Uma nota sobre o conflito Israelo-Palestiniano

Quando o Império Ottomano se dissolveu, fruto da derrota das potências centrais na I Grande Guerra, esta foi a distribuição do território por entre os países aliados:

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Nem Arábia Saudita, Síria, Jordânia, Israel, Palestina ou Líbano existiam. O território era e continuou a ser, pelo menos até 1946, protectorado inglês e francês. Da mesma forma, também a dissolução do Império Austro-Húngaro levou a que outros países anexassem territórios que não lhes pertenciam, como a Sérvia, expansão que posteriormente conduziu à Jugoslávia.

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É importante recordar que a definição das actuais fronteiras foi um processo dinâmico e contínuo, fruto de conflitos militares, e que com excepção de Portugal, ainda há nem 60 anos se voltaram a redefinir. É também relevante relembrar que até 1991 a Europa do Leste não dispunha de soberania, a Alemanha estava dividida em duas repúblicas, e as suas fronteiras eram meramente virtuais na composição da União Soviética, e não fosse a dissolução da USSR, ainda hoje existiria RDA.

O objectivo desta contextualização não se prende com defender a expansão dos colonatos em Israel pós-1967. É apenas derrubar a tese de que o Estado de Israel não tem direito a existir por apropriação indevida de território, que aliás pertencia ao Reino Unido. Um ponto de ordem importante num momento em que o anti-semitismo tende a ressurgir, e em que moderados ocidentais começam a adoptar o discurso anti-sionista que apela à erradicação do Estado de Israel, e que, poucas dezenas de anos desde a última tentativa ainda não passaram, do povo de Israel. E ainda mais importante sabendo que a ordem dos jihadistas é a de que as fronteiras se redefinam uma vez mais, desta feita todos muçulmanos.

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Nota: este artigo beneficia magnanimamente com a leitura destes três artigos e respectivos comentários:

44 pensamentos sobre “Uma nota sobre o conflito Israelo-Palestiniano

  1. Luís Lavoura

    em que moderados ocidentais começam a adoptar o discurso anti-sionista

    Não vejo em que é que ser antissionista não é “moderado”.

    O povo judeu tem o direito de existir, e eu gostaria que houvesse muitos mais judeus em Portugal. Fazem cá muita falta. Na Palestina não.

  2. Luís Lavoura

    a tese de que o Estado de Israel não tem direito a existir [,,,] num momento em que o anti-semitismo tende a ressurgir

    Não tem nada a ver antissemitismo com defender que Israel não deve existir.

  3. “Não vejo em que é que ser antissionista não é “moderado”.

    Portanto, a sua solução para não desalojar mais palestinianos é desalojar todos os judeus que vivem em Israel. E ainda considera que isso é uma posição moderada.

  4. JP

    Já lá vão pelo menos 10h desde que a CNN anunciou destacadamente que foi descoberta uma escola da ONU com rockets armazenados. Vamos ver o que vai passar, mas pelo que vi há pouco, o que passa são padres a contar meias verdades de meia parte do filme, à frente de jornalistas rodeados de equipamento e informação, que de facto não conseguem, não querem ou não podem utilizar. Também nunca tinha visto um prédio implodir direitinho com uma bomba, mas como estou sempre a aprender e não sou bombista, fica a dúvida.

  5. Juniper

    Qualquer pessoa com o mínimo de conhecimento sabe que você está a contar nem 1/10 dos mais 2000 anos de história da Palestina.

  6. JS

    MAL. Faz muito bem em (re)lembrar esse simples mas fundamentais factos históricos.
    Nunca exitiu nenhuma nação “Palestina”. Muito menos “palestinianos”, noção inopinadamente criada por um egípcio, Arafat, para seu benefício pessoal e dos seus mandantes.

  7. arni

    Portanto, a sua solução para não desalojar mais palestinianos é desalojar todos os judeus que vivem em Israel. E ainda considera que isso é uma posição moderada.”
    Oh Mário,e desalojar os palestinianos não foi o que os israelistas fizeram quando chegaram lá?

  8. Vivem 20% de muçulmanos em Israel, de forma perfeitamente pacífica, integrada e moderada. Desalojar lunáticos do Fatah e do Hamas que querem explodir com Israel não é bem a mesma coisa.

  9. Nuno

    Falar no povo Judeu faz tanto sentido como falar no povo cristão. Um e outro não são verdadeiramente um povo. Uma raça. Assim, os judeus semitas coabitaram em paz com os seus congéneres árabes durante milénios. O problema surge quando os judeus ahzkenazi, judeus europeus oriundos da região da Khazaria – a nordeste da Turquia, entre o mar Negro e o mar Cáspio – tomam o controlo territorial da Palestina ao abrigo de acordos internacionais. Assistimos desde os anos 50/60 ao segundo holocausto em menos de um século. Caso para adaptar o provérbio e dizer: Quem com ferro morre, com ferro mata.

  10. Luís Lavoura

    Mário Amorim Lopes

    a sua solução para não desalojar mais palestinianos é desalojar todos os judeus que vivem em Israel

    Eu não disse tal coisa. Os judeus que lá (na Palestina) estão e lá nasceram têm o direito de lá viver. Tal como os indivíduos que nasceram em Portugal têm o direito de cá viver, os indivíduos que nasceram na Argentina têm o direito de lá viver, etc. O que não se pode, em minha opinião, é admitir o princípio sionista de que todo o judeu, nascido seja onde fôr, tem o direito de is para a Palestina. Também não se pode, em minha opinião, admitir o princípio sionista de que, de entre todos os indivíduos que nasceram e vivem na Palestina, os que são judeus têm mais direitos do que os restantes.

  11. Luís Lavoura

    JS

    Nunca exitiu nenhuma nação “Palestina”. Muito menos “palestinianos”

    É verdade. Tal como, historicamente, nunca existiu nenhuma nação síria, nem libanesa, nem iraquiana, nem…

    Na geografia tradicional (árabe) daquela região, há uma só região, chamada “Síria”, a qual abarca toda a atual Síria, Líbano, Israel, e Jordânia.

    Nesse sentido, os palestinianos são sírios. Tal como os libaneses e os jordanos.

  12. Luís Lavoura, se o Estado de Israel se dissolvesse, seria imediatamente absorvido pelos extremistas. Não estamos a falar de um pedaço de terra no meio da Europa. Quanto à interpretação extremista do sionismo, o radicalismo dos rabbis é tão radical quanto o extremismo dos jihadistas. Do que aqui se trata é tão somente do direito do Estado de Israel a existir naquela área circunscrita em 1946 e redefinida em 1967.

  13. spongebob

    Israel como tal só existe porque o Reino Unido quis dar um incentivo a países como Alemanha, USA (dois conselheiros do presidente eram sionistas) e Rússia (Trotsky era judeu) para permanecer na guerra (1ªguerra mundial) oferecendo uma “casa nacional” para os judeus espalhados pelo Médio Oriente. Os árabes palestinianos que já se definiam como tal (ao contrário de alguns comentários por aí que dizem que o povo palestiniano nunca existiu, que são simples árabes) e que permaneciam naquele território nada tiveram a dizer sobre a sua própria soberania. Parece-me a mim que neste caso deveria ter permanecido o princípio de auto-determinação e por isso acho que o estado de Israel é ilegítimo porque é fruto de jogos de bastidores e da vontade de figuras poderosas como o 2º Barão de Rotschild e Chaim Weizmann (que fez um acordo com Emir Faisal que lançou os princípios para abdicar de parte de um território sobre o qual não tinha poder absolutamente nenhum).
    É verdade que o Reino Unido tinha legitimidade para afectar os territórios para quem quisesse, o problema é que, a meu ver, não devia ter tido essa legitimidade

  14. Nuno

    O território deve ser do povo que o habita, não do povo que o invade. É o princípio de não agressão. Os Sionistas invadiram-no na década de 40 com o apoio do ocidente. Antes disso, não há memória de qualquer conflito judaico-muçulmano na região. O que se diz agora do povo palestiniano poderia ser dito então, no séc XVII, do povo português durante a ocupação filipina. Fomos terroristas no iluminismo.

  15. Excelente artigo, não sou ingénuo para considerar Israel legitimada pelos abusos que comete de facto, mas também compreendo que do outro lado para além de muitas vítimas inocentes existe uma minoria poderosa que comete abusos.
    A situação atual é de um acumular de injustiças e não é o tempo que as tornou justas ou legítimas.
    Os que dizem que os judeus não deveriam estar na terra que há mais de 2 mil anos a consideram sua por esta estar agora ocupada por muçulmanos, legitimam pelo tempo uma anterior ocupação árabe quando das guerras com os romanos e depois com os cristãos e se recuarmos no tempo os judeus também tinham ocupado como se refere no êxodo, A última saída dos judeus de Jerusalém mais não foi que um progrom do imperador Adriano e a inexistência de judeus na Península mais não resultou que de progroms dos povos lusos e espanhóis…. corrigir isto tudo seria obra de Humanos, culpar um lado apenas é nada mais que insistir nos erros do passado e legitimar alguns dos erros, em vez de procurar uma solução justa e digna de seres civilizados.

  16. Luís Lavoura

    Mário Amorim Lopes

    se o Estado de Israel se dissolvesse, seria imediatamente absorvido pelos extremistas

    Esse é um argumento do tipo “vale mais Saddam Hussein porque se não o Iraque dissolve-se” ou “vale mais o Egito ser uma ditadura militar porque se fosse uma democracia os muçulmanos tomariam o poder”, etc. Não gosto desse tipo de argumentos.

    a interpretação extremista do sionismo

    A interpretação que eu fiz do sionismo é corrente entre muitos judeus, e está parcialmente plasmada na lei israelita. Segundo esta, qualquer judeu tem o direito de imigrar para Israel e de receber a sua nacionalidade.

  17. Creio que a “simpatia” para com os palestinianos é hoje um anacronismo herdado dos tempos em que era moda a esquerda embelezar-se com um Kaffyeh à Arafat, símbolo da irreverência revolucionária e do chic urbano alternativo… Hoje as coisas começam a complicar-se.
    O resultado das eleições europeias espelha já uma nova realidade. O cidadão comum – apesar de intoxicado pelo politicamente correto circundante – começa a estar farto daquilo que começa a ver como uma séria ameaça: o expansionismo islâmico, supremacista, totalitário, bárbaro, cruel e sem escrúpulos. A situação na Palestina, sobretudo desde que animada pelos radicais do Hamas, representa antes de mais um confronto entre civilização e barbárie, democracia e totalitarismo, decência e má fé. Ninguém defenderá os bombardeamentos de Dresden de 1945, porém é preciso contextualizar. O mesmo se deve fazer agora…
    Também a esquerda, cada vez mais preguiçosa e afastada das suas leituras marxistas, deveria começar a estudar Corão. Talvez assim entendesse que as maiores ameaças à liberdade, desenvolvimento e progresso não estão agora no “grande capital” mas antes se escondem nas subtilezas do islamofascismo.
    A estranha ironia deste confronto é o pudor do Ocidente em chamar os bois pelos nomes, procurando ignorar que existe uma “guerra” em aberto entre modelos de cultura e civilização. Aqui, na Europa e nos EUA, o inimigo é o “fundamentalista”, o “terrorista”… Não obstante, do “outro lado” a situação é clara: a disputa é contra o Ocidente e os seus valores, a democracia, a tolerância, a igualdade, os costumes, a tecnologia, a ciência, cultura, arte… É por isso que a queda de Jerusalém (outra vez) – e o “objectivo” é esse -, seria antes de mais o regresso à idade das trevas…

  18. Luís Lavoura, não gostar do argumento não faz dele um mau argumento. A não ser que negue a existência dos jihadistas e da sua vontade de exterminar os judeus. Enfim, tal como há quem negue o holocausto.

  19. k.

    “cefaria em Julho 30, 2014 às 13:23 disse: ”

    Cuidado com este argumento. Afinal, se Israel tem o direito de existir hoje porque num momento da história já “existiu”, então os Islamitas têm o direito a reivindicar, por exemplo, o Al Andalus.

    Israel existe hoje. Podemos achar mais bem ou mais mal, mais justo ou menos justo que exista, mas é um fait accompli. Ninguém poderá esperar que se sacrifique este Estado (nem este o aceitará).

    No entanto, a existência de Israel não devia ser impeditivo da autodeterminação de um povo junto a uma bandeira (a Palestiniana), nem do estabelecimento de um novo Estado. Muito menos, a existência de Israel exige, ou legitimiza, o tratamento que é dado a esse povo palestiniano. Afinal, se Espanha construisse um muro na fronteira de Portugal, e bloqueasse os nossos mares.. nós também ficariamos irados.

    Afinal, o Hamas não reconhece o Estado de Israel, e é terrorista.
    Mas Israel não reconhece um Estado Palestiniano,….

    PS: Existem palestinianos que querem exterminar os Israelitas. Existem Israelitas que querem exterminar os Palestinianos. Ficamos onde?

    https://www.facebook.com/lehaselmehabel

  20. Mário,

    «da sua vontade de exterminar os judeus.»

    Hoje Israel, Amanhã a Europa. Escrito numa parede em Gaza.

    O Luís Lavoura deve gostar muito de minaretes e dos chamados à oração dos almuedins. É isto que o espera, e no tempo da sua vida e da nossa, se não deixarmos essas tolerâncias civilizacionais e culturais delico-doces para quem não sabe exercer tolerância.

    Jonas é também um profeta do Islão. Isso não impediu os gajos da ISIS de destruir uma mesquita com o seu túmulo.

  21. Carlos

    Pois é Luis Lavoura, a si faz-lhe confusão que o povo Judeu tenha aproveitado o mandato internacional de estabelecimento de um estado naquela região (a qual, diga-se de passagem é de facto a localização natural desse povo, tal como de outros), para implementar essa regra “…qualquer judeu tem o direito de imigrar para Israel e de receber a sua nacionalidade.”. No seu conforto de Português, cuja população não se viu confrontada com as centenas de anos de expulsão atrás de expulsão, culminando no holocausto, percebo que lhe desagrade a ideia. A mim, apesar de ser tal como Luis bem Português, não me custa nada a perceber.

  22. k.,

    O melhor que poderia acontecer ao palestiniano comum era Israel ocupar aquilo tudo, refrear o Hamas e organizar eleições livres, sem Hamas nem Autoridade Palestiniana. A verdade é que as eleições no Estado Palestiniano foram, são e serão sempre fraudulentas, enquanto as eleições em Israel são livres.

    Nenhum cristão em Israel é perseguido por ser cristão. Até há poucos anos os crstãos também viviam em paz na Palestina. Mas com o Hamas não há liberdade de consciência. Basta alguém dos Hamas ou da AP querer a sua casa e terá uma carta endereçada a si dando-lhe um prazo para se converter ou abandonar a sua vida e os seus pertences.

    Isso não acontece em Israel. Aliás, aconteceu este ano, mas foi notícia e regularizado pelas autoridades. Foram levados à barra dos réus judeus ortodoxos por haverem importunado (não ameaçado ou matado, veja bem!) cristãos evangélicos a viver em Israel.

  23. Carlos,

    Em menos de uma década, a Europa estará reduzida a frangalhos e Israel será um dos poucos lugares no Mundo com aparência de normalidade. Se os judeus querem ir para lá, onde podem viver de cabeça levantada, eu percebo isso muito bem.

    Quanto ao Hamas, que este vá pentear macacos.

  24. JS

    Há por aqui ilustres comentadores que aparentemente desejam, para eles e para a sua prole, a honra -já daqui a 5 anos bem contadinhos- de serem Al-Andaluzes de um Califato Jihadista.

    Conversão desbragada, súbita, ou a usual asséptica, invunerável, miopía cultural?.
    Preparam-se para uma troca de fé ?. Ou estão apenas “soletrando” com ajuda do indicador ?.
    Não lhes bastava serem “socialistas” absolutamente simples à quase 40 anos?.

  25. k.

    “Francisco Miguel Colaço em Julho 30, 2014 às 15:05 disse: ”

    Estou certo que não ficaria chateado então, se o Bundeswher entrasse por Portugal adentro e “organizasse” isto tudo.

  26. k.,

    A Bundeswehr não terá, a meu ver, tido algum avistamento de mísseis portugueses a voar contra cidades alemãs. Nem as eleições em Portugal são consideradas adulteradas, fraudulentas ou com eleitores sob compulsão.

    Talvez metade destes meninos que andam a flamejar lenços palestinianos goste da compulsão de consciências e deteste a democracia. A outra metade é simplsmente burra.

  27. k.

    “Francisco Miguel Colaço em Julho 30, 2014 às 16:03 disse: ”

    Se a Alemanha invadisse Portugal, seria portanto ilegitimo para si resistir, ou chatear os Alemães – objectivamente os rockets do Hamas mataram 3 civis, e os israelitas continuam a ir as compras e à praia.

  28. K,
    1.º pensa que por acaso não há islamistas que sentem mesmo ter legitimidade sobre Al Andalus e que se o pudessem não o conquistariam?
    2.º Mesmo considerando o seu argumento, a situação que referi não foi essa, mas de um acumular de erros na história sem nunca se ter encontrado uma solução Humana para um problema específico de um povo que não deixou de existi e desejar que se encontre essa solução.
    Retomando o argumento que invocou existem diferenças que importa ter em conta:
    Os árabes expandiram-se até ao sul da Europa, sobretudo península hispânica, e criaram aqui estados árabes que comungavam língua, religião e a maioria de outros aspetos culturais de onde vinham, a reconquista cristão não deixou um povo diferente sem terra, existem muitos países árabes e os andaluzes eram árabes. A Palestina/Israel conquistada pelos romanos e depois outros povos expulsou os judeus e interditou-os a entrarem na sua capital (édito de Adriano), o povo judeu tinha e tem línguas, culturas e religião que lhes dá uma identidade própria sem nunca mais terem tido uma terra sua, nem ter havido outros territórios judaicos e por onde passam tem havido progroms vários.
    Os gregos perderam o seu Estado há quase tanto tempo quanto os judeus, ficaram também párias na sua terra dominada por romanos, depois romanos de Constantinopla, otomanos e só recentemente se resolveu a situação e caiu o domínio turco do solo helénico, mas o povo nunca perdera o solo onde era maioria, nem fora expulso dele. Os Arménios tiveram genocídios e perderam a independência, mas sempre tiveram um solo onde viviam, se identificavam e eram maioritários, que ora se deslocava para um lado, ora para o outro e agora têm um estado retirado do império otomano que entretanto teve domínio soviético. Os polacos na 2.ª guerra perderam um terço do território oriental para a URSS e recuperaram o terço ocidental à Alemanha, mas desde há muito tiveram uma cultura e um território que os identifica e onde eram maioritários.
    Por isso a especificidade judaica exige uma solução Humana para um Povo que Existe de facto e é essa a ideia que eu referia sem pôr bons para um povo e maus para outro.

  29. A guerra de 1948 não foi iniciada pelos israelitas. Nem a de 67. Nem a de 73.

    Se não se metem com Israel, Israel não se mete com eles. Tem sido sempre assim.

    Lembre-se apenas disto: quando se cansarem de atacar Israel, prepare-se para pagar a Jizia em Al-Ushbuna. E isto se for cristão. Se for ateu, agnóstico, homossexual, espiritualista ou arreligioso prepare-se para comprovar por si mesmo a existência de Deus.

  30. arni

    MAL, estava a falar da própria fundação do Estado de Israel,em que as popualções árabes foram corridas a pontapé das suas terras..

  31. InLimbo

    A terra é de quem, a cada momento, possa dizer que é sua e defendê-la. Não há, nunca houve, legitimidades nem direitos. É mesmo a lei do mais forte.

  32. Pedro S

    arni:

    na mesma altura da fundanção do estado de Israel, populações muito mais numerosas (como os alemães dos Sudetas, Prússia Oriental e do Brandenburgo; os hindus do Paquistão, alguns milhões de muçulmanos da Índia; polacos que viviam a oriente da linha Hrodna/Lviv/Brest-Litovsk, que deixou de ser polaca para se tornar soviética e depois bielorussa ou ucraniana) foram obrigadas pela força das armas a deixar as suas terras e haveres. O trauma e a pobreza forçada a todos esses deslocados foi tão real como o dos palestinianos que deixaram as terras de Israel (vários deles expulsos ou instados a sair pelos exércitos árabes que atacaram Israel e não por forças judaicas).

    Todos essas populações deixaram, (o mais tardar ao fim de alguns anos), de serem considerados refugiados e tornaram-se cidadão de pleno direito dos seus países de acolhimento. A única excepção foi a população palestiniana, que foi impedida em quase todos os países para onde fugiu (com a excepção da Jordânia) de levar uma existência minimamente normal, e foi mantida num estatuto permanente e herdável de “refugiado”. Nenhum alemão filho ou neto de alemães expulsos do Brandemburgo ou Prússia Oriental reivindica o estatuto de “refugiado” hoje em dia. Qualquer pretensão actual de reincorporação desses territórios na Alemanha é encarada como “revanchismo” ou nacionalismo perigoso. O mesmo se passa em relação aos outros exemplos que dei. Porque se pede a Israel o que não se pede à Polónia, à BIelorússia, Índia ou Paquistão?

  33. lucklucky

    “e que com excepção de Portugal, ainda há nem 60 anos se voltaram a redefinir. ”

    Portugal perdeu Angola. Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Timor, Goa.

    Foi uma redefinição de fronteiras, mas como foi feita pela Esquerda provocando mais de 1 milhão de mortos já foi boa.

    Em qualquer dos lugares Portugal estava há mais tempo que a vida por exemplo dos EUA e foi depois de 1967.

  34. lucklucky

    Na Ex-Jugoslavia redefiniram-se fronteiras – já agora a Macedonia está a caminho da instabilidade – nos anos 90.

    Mas como qualquer desses países não sofre o ódio da Esquerda existe paz.

  35. lucklucky

    “Também a esquerda, cada vez mais preguiçosa e afastada das suas leituras marxistas, deveria começar a estudar Corão. Talvez assim entendesse que as maiores ameaças à liberdade, desenvolvimento e progresso não estão agora no “grande capital” mas antes se escondem nas subtilezas do islamofascismo.”

    Isso implicaria que a Esquerda marxista ou Marx alguma vez dessem valor à liberdade humana.
    Ora isso é falso.
    Marxismo-Leninismo uma ideologia que arroga de querer controlar vastos aspectos da vida humana está contra a Liberdade por definição.

    O The Guardian convida o Hamas para conferências. E os jornalistas apertam todos a mão ao Hamas.
    Não há nada mais próximo para a Esquerda totalitária que Islamismo também ele totalitário. A seguir vem a Le Pen e nós sabemos como os membros do PCF têm mudado para a “Extrema Direita”

  36. Moderno

    Aqui há cerca de 30 anos, numa ida a Marrocos cuma missão de pescas, fomos recebidos pelo respectivo ministro.
    No gabinete desse ministro estava dependurado um mapa parecido com este. Achando estranho que a Península Ibérica tivesse a mesma cor. Quebrando o protocolo perguntei qual a razão da mesma cor. Secamente o ministro retorquiu:
    .. É um território provisoriamente ocupado.
    Não deixei de recordar que os nossos esquerdistas argumentavam e argumentam na inutilidade de Portugal ter umas forças armadas capazes porque não temos inimigos interessados no nosso território.
    Muitos deles anti-americanos contam com os yanques para nos defenderem

  37. Nightwish

    http://en.wikipedia.org/wiki/King_David_Hotel_bombing

    Hmmm, se os ataques terroristas serviram para criar Israel, porque não podem os Palestinianos achar o mesmo?
    Na verdade, o que as pessoas são levadas a acreditar sobre a história, neste caso e noutros, não passa de uma grande lavagem sobre os crimes do ocidente. Na altura da segunda guerra, ninguém gostava dos judeus e muitos países recusaram acolhê-los, levando Hitler a não ter outra solução para a sua infantil ideia de pureza senão a limpeza étnica, como, aliás, também ocorreu em muitos outros países em períodos não muito distantes.

  38. neotonto

    Complexo de culpa pelo Holocausto. Expiacaçao. Aquilo fez estigma.
    Mais ja também veem desde muito antes, antes, antes. E só saber olhar…

  39. Renato Souza

    1. É falso que “judeu” é apenas um conceito religioso, e não étnico. Sei de onde vem essa conversa, de um preposto de Stalin (judeu , para dar mais “legitimidadade”) que inventou a mentira de que os judeus orientais seriam descendentes dos kazares. A verdade é que a imensa maioria dos judeus no mundo tem o cromossomo y herdado de indivíduos semitas, por sinal aparentados com os atuais “palestinos”.
    2. É falso que os judeus desembarcaram em 1948 e expulsaram a população “palestina”. Durante mais de um século imigrantes judeus vinham COMPRANDO terras e se estabelecendo lá, juntando-se à população judaica nativa. No meio do século XIX, a população judaica em Jerusalém era maior que a população muçulmana árabe e maior que a população cristã árabe.
    3. Desde que o amigo e colaborador de Hitler (que foi à Europa organizar corpos militares nazistas compostos de muçulmanos) Amin al-Husayni começou seu trabalho criminoso de atiçar os árabes contra os judeus, foram os judeus que foram hostilizados pelos árabes. Até esse momento, viviam em paz, e sem essa triste personagem, provavelmente continuariam assim. Ele organizou várias matanças de judeus. Seus colaboradores chegaram inclusive a publicar fotos falsas mostrando a mesquita que está no Monte do Templo destruída, afirmando que os judeus a tinham explodido, para assim atiçar as massas árabes.
    4. Grande parte dos chamados árabes palestinos são imigrantes recentes (entre o final do século XIX e primeira metade do século XX), ou seus descendentes, atraídos pelo desenvolvimento econômico trazido pelos judeus. Isso não os faz menos merecedores de direitos de cidadania, mas pelo mesmo motivo, judeus filhos de imigrantes recém chegados são merecedores de direitos de cidadania.
    depois continuo…

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