Contribuintes não precisam de pagar pela TAP

Em destaque, notícia que a Ryanair vai abrir em 2022 uma base na Madeira, para servir 10 destinos (incluindo Lisboa e Porto), com capacidade anual de 350.000 lugares de passageiros.

Entretanto, os contribuintes pagam milhares de milhões por uma transportadora aérea falida, pouco competitiva, a que socialistas designam de “bandeira nacional”: TAP. Lamentável que governantes queiram mostrar ao resto do mundo que as nossas “bandeiras” são entidades em bancarrota. Mas torna-se cada vez mais um hábito.

Entrevista ao Michael O’Leary, CEO da Ryanair

Em sequência do post anterior, vale a pena ver e rever a entrevista realizada pelo Porto Canal ao Michael O’Leary, CEO da Ryanair para que os contribuintes portugueses se aperceberem dos danos e prejuízos que Pedro Nuno Santos está a causar ao país com o seu projecto de vaidade pessoal chamado TAP.

Leitura complementar: Michael O’Leary, CEO da Ryanair, a Defender os Contribuintes Portugueses, TAP: Um Caso Crónico do Socialismo Português

Michael O’Leary, CEO da Ryanair, a Defender os Contribuintes Portugueses

Decorreu hoje uma teleconferência entre o Ministro Pedro Nuno Santos (o tal que ia colocar as pernas dos banqueiros alemães a tremer) e Michael O’Leary, CEO da Ryanair.

O ministro que quer brincar aos aviões com o dinheiro dos contribuintes apressou-se em emitir um comunicado oficial da sua versão dos acontecimentos que é simplesmente confrangedor e bastante revelador da impreparação, ignorância e incompetência de Pedro Nuno Santos:

Em resposta, Michael O’Leary, publicou um comunicado no site da Ryanair que rebate as acusações falsas do ministro, critica duramente a opção do governo de injectar dinheiro numa companhia aérea moribunda quando podia investir em saúde e educação, e realça o investimento que a Ryanair tem feito em Portugal. O comunicado merece ser lido na íntegra mas deixo abaixo um excerto (tradução portuguesa retirada daqui):

O CEO do Grupo Ryanair, Michael O’Leary, reuniu esta quarta-feira com o ministro português das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, onde condenou as “falsas declarações” do governante sobre a companhia aérea e acusou-o de gastar “o dinheiro dos contribuintes a subsidiar a TAP”.

“Tivemos uma discussão interessante, embora inútil, com o Ministro Santos esta manhã. Condenámos as suas falsas alegações nos últimos dias de que a Ryanair está a travar uma guerra comercial, quando isso é chamado de concorrência. Também rejeitámos as suas falsas alegações de que a Ryanair pratica “dumping social” quando pagamos à nossa tripulação de cabine mais do dobro do que o seu governo paga a enfermeiras e professores portugueses num ano”, sublinha Michael O’Leary em comunicado.

Na reunião, o CEO da Ryanair aproveitou para mencionar que a companhia aérea se opõe aos 3 mil milhões de euros dos contribuintes portugueses, que “deveriam ser gastos em hospitais portugueses, escolas portuguesas e no aumento do salário de professores e enfermeiras e que estão a ser desperdiçados na TAP, uma pequena companhia aérea que apenas ofereceu a Portugal tarifas elevadas”.

O’Leary realça ainda que a Ryanair, neste verão, vai operar mais de 120 rotas de / para Portugal. “É quase o dobro das 70 rotas oferecidas pela TAP e, ao contrário da TAP, não estamos a pedir 3 mil milhões de euros de subsídio ao contribuinte português”, adverte.

O CEO da Ryanair deixa um apelo final: “Apelamos ao Ministro Santos para que pare de desperdiçar dinheiro dos contribuintes na TAP e invista em infraestruturas, devendo a sua prioridade imediata ser a abertura do Aeroporto do Montijo, onde a Ryanair poderia – em 2 anos – transportar 5 milhões de passageiros e criar mais de 5.000 novos empregos muito bem  remunerados em Lisboa”.

Dou os meus parabéns e deixo o meu agradecimento ao Michael O’Leary que tem lutado mais pelos contribuintes portugueses no caso da TAP do que todos os partidos da oposição, com a notável excepção da Iniciativa Liberal.

Leitura complementar: TAP: Um Caso Crónico do Socialismo Português

TAP: Um Caso Crónico do Socialismo Português

Noruega: o sexto país do mundo com maior PIB per capita (fonte), com uma dívida pública em percentagem do PIB de 37,5% (fonte), e que devido ao petróleo que detem, possui um fundo soberano que excede um bilião de euros (fonte), algo que dá cerca de 190.000 euros por cada um dos seus 5,3 milhões de habitantes.

Norwegian Air: uma companhia aérea rentável antes do COVID-19 (fonte). Tendo sido afectada pela pandemia, pediu ajuda governamental que foi recusada. após o governo Norueguês ter concluído que “conceder ajuda financeira à Norwegian Air não seria um uso responsável de fundos públicos” (fonte). De seguida, a Norwegian Air entrou em insolvência (fonte).

Portugal: quadragésimo país do mundo em termos de PIB per capita (fonte), com uma dívida pública em percentagem do PIB de cerca de 140% (fonte), e sem qualquer fundo soberano. Se dividirmos a dívida pública por cada um dos 10 milhões de habitantes, cada português (mesmo os que nasçam hoje) tem uma dívida de 26,8 mil euros.

TAP: uma companhia aérea que já não era rentável antes da pandemia (fonte). Quer António Costa, quer Pedro Nuno Santos acham que ter uma companhia de bandeira justifica enterrar na TAP fundos ilimitados, mesmo num ano de particular dificuldade para o país, e em particular para o Serviço Nacional de Saúde. Assim, em plena pandemia, o governo PS decidiu injectar na TAP 1700 milhões de euros (fonte), mil e setecentos milhões de euros!!! Para colocar em perspectiva, o orçamento da saúde em 2020 foi cerca de 11 mil milhões de euros (fonte).

Destaque-se, que com a pandemia, a aviação foi um dos piores, senão mesmo o pior sector afectado, sendo que o impacto no sector se irá sentir durante muitos anos. Mas é no pior sector que se podia investir, que durante uma crise pandémica o governo português decide enterrar mil e setecentos milhões de euros dos contribuintes… e isto numa empresa que não era rentável mesmo antes da pandemia.  E isto, pasme-se, foi feito pelo governo do PS (apoiado pelo PCP e pelo BE) sem o governo nunca ter disponibilizado o plano de liquidez da TAP (fonte).

Somos de facto um país muito rico… em políticos medíocres e pobres.

PS: Cereja em cima do bolo, vejamos um outro negócio que está em grande declínio na era digital: o correio tradicional. Vamos ver então, em plena pandemia, onde podemos injectar dinheiro que não se tem para fazer um daqueles “bons negócios” para o contribuinte que só o Pedro Nuno Santos sabe fazer – nos CTT.

Os Contribuintes TAPam os Prejuízos

Para a esquerda, a TAP é uma empresa “estratégica” e uma empresa “de bandeira“. Não sei bem o que é que estes lirismos significam bem. Ainda que a TAP simplesmente desaparecesse de um dia para o outro, seria uma questão de tempo até outras companhias aéreas preencherem esse espaço. A beleza do capitalismo é que onde existe uma necessidade, o mercado a irá satisfazer. Também há vários países, inclusivé na Europa, onde não existem empresas de aviação públicas e os seus cidadãos não ficam privados de voarem para onde quiserem.

Ora bem, Passos Coelho esteve mal em não privatizar a empresa a 100%, mas António Costa ainda esteve bem pior quando assegurou 50% do capital da empresa aos contribuintes com direito a 50% dos prejuízos mas apenas a 5% dos lucros e sem controlo estratégico da mesma (fonte).

Esta semana saiu a notícia de que entre Janeiro e Setembro deste ano a TAP registou 111 milhões de euros de prejuízos (fonte). É impressionante que uma empresa que está em falência técnica há dez anos continue a operar e a registar prejuízos sucessivamente.

Recorde-se que para a administração da TAP, António Costa nomeou entre outros o seu grande amigalhaço de longa data e homem de mil ofícios, Diogo Lacerda Machado.

Registe-se ainda que em 2018 quando a TAP teve 118 milhões de euros de prejuízos, a empresa decidiu distribuir 1,171 milhões de euros de bónus por 180 pessoas tendo sido a mulher de Fernando Medina comtemplada com um bónis no valor foi de 17.800 euros (fonte).

E é ao menos a TAP uma companhia aérea de excelência? Para quem tem que viajar na TAP, os atrasos sistemáticos são um suplício. De facto, segundo a Bloomberg no início deste ano, a TAP é a companhia de aviação que mais se atrasa no mundo (fonte).

De facto, o que é precisco é que os contribuintes TAPem os olhos e também TAPem os prejuízos. Afinal de contas, o bolso do contribuinte não tem fundo quando se trata de financiar os delírios dos políticos.

Não TAP Os Olhos

Ora bem. Num ano em que a TAP – uma empresa em que eu sou obrigado a ser accionista (como todos os Portugueses) – teve um prejuízo recorde de 118 milhões de euros, esta decidiu distribuir 1,171 milhões de euros de bónus por 180 pessoas (fonte e fonte).

Acresce a curiosidade da mulher de Fernando Medina, Stéphanie Sá Silva, que tendo trabalhado apenas oito meses na TAP em 2018, foi a única pessoa do departamento jurídico a ser contemplada com um bónus, cujo valor foi de 17.800 euros. (fonte). Stéphanie Sá Silva tem ainda a particularidade de ser filha de Jaime Silva, ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas durante o primeiro Governo de José Sócrates (fonte).

Sr. Rui Moreira, boicote à TAP?

Caro Rui Moreira, não conheço o seu currículo profissional mas posso já dizer que tem mais jeito para gestor político que gestor privado. Como presidente da Câmara Municipal do Porto para si é fácil exigir que todos os contribuintes portugueses paguem as viagens de avião de e para o Porto.

Entendo a sua posição. Sendo socialista (de esquerda ou de direita) a grande maioria da população, estou seguro que o senhor não foi eleito para zelar pela liberdade de escolha dos portuenses. É que, apesar do crescimento da carga fiscal, as exigências de mais despesa estatal continuam a sobrepor quaisquer outros queixumes do eleitorado. E o senhor faz-lhes a vontade.

Boicote à TAP? O senhor por acaso tem noção que a região Norte do país (e estrangeiros) já boicota há muito tempo a TAP? É que desde a chegada das low-cost ao aeroporto Francisco Sá Carneiro a escolha tem sido crescentemente para essas companhias aéreas. Aliás, para benefício dos portuenses (habitantes e comerciantes), consequência do crescimento do turismo ao qual o senhor tentou puxar para si os méritos da iniciativa privada.

Ryanair

E se a TAP mantivesse as rotas que o senhor deseja?

Sim, a TAP passou a ser 50% pública mas foram decisões semelhantes que, no passado, colocaram esta companhia em situação de falência técnica. Mas mesmo que fosse possível ao Estado português injectar dinheiro para financiar tais rotas, há que considerar se essa seria (ou não) a melhor alocação de recursos. O senhor Rui Moreira não consegue imaginar outras aplicações para esse dinheiro? Eu como liberal defendo sempre a redução de impostos mas se o senhor – socialista que é – não equaciona diferentes clientelas para agradar, talvez tenha de pôr em causa também o seu jeito como gestor público…

Nota final: se puser de lado o seu egocentrismo e tiver alguma humildade para reconhecer que nunca paramos de aprender (eu assim penso), recomendo-lhe a leitura do esclarecedor post “Criar hubs por decreto”, do blasfemo LR.

Deve Ser Isto O Que Significa “Companhia Estratégica E De Bandeira”

Onde existe uma necessidade; aparecerá sempre um mercado para satisfazer essa necessidade – ainda que possa implicar que a Joana Amaral Dias tenha que fazer escala em Madrid para se deslocar a Recife ou a Luanda. Com o suprimento/redução das rotas do Porto servidas pela TAP, a Ryanair já anunciou a intenção de realizar voos novos/adicionais para essas mesmas rotas.

Nos dias de hoje não se justifica a propriedade pública (mesmo que parcial) em companhias aéreas ou outro tipo de empresas de transporte. É fácil invocar o “interesse nacional”, o “interesse estratégico” ou a “companhia de bandeira” para não se ter que justificar o injustificável. Na prática, querer manter na posse do estado empresas para as quais existem empresas privadas que oferecem serviços equivalentes em situação concorrencial não faz sentido; e apenas pode ser justificado pelo populismo assim como pela vontade de manter o poder e de exercer o controlo político de empresas à conta dos contribuintes.

TAP_Ryanair

António Costa, O Nacionalizador

António Costa: Maioria da TAP voltará para o Estado mesmo sem acordo.

“O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta sexta-feira, em Bruxelas, que o Estado retomará a maioria do capital da transportadora aérea TAP mesmo sem acordo com os compradores privados.

“A execução do programa do Governo não depende da vontade de particulares” que assinaram um contrato com um “governo em condições precárias”, disse o primeiro-ministro numa referência à transportadora aérea TAP.”

Será que com a Frente de Esquerda voltaremos a ter nacionalizações forçadas em Portugal ? Grande sinal de confiança para os investidores e de respeito pela lei.

Leitura complementar: O nosso Primeiro-TAPado