Hollande dá mais um passo para terminar com a Segurança Social

François Hollande anula decisão de Sarkozy e volta a definir idade da reforma aos 60.

Hollande cumpriu uma das suas promessas eleitorais e voltou a definir a idade da reforma nos 60 anos. O anterior Presidente, Nicolas Sarkozy, tinha alterado a idade da reforma dos 60 para os 62 anos, decisão que foi agora revogada pelo actual Presidente francês.

Quando a SS foi criada, ela foi criada ao nível da EMV (Esperança Média de Vida) e era sustentável. Com o evoluir da EMV – e de outras variáveis como a pensão média – a situação da SS tornou-se cada vez mais insustentável. Políticos por toda a Europa estão a tentar salvar a SS para que ela, nem que seja por menos anos, se mantenha de pé. Daqui a uns anos vai falhar o dinheiro à França e depois “Ai, quem me salva dos mercados”. Já estou cansado de ver este filme. E tenho pena que o povo Francês, que tem tão boa opinião de si próprio e da sua capacidade de separar o trigo do joio, tenha eleito este “homem comum” que faz o 1º disparate que lembra àquela cabeça. A política é uma actividade para líderes com a capacidade de aguentar o barco e tomar decisões difíceis. Este claramente não tem esse calibre e nem percebe as consequência do que faz.

Entre ter SS por menos anos ou não ter SS, Sarkozy preferiu a 1ª, Hollande prefere a 2ª.

Vêm aí os Especuladores! Fujam, fujam, abandonem a França!

Em plena campanha, irá surgir um novo instrumento para especular contra a França!.

Este estilo de jornalismo é risível. Mais “fearmongering” que Bush, mais “socialist” que o Obama. Politiquice total, isenção nula.

O verdadeiro resultado é maior transparência e rapidez de ajustamento do preço do subjacente (a dívida) a reagir a todos os desmandos do Governo Francês.

Claro que, como eles são super-irresponsáveis, a coisa deverá correr muito mal e o Estado vai ficar nas mãos dos credores bem mais depressa do que normal (20x mais rapidamente, em concreto, pois agora com apenas 5% do dinheiro anteriormente necessário compra-se e despeja-se dívida no “mercado”).

Friso: a culpa é da irresponsabilidade do Estado Francês. De todos os Presidentes dos últimos 50 anos, inclusivamente de Sarkozy. Mas como a malta é míope, vão culpar os “mercados” (ou seja, os aforradores que são crédulos o suficiente para colocarem o dinheiro nas mãos de financeiros com extremo gosto pelo risco) que na verdade só irão acelerar o inevitável.

Ah, como o mundo é previsível. A Oeste, nada de novo!
Fiquem bem. Ou informem-se.

França: Shengen é opcional

Como podem ler aqui,

“Com a autorização dada por Itália, muitos tunisinos viajam para França”


Logo, o que é que o “Pequeno Napoleão faz? Se algo dá problema, corta-se. A questão de Princípio, é irrelevante.

Qual deveria ser a política correcta? Qual deve ser a posição de princípio? Na minha opinião, nem deveria ser necessário o Acordo de Shengen: a liberdade de circulação deveria ser um dado. Mas como é esse o Modus Operandi do estado, então seja. Shengen deveria então ser válido. Sempre.

Assumida essa opinião (pois assinou o acordo), essa deveria ser a posição oficial a manter. O princípio da Certeza Jurídica assim o exige. Todavia, o que o Estado Francês está a fazer aqui é escolher os momentos em que é fiel ou não às suas responsabilidades. Não perdoaria isso à minha namorada, e portanto não sei porque hei-de perdoar isso a Sarkozy (será que Bruni será mais perdulária?).

Sarkozy mostra assim o seu nível de (ir)responsabilidade e o valor da palavra do estado que lidera. E é neste senhor que a França coloca os seus serviços “públicos”: educação, saúde e justiça.