Pessoas que nunca aprendem

Rambo III

E com a última peça do puzzle completa-se o cenário e vive-se finalmente o sonho húmido de qualquer produtor e/ou vendedor de armamento.

Neste momento, depois da acção incisiva e elevado patrocínio do Prémio Nobel da Paz, e em mais um exercício com a reconhecida chancela da política externa americana, temos os Estados Unidos a armar, de forma directa ou indirecta, as três facções que se degladiam na luta pelo poder no Iraque, incidentalmente patrocinando a sua reacção contra um ignóbil e genocida agressor dos direitos humanos. Agressor esse sobre o qual pendem suspeitas fundadas de ter recebido treino e equipamento da mesma proveniência.

Num verdadeiro dois em um, ficam também entregues, com este anúncio de entrega de armas aos curdos iraquianos, as saudações e os parabéns ao confrade Atlântico Erdogan pela esmagadora ascensão à presidência da Turquia nas eleições realizadas no dia de ontem. Naturalmente acompanhados de votos de muitas e boas parcerias no futuro, e de promessas da mais estrita solidariedade na defesa da nação turca.

Está desta forma mais uma vez assegurado o esforço de fund-raising do senhor presidente, e dadas as garantias de atenção aos dramas longínquos onde os EUA não podem mesmo deixar de estar presentes, em nome dos profundos valores ocidentais que representam, e de uma forma que não podemos deixar de assinalar num historial já razoável da sua política externa e das suas consequências.

8 pensamentos sobre “Pessoas que nunca aprendem

  1. Rui Costa

    Muito obrigado pela foto. Costumo dizer, meio a brincar meio a sério, que o Rambo 3 deveria ser obrigatório nos estudos de relaçoes internacionais para que se perceba como a política externa dos EUA é tao contraditória. 🙂

  2. JSP

    Atendendo ao anedotário que caracteriza as duas “administrações” eminentemente hollyoodescas com que os americanos, ou alguém por eles, nos brindaram ( Moscovo nunca conseguirá expressar suficientemente a sua gratidâo ), pessoas dotadas de bom senso serão levadas a suspeitar que, em política externa, os E”U”A não agem – reagem…

  3. x

    Nao e contraditorio..a intencao da judeia e seus lacaios de lower manhatan ke controlam central manhatan e o dc etc e destruir as potencias regionais e proto mundiais na eurasia e americas etc..

  4. x

    Os golpistas decadentes sabem ke perderam seu apogeu e agora (ou desde sempre) sua tatica mais ainda passou a ser sabotar os rivais..e pasmem os rivais vos ajudam a tal..

  5. lucklucky

    “Agressor esse sobre o qual pendem suspeitas fundadas de ter recebido treino e equipamento da mesma proveniência.”

    Ignorância mais uma vez para todos verem. Ou então é a habitual tática de propagação do cinismo.

  6. Luckluky,

    Os jihadistas foram (e isso foi admitido) efectivamente financiados pelos Estados Unidos para lixarem o Assad. O Putin é que tinha razão neste ponto: mais vale manter o Assad e valia manter o Khadafi. Na verdade, os Estados Unidos apenas foram ajudar os cristãos (e veja que nunca mencionaram a palavra «cristãos») depois de meses de pessoas a queixar-se e de uma opinião pública que, neste mmento, se as eleições fossem repetidas, eleferia o Romney com mais de quinze pontos de avanço (sondagem CNN do mês passado).

    Onde os Estados Unidos de Obama metem as patas, tudo se lixa. O Egipto, a Líbia e a Síria passaram da Primavera directamente ao Inverno árabes. Por mim, é a preparação de um ataque à Europa, do lado de dentro, onde já estão os jihadistas, europeus de segunda e terceira gerações. A crise da fronteira Sul mostra que se prepara um ataque aos Estados Undos, do lado de dentro.

    Um amigo meu diz que é isso que vai safar aqueles que nos puseram na servidão da dívida: culparão a crise e a guerra, que eles próprios criaram.

    Há bairros em Bruxelas e em paris onde a lei nada manda e a polícia não entra. Temo por toda a Europa Ocidental.

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