Há demasiadas PT’s em Portugal. Empresas financeira e politicamente apoiadas pelo governo, em nome de um pretenso interesse nacional. O interesse nacional é, aliás, um fenómeno muito engraçado, sendo algo que a grande maioria do povo desconhece, mas que uma pequena parte dos empresários políticos que enchem este país, reconhecem logo à primeira. O interesse nacional’ diz-nos que não devemos permitir que certas empresas, como a PT, a EDP, a CP e outras que tais, caiam em mãos estrangeiras. Algo já de si estranho, quando essas mãos, por vezes, são europeias e é quase uma obrigatoriedade nacional estarmos muito orgulhosos com o nome do novo tratado europeu. Mais estranho ainda, é darmo-nos conta que, o dito interesse nacional não é mais que a conveniência de um grupo, profissionalmente dependente da manutenção do ‘status-quo’.
Depois de toda esta trapalhada que tem sido a pretensa negociata com as empresas do sector empresarial do estado (como agora se denominam as empresas públicas), a interferência política do governo no processo de aquisição da PT pela Sonae, a confusão que a PT trouxe ao mercado da comunicação social, nomeadamente o seu envolvimento no negócio que visava o controlo da TVI, pergunto-me o que é que o interesse nacional tem a ver com isto. Vou ainda mais além, pretendendo saber se o dito interesse nacional, que não deveria ser mais que a separação entre os negócios e o Estado, não tornaria mais benéfico a venda destas empresas a estrangeiros. Fora de Portugal, sempre estariam longe do vício do pequeno poder.
Caro André
Tem toda a pertinência este seu post, porque hoje li algures, que o banco português que é considerado mais eficiente e sério, é o BPI, que só por acaso tem uma maioria de accionistas estrangeiros.
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