Incongruências comunistas

O PCP (que diz defender “trabalhadores, o povo e o País“) acha “reprovável” que uma cadeia de supermercados tenha feito descontos de 50% em todos os produtos. Apesar de ter sido multada pela AdC, o PCP acha que a multa deve ser muitissimo superior. Caso contrário “estimulará a que este e outros grupos do sector da grande distribuição se sintam encorajadas” a continuar a reduzir os seus peços de venda ao público. O que dadas as alegadas precupações sociais do PCP é perfeitamente compreensível.

Se já difícil compreender como se alega estar a defender os “trabalhadores, o povo e o País” probindo a redução de preços a situação tornar-se mais ridícula conhecendo a histórica aversão dos PCP à riqueza e aos ricos. Como podem os comunistas estar contra uma acção que terá dado um largo prejuízo ao “homem mais rico de Portugal“?

Nota: Os comunistas continua deliberadamente a mentir acerca da situação fiscal do Pingo Doce. O que foi deslocalizado para a Holanda foi a SGPS e o que estará isento de impostos (e apenas nalguns casos) é o pagamento de dividendos. Antes disto já o Pingo Doce teve que liquidar todo o tipo de impostos em Portugal.

O Pingo Doce à distância

Segui à distância a campanha do 1º de Maio do Pingo Doce.

A campanha lembrou alguns consumidores que a principal razão para a existência das autoridades da concorrência é para prevenir não os preços “anormalmente” altos mas sim os preços “anormalmente” baixos.

Foi bom os Portugueses terem visto tanto responsáveis políticos de direita e esquerda, como sindicalistas e representantes de corporações a combaterem a concorrência em preços.

Infelizmente concordo com Alexandre Soares dos Santos. O Pingo Doce não vai ser formalmente acusado de dumping. Se fosse daria ainda mais visibilidade para a vergonha que é a legislação e fiscalização económica em Portugal. Preferirão continuar a multar e perseguir quem se atreve a concorrer em preço, com pouca visibilidade e resultados sustentados.

Por fim vale a pena lembrar que se o Ministério da Economia quer ter um verdadeiro papel no fomento da concorrência devia preocupar-se apenas e só com a eliminação de barreiras à entrada e à saída dos mercados. Para este efeito devia ser o polícia não das empresas mas sim do Estado, criador destas mesmas barreiras. Deveria ser o provedor do consumidor, beneficiário da concorrência, em vez de ser o provedor dos interesses corporativos instalado, beneficiários de uma economia centralizada.

Dia do Consumidor ou Dia do Trabalhador

Existem 2 visões opostas sobre o 1º de Maio:

1. A visão de uma esquerda de mentalidade retrógrada, presa ao passado, com propostas inadaptadas ao actual mercado de trabalho e que grita os mesmos slogans do século XIX, usando o povo simplesmente como legitimador do seu poder. Grita pelo “trabalhador” que pretende mais direitos e menos deveres que, se fosse brioso, teria conseguido essas mesmas benesses por si. Enquanto vive à grande.

2. O povo que, pressionado por um Estado esmagador, sem o apoio de uma Economia que também soçobrou perante o peso crescente do Estado na mesma, e sem poupanças pois vem de uma fase em que acreditava ser rico e não precisar de poupanças, tem dificuldade em pagar as contas e agradece promoções, descontos e outras oportunidades de aumentar o seu escasso poder de compra.

Como será o 1º de Maio de 2013? Nas ruas ou nas lojas? Do trabalhador ou do consumidor? Você decide!

Obrigado ao leitor Nuno Granja pela imagem. Leituras complementares: O último independente, Micro-sondagemGrotesco,
Hoje, como ontem, Portugal continua a ser o paraíso dos inimigos da liberdadeQuando é que a Esquerda passou a Odiar o Povo?.

PS: Obviamente que eu não concordo que isto seja levado a votos, preferindo a solução presente neste post do Miguel Noronha:

Espero, sinceramente, que no próximo 1º de Maio os sindicatos e os partidos se possam manifestar livre e pacificamente. Da mesma forma, espero que quem assim o desejar possa ir trabalhar, fazer compras ou exercer a sua liberdade para fazer o que lhe apetecer sem ser ameaçado ou impedido pelo governo ou pela CGTP.

Para quando uma repetição da gracinha do Pingo Doce?

No próximo 1º de Maio, voltamos ao “sítio do costume”?
Vamos ver como corre: Assunção Cristas Vs Pingo Doce.
Assunção Cristas a representar o socialismo e a dizer “que a campanha do Pingo Doce prova que a grande distribuição tem capacidade financeira para pagar nova taxa alimentar” e que “tem planos para criar novas leis para regular promoções inesperadas“.
Agostinho Lopes só pede “respeito” e concorda inteiramente…
O Soviete em que eu vivo parece cada vez menos um país livre.

Rescaldo do Dia do Consumidor

Jogou o CESP: para garantir o feriado, marcou Greve.

Depois Jogou a JM: Não só abrem, como abrem com 50% (!) de desconto!

Depois responderam os Consumidores: acorreram em massa.

Por fim, lamentaram-se os Sindicatos, destituídos do “banho de multidão habitual”.

Sobretudo, ganharam os Consumidores. Até ao fim.

Vencedores:
Produtores vão vender mais ao Pingo Doce nos próximos dias
Consumidores compraram mais por menos de bens que precisavam
Funcionários ganharam o triplo do que ganhariam num dia normal (mais um dia de folga) – Fonte insuspeita
Patrão perdeu dinheiro, mas vai recuperá-lo: no fundo foi um investimento em Marketing

Derrotados:
Concorrência – para vender pouco e pagar extra aos funcionários… vale a pena?
Manifestantes – saiu caro este ano ir à manif…

Algumas notas:
– Fico feliz por, pela 1ª vez em Portugal a prepotência sindical ter sofrido uma derrota clara e em toda a linha;
– Artigos como este do Esquerda.net, também foram cómicos. Repare-se:
“Perante o protesto e ameaça de greve dos trabalhadores” – Protesto? Onde? Quando? Não soube desses protestos…
“que perderam um dos dias de descanso que tinham por garantido” – Garantidos? Em 2012? Depois da crise que vocês ajudaram a criar?
“o grupo Jerónimo Martins aproveitou a crise social que assola o país” – Que já agora foram eles que criaram, querem ver…
“numa manobra populista” – Ah, o populismo. Algo que por aqueles lados de onde vêm estas linhas nunca se vê…
“dividir consumidores e trabalhadores” – Consumidores que, eles próprios, também deverão ser trabalhadores, diga-se.
“afrontar os direitos dos trabalhadores.” – Pagando apenas o dobro. Sovinas.

“As filas de espera que marcaram o dia, com dezenas de pessoas a queixarem-se de não serem atendidas” – Ver link da RTP.
“foram rapidamente invadidas por pequenos comerciantes que, ironicamente, vêm as suas margens esmagadas pelo mesmo grupo de distribuição ao qual ocorreram hoje para encher a sua mercearia ou pequena loja” – Ao menos compraram a baixo custo para vender mais tarde a clientes de proximidade.

“O sindicato do Comércio acusou hoje o grupo Jerónimo Martins de “dumping”, vendendo abaixo do preço de custo para esmagar a concorrência. Lembrando que esta prática é ilegal em Portugal, para proteger a concorrência e os trabalhadores, o sindicato responsabiliza o Governo e a ASAE por não fiscalizarem um caso de evidente ilegaliidade.” – Vender a baixo preço? Prisão já com eles!
Interrogo-me se o povo ao acorrer como acorreu em massa não mostrou quão “out of touch” estes esquerdas não estão…

Outros artigos: Doce Dumping, Promoção de 1º de Maio esmaga Boicote, Hoje não há “inocentes”, Dumping, Dumping2

Como o dia foi positivo, deixo-vos com algumas imagens humorísticas do Facebook:

Continue a ler “Rescaldo do Dia do Consumidor”

Hoje não há “inocentes” no Pingo Doce

Aproveitando o feriado, o Pingo Doce lançou a mais subversiva de todas as campanhas: Preços baixos em todos os seus produtos! Como se atreveram!
50% de desconto generalizados. Lembram-se do buliço pela venda do leite a preços baixos (enquanto pagava a tempo e horas aos fornecedores)? Agora esta medida de destruição maciça afectou lojas inteiras (excepto bazar, electrodomésticos, têxtil e farmácia – somos rigorosos no relatório). Sem discriminação positiva por produtos amigos do ambiente!
E para piorar tudo, só para clientes que gastassem mais de 20% do salário mínimo em compras! Elitistas!

Os consumidores, mostrando pouca solidariedade com os produtores, responderam em massa: filas à entrada, entradas só perante correspondentes saídas, prateleiras vazias, …
E não foi para “Ah e tal, só estou aqui para ir ao Multibanco”. Não. Foram seres gananciosos, com vontade de consumir mais e mais e mais este mês.. sem terem trabalhado mais para isso!
Quem hoje for ao Pingo Doce é reaccionário! Não há inocentes!

Os verdadeiros culpados são a Troika – que colocou o povo neste estado de necessidade – e o Grande Capital – que assim divide para conquistar.
Ouvimos até – mas nem queremos acreditar – que foi uma iniciativa do senhor Holandês em conluio com o Governo para tirar força às manifestações populares do 1º de Maio!!!

E o apelo ao boicote dos que se revoltam por as lojas abrirem no Dia do Trabalhador?
E os apelos à greve do CESP?
E onde está a ASAE para impedir o dumping em múltiplos produtos (aguardamos lista dos camaradas… que só foram monitorar a situação)?

(imagem de arquivo; hoje estas prateleiras já deverão estar vazias)

Post Scriptum: De acordo com as nossas fontes, já ouve incidentes entre clientes, intervenção policial e até encerramentos (temporários…) de algumas lojas na zona de Lisboa.

Em vez de desbaratar o orçamento de marketing assim, deveriam era promover campanhas junto dos camaradas da RTP e RDP. Os camaradas estão a estudar a assunção de uma posição sobre o assunto.

E claro, se têm assim tanto dinheiro, deverão pagar mais impostos. O gabinete de Cristas será notificado para aumentar o seu imposto para pagar por tão necessárias obras na sede da FENPROF em Lisboa.

Boicote aos Boicotantes do Pingo Doce

Há quem boicote o Pingo Doce.
Provavelmente preferem o Continente (sede também na Holanda) ou o Lidl (sede na Alemanha). Coisas de bairrismos germânicos, certamente.

A quem não concordar também com estes bairrismos germânicos, eu vinha aqui sugerir a página do Facebook para Boicote a quem faz Boicote ao Pingo Doce.

Façam-se fãs, sugiram boicotes, e sobretudo, divirtam-se!