os outros escrevem é só deles e eu não tenho nada que ver com o assunto. A não ser que alguém se porte mal com eles que, aí, isto vira família cigana.
Agradeço ao Miguel Morgado, ao Paulo Pinto Mascarenhas, à Isabel Goulão, ao Nuno Gouveia, ao José Manuel Fernandes, ao Professor José Manuel Moreira, ao José Barros, ao Francisco José Viegas e, muito especialmente, ao João Miranda. Quando há sete anos me meti nisto, a blogosfera era muito mais inocente e até melhor, sem tanto jornalista aka comedor de palha e não havia candidato a lugar via cartão do Partido, agarrei-me a seis blogues, entre eles o Aviz do FJV e ao Liberdade de Expressão do João. Na opinião deste bloguer boçal, inculto e, bastas vezes, burro, o João Miranda era e é o melhor bloguer português, a milhas do segundo. Faltam-me aqui nestes textos, O Impertinente, o JCD, o maradona (ouch!) e a Joana do Semiramis.
Foi em Maio de 2005, estava eu em S Diego, California, quando me ligou o meu irmão a dizer: “Fomos convidados para escrever n’O Insurgente”. Nessa noite vi o meu primeiro jogo de basebol, uma seca do caralho, LA Dodgers vs San Diego Padres. A vida prega-nos partidas, umas engraçadas, outras filhas da puta, e esta n’O Insurgente tem sido one hell of a ride! Obrigado ò insurgentes.
right on!!
Nem mais, Helder! As palavras são para se usar.
E ainda, muito me honra por estar entre tanta gente que pensa com liberdade, e por estar aqui com o meu modesto blog:)
Obrigado Isabel, às vezes rala-me não ter o talento necessário para colocar as palavras nos melhores sítios. Mas, pronto, quem não tem cão caça com gato. 🙂
Basebol é tão bom, pá. 😉
É um excelente post, Helder. Bom comócar%$%.
não sei se é tanso ou se é contribuinte e porque é que agradece à minha prima Isabel
Por acaso nunca falei sobre a candidatura à Ryder com ela
MAs tenho uma certeza, para ser contra é porque nuca viveu ,nem pela Tv , como eu, tal evento.
Jogue mais golfe e escreva menos porque de certeza que o seu hcp vai baixar de certeza, pois quanto ao hcp do seu blog não sei
Quanto aos gastos, acha tão infantilmente que a razão da nossa situação é o campeonato de futebol.
A festa foi gira mas já acabou, portanto se quiser matar alguem mate quem não tenha culpa.
Já se perguntou se tem culpa?