Carta ao editor da Economist

Dear Sir,

I’ve been an Economist subscriber for a long time and have grown used to the hard-data, rigor-mentality with which your paper usually approaches most themes. Unfortunately, I was deeply disappointed, very disappointed indeed, with the less rigorous way you depicted my home country Portugal in your latest March 3rd article (“The uncertain society”, pages 27 and 28).

First, the current government design has no Minister for the Sea whatsoever as you (wrongly) stated.

Second, there are no monarchists in the current Parliament either.

Third, our biggest trading partners are not China nor are the east European countries. In fact, China accounts for less than 3% of our overall imports of goods (source: the Bank of Portugal, February 2012). On the contrary, our biggest trading partners are west European nations such as Spain, France, Germany and the UK (source: The Economist, Pocket World in Figures 2012 edition, page 201) towards whom we have indeed lost competitiveness over the (euro) years, and that together account for over than 60% of our imports of goods.

Fourth, our services’ sector is not particularly protected given that there is no evidence of hundreds of protected trades like in other European countries starting with Germany (as your February 18th column on German services, “Protected and inefficient”, so conclusively exposed).

Fifth, our Public sector (at 47% of GDP), although grossly inefficient, and in need of reform and leanness, doesn’t appear to be overly bloated, at least when compared with other developed countries specifically other northern European nations or even the UK. Also, over the past years there has been a significant trimming in the number of Public sector workers, now representing 15% of the overall Portuguese workforce, and, again, not as high as in other nations.

Sixth, productivity, where Portugal, according to Eurostat data, indeed has a problem, specifically the fact that its per-hour productivity is 35 percentage points below the EU average, 40 percentage points below Spain’s and 50 percentage points below Germany’s. However, and herein lies your misjudgement, productivity has grown at a 0,4% annual growth rate over the past ten years, undoubtedly less than what we would need to reduce the gap, but better than the median per-hour productivity growth rate in the euro zone as a whole (0,3% per annum) over the same period of time.

Best regards,

Ricardo Arroja (economist)

Ps: Enviei esta carta para a secção de “Letters” da Economist. Espero que seja publicada, até porque, mesmo no site da Economist, o artigo está a gerar muita discórdia. Podem ler outros comentários aqui: www.economist.com/node/21548977/comments#comments

Pps: Estive a ler melhor os comentários ao artigo no site da internet e, afinal, o que vejo lá é muitos tugas a aceitarem de barato a incorrecta factualidade da Economist e a dizerem mal do País!! Típico…

7 pensamentos sobre “Carta ao editor da Economist

  1. F

    Fiquei igualmente indignado quando li, o Economist falha em muita coisa que escreve, normalmente só no damos conta quando nos toca à nossa área ou país, até lá lemos e formamos algumas ideias e opiniões sobre assuntos no qual a nossa informação é escassa.. Mesmo assim é menos mal, dentro do que por aí há, é um risco que se corre.

  2. Carlos Duarte

    Caro Ricardo,

    Parabéns pela sua carta, mas acho que vai um bocado “ao arrepio” da ideologia d’ “O Insurgente”. O que o The Economist escreve (fora as imbecilidades factuais) é muito idêntico ao que se lê quase diariamente neste blog. Fosse Portugal um país com uma economia mais “anglo-saxónica” e outras coisas viriam no TE.

    O problema aqui é simples: Portugal (e a maioria do Sul da Europa – excepção à Grécia) está na situação que está (em termos imediatos) por causa de pertencer ao Euro (apesar de eu achar que o deve fazer) e ser um “alvo fácil” para a diplomacia económia dos EUA. Não partilho a histeria com as agências de rating, mas que é “estranho” que os países da Zona Euro, especialmente do Sul da Europa, tenham passado a viver sob a sombra dos downgrades quando o Reino Unido ou os EUA mantenham triplos AAA, sendo a saúde económica destes duvidosa, é algo suspeito.

    É óbvio que o grande culpado pelo estado actual do país (o pertencer ao Euro foi apenas o rastilho – o barril de pólvora é outro) foi (foram) o Governo do PS com José Sócrates. Os desequilíbrios externos galopantes das contas públicas advêm daí. Se se tivesse mantido a dívida entre os 50%-60% do PIB (como esteve de 1985-2004), a situação hoje seria outra.

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