Quando o Parlamento e o Governo estão fragilizados ou com dificuldade de entendimento, o papel do Presidente da República obriga a que imponha alguma estabilidade no sistema político. Foi esse o sentido da intervenção de Cavaco, que deixou bem claras quais são as prioridades para a Casa Presidencial. Francisco Assis, político experiente, leu bem os sinais. Veremos o que pensa o restante PS, sobretudo o que está no Governo.
O Insurgente 
Assis foi cauteloso e reafirmou o seu ponto de vista, aliás, já expresso em anteriores declarações. A minha dúvida é saber se Sócrates estará receptivo aos “alertas” do PR.Para não lembrar a ala “radical” Augusto Santos Silva & Cª.
como exercício de hipocrisia, a mensagem do PR não esteve mal, ou melhor, tivemos o sr. silva igual a si mesmo, só faltou comer bolo rei de boca aberta… ou não fosse ele co-responsável pelo estádo miserável em que nos encontramos ao demtir-se das suas funções e a promulgar de forma acéfala tudo o que o governo lhe põe na frente…
Na minha opinião, O Prof.Cavaco na sua persona de PR, falou bem, Cassandra não faria melhor. Não confundir no entanto este Prof. Cavaco com outro do mesmo nome que foi 1ª Min. Falando de despesismo…
Assis, espertalhão, não há dúvida. Ele ouviu. Mas… e depois? Aguardemos os próximos capítulos desta novela já um pouco requentada.
Quer-me parecer que o Rodrigo não leu bem o que Francisco Assis disse.
1. “os socialistas estão «disponíveis para promover todos os entendimentos necessários para garantir a aprovação documentos essenciais para a governação do país».”
2. “«Espero francamente que neste novo ano haja da parte das oposições uma outra disponibilidade para um diálogo sério com o Governo e o Governo evidentemente tem de se abrir a esse diálogo, não temos a mais pequena dúvida sobre isto»”
3. “«Espero que no início deste ano se encerre uma primeira fase desta legislatura, infelizmente muito negativa, em que os partidos da oposição estiveram mais preocupados em fazer um ajuste de contas com o passado do que em contribuir com soluções para o futuro, espero que o momento do Orçamento do Estado seja um momento de clarificação e estabilização da vida política do país»”
Leia-se:
– “documentos essenciais para a governação do país”: o que o Governo e o PS disserem que tem que ser aprovado.
– “disponibilidade para um diálogo sério com o Governo”: os partidos da oposição não se juntem para aprovar propostas com que o Governo não concorde e, em vez disso, aceitem que o Governo é que sabe o que é melhor para o país.
– “o Governo evidentemente tem de se abrir a esse diálogo”: o Governo tem que estar disposto a explicar as suas propostas à oposição, no pressuposto de que, uma vez “explicadas”, a oposição tem que as “compreender” e apoiar.
– “os partidos da oposição estiveram mais preocupados em fazer um ajuste de contas com o passado do que em contribuir com soluções para o futuro”: os partidos da oposição, que representam quase 2/3 do eleitorado tiveram a ousadia de se pôr de acordo em aspectos pontuais, contra o Governo.
– “espero que o momento do Orçamento do Estado seja um momento de clarificação e estabilização da vida política do país”: espero que a oposição não tenha a veleidade de pretender alterações substanciais na proposta de Orçamento feita pelo Governo que, não nos esqueçamos, é apoiado pelo partido que ganhou as eleições com 36,55% dos votos expressos.
Traduzindo: “O Governo está totalmente disponível para chegar a acordo com os partidos da oposição bastando para tal que os partidos da oposição deixem de o ser e aceitem tudo o que o Governo propuser.”
Veremos! Aproveitando o regresso do futebol, «prognósticos só no fim!».