A privatização da RTP foi adiada para “um momento mais adequado às circunstâncias” que em linguagem política significa que não devemos esperar que a RTP seja privatizada durante o nosso tempo de vida.
O argumento principal invocado foi a “queda do mercado publicitário no último ano“. Mas porque é que isto há de ser um argumento válido? Se a RTP fosse privatizada, esse passaria a ser um problema do novo dono e não do contribuinte. Não sei se se estará a tentar salvaguardar o mercado publicitário dos dois canais de televisão privados – a SIC (Impresa) e a TVI (Media Capital), mas isto seria um argumento muito estranho, porque quer a Impresa quer a Media Capital não respondem aos contribuintes nem deles está dependente.
A RTP vai entretanto avançar com um processo de “reestruturação profunda” que poderá custar 42 milhões de euros.
O ministro Miguel Relvas diz ainda que “com a reestruturação os portugueses deixarão de pagar a RTP duas vezes” ao que eu respondo: e porquê pagar uma vez sequer?
O mesmo ministro terá referido que “em 2012, a RTP custou 540 milhões de euros“. É enviar a factura para o contribuinte se faz favor.