Do maravilhoso mundo da regulamentação

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De: “This is what you get when a local law requires one of our breweries to serve food.” (mais exemplos na thread original)

Reorientar as leituras: a propósito de uma desistência

Rui Albuquerque no Instituto Ludwig von Mises Portugal

Em suma, os graves problemas dos sistemas financeiro e bancário que levaram o deputado Carlos Abreu Amorim à descrença sobre o liberalismo e o mercado, são, afinal de contas, bem mais o produto do estado e das intervenções do governo, do que o resultado do livre jogo da oferta e da procura.

Podem ler o artigo na integra aqui.

Supreendidos?

Peso da economia paralela disparou para 25,4% do PIB

E para resolver isto acham que é necessário aumentar (mais) os impostos e incrementar (mais) a regulação ou podemos finalmente exprimentar a solução inversa? Provavelemnte há quem antes disso queira exprimentar colocar um fiscal em cada esquina. Ou dois que sempre se vão fiscalizando um ao outro nas horas mortas.

Só nós é que podemos manipular o mercado

Jornal de Negócios (meus destaques)

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, disse hoje, em Estrasburgo, que “alguns bancos” têm ainda que aprender a lição da crise e deixar de manipular os mercados e que Bruxelas deve prosseguir esforços de regulação.

A comissão europeia não abdica nem pretende partilhar o monópolio da manipulação dos mercados. Economia de mercado? Livre concorrência? Mercados desregulados? Contem-me histórias…

Over-regulated America

A Revista Economist anda a publicar artigos interessantes

The home of laissez-faire is being suffocated by excessive and badly written regulation

AMERICANS love to laugh at ridiculous regulations. A Florida law requires vending-machine labels to urge the public to file a report if the label is not there. The Federal Railroad Administration insists that all trains must be painted with an “F” at the front, so you can tell which end is which. Bureaucratic busybodies in Bethesda, Maryland, have shut down children’s lemonade stands because the enterprising young moppets did not have trading licences. The list goes hilariously on.

But red tape in America is no laughing matter. The problem is not the rules that are self-evidently absurd. It is the ones that sound reasonable on their own but impose a huge burden collectively. America is meant to be the home of laissez-faire. Unlike Europeans, whose lives have long been circumscribed by meddling governments and diktats from Brussels, Americans are supposed to be free to choose, for better or for worse. Yet for some time America has been straying from this ideal.

Consider the Dodd-Frank law of 2010. Its aim was noble: to prevent another financial crisis. Its strategy was sensible, too: improve transparency, stop banks from taking excessive risks, prevent abusive financial practices and end “too big to fail” by authorising regulators to seize any big, tottering financial firm and wind it down. This newspaper supported these goals at the time, and we still do. But Dodd-Frank is far too complex, and becoming more so. At 848 pages, it is 23 times longer than Glass-Steagall, the reform that followed the Wall Street crash of 1929. Worse, every other page demands that regulators fill in further detail. Some of these clarifications are hundreds of pages long. Just one bit, the “Volcker rule”, which aims to curb risky proprietary trading by banks, includes 383 questions that break down into 1,420 subquestions.

Hardly anyone has actually read Dodd-Frank, besides the Chinese government and our correspondent in New York (see article). Those who have struggle to make sense of it, not least because so much detail has yet to be filled in: of the 400 rules it mandates, only 93 have been finalised. So financial firms in America must prepare to comply with a law that is partly unintelligible and partly unknowable.

Continue a ler “Over-regulated America”

Dumping

De acordo com a Wikipedia, Dumping é:

“uma prática comercial que consiste em uma ou mais empresas de um país venderem seus produtos, mercadorias ou serviços por preços extraordinariamente abaixo de seu valor justo para outro país (preço que geralmente se considera menor do que se cobra pelo produto dentro do país exportador), por um tempo, visando prejudicar e eliminar os fabricantes de produtos similares concorrentes no local, passando então a dominar o mercado e impondo preços altos. É um termo usado em comércio internacional e é reprimido pelos governos nacionais, quando comprovado. Esta técnica é utilizada como forma de ganhar quotas de mercado.”

Por exemplo, no caso da produção de móveis, isto significaria que uma empresa com algum capital financeiro resolveria em vez de tentar melhorar o produto ou o processo produtivo, vender móveis abaixo do preço de custo para levar os concorrentes à falência e, depois de se tornar a única produtora da zona, obter lucros de monopólio.

Quem Ganha:
– Consumidores: Com a baixa de Preços, vêm aumentar o seu Poder de Compra
– Fornecedores: Com o aumento do Poder de Compra dos consumidores, aqueles compram mais e portanto os fornecedores vendem mais do seu produto, ao mesmo preço

Quem Perde:
– Concorrentes: Os consumidores deslocam as suas compras de quem não faz dumping para quem o faz. Em determinados casos, estes concorrentes podem falir e os que tinham ficado a ganhar no Curto Prazo, perdem no Médio e Longo Prazos
– Executor da Prática: Enfrenta prejuízos para ganhar posição de mercado. Se conseguir falir os concorrentes, obtém poderes de Monopolista e passa a ser o único que ganha

Note-se que a prática de dumping deve ser dissociada de estratégias promocionais, sob pena de não se poderem fazer descontos ou ofertas! Isto poderá conseguido, por exemplo, comparando médias de preço de venda e o custo num período suficientemente longo para ver se constitui dumping (em vez de analisar preço vs custo a cada momento). Só aí a ASAE poderá actuar.

Por fim, fica uma das anedotas preferidas de Ayn Rand:

3 empresários encontram-se numa prisão e, como todos os presidiários, começa a falar sobre o motivo pelo qual estão ali:
1º: – Eu estou aqui porque pratiquei Preços Muito Altos, e me acusaram de abuso de Poder de Monopólio.
2º: – Eu estou aqui porque pratiquei Preços Muito Baixos, e me acusaram de Dumping.
3º: – Eu estou aqui porque pratiquei Preços Iguais a Todo o Mundo, e me acusaram de Cartelização.

Pois…

Impõe-se algumas palavras sobre um caso que tem sido muito badalado nestes dias: o mercado da distribuição do Leite. Neste processo a Lactogal queixou-se ao Estado de que o Continente estava a cobrar preços abaixo dos 30 cêntimos que o Continente a que o Continente tinha o leite à Lactogal.

Ao contrário do que seria de supor, quem fez a queixa não foram os concorrentes do Continente (por exemplo, associações de pequenos comerciantes) mas os fornecedores, os tais que venderão mais do que numa situação normal e receberão o mesmo preço.
Mais estranho ainda, o medo da Lactogal não é a falência do restante canal de distribuição (que a afectaria mais tarde…), pois os restantes distribuidores vendem muitos outros bens e, depois de uns dias a vender menos leite, voltarão a vender a quantidade normal quando a promoção terminar.

De acordo com quem “anda no terreno”, o motivo pelo qual a Lactogal intentou esta queixa foi porque, no “competitivo mercado da distribuição”, se o Continente vender abaixo um “produto bandeira” como o leite, os outros grandes distribuidores vão ter de “responder” e portanto vão “exigir” que a Lactogal faça um “desconto significativo”, levando a “perdas insuportáveis” por parte da Lactogal.
Recordo que mesmo que outros distribuidores tivessem tentado obrigar a Lactogal a fazer preços mais baixos, esta última pode não o fazer devido à sua situação de “monopólio com franja competitiva” (marcas Lactogal) que possui. E se o fizesse, a perda de Curto Prazo será compensada por ganhos de Médio e Longo Prazo em termos de maiores vendas, a preços “normais”.
No Longo Prazo, é natural que os clientes prefiram produtos de qualidade semelhante e preços muito inferiores mas isso meus caros, já sabem de quem é a culpa, não é?

Se a ASAE aceitar esta situação, terá de o fazer sempre que um fornecedor se queixe de situações idênticas, pois a lei é igual para todos. O que é abrir uma Caixa de Pandora…

Veja-se como realmente a estratégia é fazer cross-selling: o cliente paga 78 cêntimos, obtém descontos para o mês de Janeiro e Fevereiro (obriga a fazer mais 2 compras) e é limitado a 16 litros, pelo que o cliente é convidado a comprar mais para ter o cabaz entregue em casa.