Stand-up Comedy: “O PS é o partido do bom senso, do equilíbrio e da estabilidade”

António Costa daria um bom comediante. Ontem no frente a frente com Assunção Cristas conseguiu afirmar sem se rir que “Há uma coisa que os portugueses sabem quanto ao PS desde que Mário Soares o fundou: é o partido do bom senso, do equilíbrio e da estabilidade“.

E que quereria António Costa dizer com esta afirmação? Ora vejamos:

Primeira Bancarrota de Portugal desde o 25 de Abril – 1977, Primeiro Ministro: Mário Soares, Partido Socialista

Segunda Bancarrota de Portugal desde o 25 de Abril – 1983, Primeiro Ministro: Mário Soares, Partido Socialista

Terceira Bancarrota de Portugal desde o 25 de Abril – 2011, Primeiro Ministro: José Sócrates, Partido Socialista

O legado do partido socialista em Portugal está mais do que assegurado.

Geringonça Termina a Legislatura em 2019 a Crescer Menos Do Que o Governo de Passos Coelho em 2015

A Comissão Europeia actualizou hoje as suas previsões económicas em relação a 2019. E o que se conclui é que:

  • Nem facto do governo de Passos Coelho (PSD/CDS) ter sido obrigado a executar um duro programa de ajustamento solicitado, negociado e assinado pelo governo do PS na altura liderado por José Socrates;
  • Nem o genial plano macro-económico de 2015 elaborado pelos sábios génios do PS sob a liderança do Doutor Mário Centeno e que previa um crescimento médio de 2,7% ao ano para toda a legislatura;
  • Nem o facto da legislatura da geringonça ter tido uma das conjunturas mais favoráveis de que tenho memória (juros historicamente baixo, preço do petróleo baixo, o boom do turismo, crescimento generalizado dos parceiros económicos);
  • Nem o facto da página da austeridade ter sido sucessivamente virada…

…conseguiram impedir a realidade que o governo da geringonça irá terminar a sua legislatura em 2019 a crescer apenas 1,7%, abaixo do crescimento registado em 2015 de 1,8%, o último ano da legislatura do governo PSD/CDS liderado então por Passos Coelho.

Os crescimentos previstos quer para 2019 quer para 2020 publicados hoje pela Comissão Europeia, colocam mais uma vez Portugal do lado errado do ranking, bem na cauda do crescimento a nível europeu e abaixo de vários países comparáveis com Portugal. Em breve, Portugal será o quinto país mais pobre da União Europeia.

 

Austeridade… Mas Não Para Todos

A geringonça deve ter um daqueles livros em que todas as páginas são iguais – neste caso páginas de austeridade. Assim, apesar de milhares de páginas de austeridade viradas, os Portugueses continuam na página da austeridade, como se pode ver na notícia abaixo retirada daqui.

Ora bem, austeridade para todos? Não é bem assim. Que o diga o governo, que se prepara em ano eleitoral para aumentar o orçamento das suas viagens em 31% (fonte). Genial – campanha eleitoral do PS paga por todos os contribuintes !

Como derrotar Rui Moreira

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Segundo a imprensa nacional, Rui Moreira trocou as voltas ao PS, o  que é um tremendo exagero. O Presidente da CMP deixou os papagaios que dirigem o partido do governo fazer o que estes de melhor fazem, retirando daí o respectivo casus belli. O PSD, à falta de candidato para as duas principais cidades do país, regozijou-se de imediato. Passos Coelho ergueu-se do mundo dos mortos para onde a insignificância do seu discurso e da sua estratégia política o conduziram para arremessar uma bicada ao Partido Socialista e os seus correlegionários, no Porto, abrem champanhe. Mas aqui colocam-se vários problemas que, a meu ver, ainda não surgiram à massa laranja.

Em primeiro lugar, e apesar das circunstâncias, o PS tem um candidato conhecido da cidade, com obra feita – não estou aqui a avaliar a mesma – neste mandato. Ser-lhe-á complicado atacar Rui Moreira, mas o PSD aqui não fica em melhor figura, pois desta feita tem uma figura de peso que, neste xadrês autárquico, pode e deve apostar, não na derrota de Moreira, mas na derrota do PSD, procurando o segundo lugar.

Ao mesmo tempo, o já aparvalhado e oco discurso do PSD Porto perde fogo – se é que alguma vez o teve. E por isso, com uma amabilidade que não me é característica, elenquei algumas hipóteses, partindo, é claro, do que o PSD já tem demonstrado ser o seu foco: acusar Rui Moreira de coisas.

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Costa quebra acordo com o Bloco

António Costa ao colocar na Concertação Social a redução da TSU dos empregadores quebra o exposto no acordo de governo com o Bloco de Esquerda. Extraordinariamente o próprio Bloco não quis lembrar a questão.

Na “Posição conjunta” assinada entre PS e Bloco sobre a “solução política” da XIII Legislatura, lê-se:

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(número 3 do anexo)

De António Costa, claro, espera-se tudo. Parece que o estou a ver com o seu sorriso cínico a afirmar “como acordado não constou do Programa de Governo”- estranho é a sempre reinvindicadora Catarina Martins ficar calada.

Palavra dada, palavra honrada.

Ler também: Costa quebra acordo com Os Verdes

Costa quebra acordo com Os Verdes

António Costa ao colocar na Concertação Social a redução da TSU dos empregadores quebra o exposto no acordo de governo com Os Verdes. Extraordinariamente os próprios Verdes não quiseram lembrar a questão.

Na “Posição conjunta” assinada entre PS e PEV sobre a “solução política” da XIII Legislatura, lê-se:

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(artigo VI, número 2)

De António Costa, claro, espera-se tudo. Parece que o estou a ver com o seu sorriso cínico a afirmar “como acordado não constou do Programa de Governo”- estranho é a sempre reinvindicadora Heloísa Apolónia ficar calada.

Palavra dada, palavra honrada.

 

Momento Insurgente Memória (3)

Corria a longínqua data de 26 de Janeiro de 2016 quando o João Galamba, um dos sábios economistas que assinou o Cenário Macroeconómico do PS defendia assim no twitter a discrepância entre a previsão do crescimento do PIB por parte de outras instituições com a previsão do crescimento do PIB por parte do governo, que na altura ainda se encontrava nos 2,1%.

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No mesmo dia, o sábio João Galamba confirma um impacto positivo das medidas do orçamento de estado do governo da geringonça de pelo menos 0,5% do PIB em 2016.

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Essencialmente, a teoria do reputadíssimo economista João Galamba é que as empreas de rating Fitch e Moody’s se baseavam num cenário base (de um governo PaF) para um crescimento do PIB entre 1,6 e 1,7%; e que não contabilizavam o impacto positivo das medidas do orçamento de estado do governo da geringonça.

No dia em que o PS concede que o crescimento do PIB em 2016 ficará pelos 1,2% do PIB, abaixo do cenário base e bem abaixo das previsões do governo; podemos confrontar a tese de João Galamba com a realidade e concluir que as medidas do orçamento de estado do governo da geringonça tiveram de facto um impacto no crescimento do PIB;  só que em vez do impacto positivo no valor de +0,5% do PIB previsto pelo João Galamba, o impacto foi na realidade negativo no valor de exactamente -0,5% do PIB; isto é, um efeito multiplicador com 100% de precisão, mas com sinal errado.

Se por algum acaso o João Galamba ler este post, aproveito para lhe recomendar de forma entusiasta a Pós-graduação em Escola Austríaca da Economia no Porto.

Momento Insurgente Memória

A propósito do crescimento revisto em baixo pelo governo para 1,2% em 2016 e para 1,5% em 2017, O Insurgente Memória recorda um tweet do Partido Socialista quando este se encontrava na oposição e “vendia” uma alternativa que consistia no “virar da página da austeridade” e num ciclo de crescimento virtuoso:

Mas, Mas… Onde Está o Crescimento Prometido Pela Geringonça?

Eu ainda me recordo da longínqua data de 21 de Agosto de 2015, quando os sábios economistas do PS no seu Estudo Sobre o Impacto Financeiro Do Programa Eleitoral do PS prometiam um crescimento de 2,4% para 2016 e de 3,1% para 2017 como se pode verificar no quadro abaixo.

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No Orçamento de Estado de 2016, Mário Centeno, então já no governo, reduziu a previsão do crescimento para 2016 para apenas 1,8% (resultado dos acordos à esquerda?). Apesar de todas as previsões de outras instituições que apontavam para um crescimento do PIB perto de 1%, o governo da geringonça sempre defendeu estoicamente as suas metas.

Eis que finalmente, o Excel de Mário Centeno parece ter cedido. De acordo com o Observador (destaques meus):

O Governo espera que a economia portuguesa só cresça 1,2% este ano [2016], menos um terço do que o estimado no Orçamento para 2016 e no Programa de Estabilidade. Este valor é pior que nos cenários mais negativos simulados pelo Governo tanto no orçamento deste ano, como na carta enviada em julho à Comissão Europeia na defesa contra as sanções. No próximo ano [2017], a economia não deve crescer mais que 1,5%, menos que o verificado em 2015 (que foi de 1,6%).

De notar que quer em 2016, quer em 2017, o próprio governo parece admitir que o crescimento será menor do que o crescimento verificado em 2015 com o austeritário governo PaF. De notar ainda, como referiu aqui o Carlos Guimarães Pinto, o próprio Partido Socialista, assumia – ver tabela acima – que com um governo PaF, o PIB cresceria 1,7% em 2016 e 1,7% , um crescimento do PIB superior ao crescimento do PIB previsto agora pela geringonça.

A realidade é de facto tramada para o socialismo.