É um tempo novo, mas não queria deixar passar a oportunidade de agradecer todo o serviço de Passos Coelho ao país. Em meu nome e em nome de todos os que apreciam uma certa forma de fazer política: Muito Obrigado!
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Passos Coelho Vs Tsipras – Quem combateu a desigualdade?
Os anos da troika. Portugal foi o único país a sair da crise com menos desigualdade:
Estudo académico olhou para os países do sul da Europa e, criticando a política da austeridade, destaca Portugal como o único destes países onde o “aperto do cinto” causou menos desigualdade.
Há a diferença entre falar palavras e fazer as medidas. Parabéns Passos Coelho!
Evoluções nas Eleições Autárquicas (PSD)
Antes de fazer alguns breves comentários, aqui está a evolução das Presidências de Câmara do PSD (a azul: coligações com CDS, a preto: coligações com outros).
Agora a evolução da mesma variável, mas para o PS (vermelho para coligações).
O resultado das Autárquicas de 2013 tinha sido o pior de sempre, com 106 Câmaras.
O PSD teve agora uma derrota devido a diversos factores:
- A incapacidade do PSD de cativar os “Grupos de Cidadãos” por todo o país.
Quase todos esses grupos são de pessoas à direita que não se revêem no PSD, o que é grave para o partido e para a direita em geral. - Mudança de ciclo em 2013, com a “extinção dos dinossauros” que não se puderam recandidatar, logo no ano em que o partido estava no poder a impor políticas de aperto de cinto impostas pelo endividamento de Sócrates. Sem dinossauros, perderam-se várias câmaras e agora em 2017 estas não se recuperaram.
- Costa subiu pensões pouco antes das eleições. Ganhou o PS, ganharam as câmaras instaladas, reforçaram-se maiorias (ex: Santarém e Faro são Câmaras PSD que estavam 4-4-1 e agora estão 5-4, dispensando em ambos os casos o vereador comuna). À custa do endividamento, mas isso que se dane. Depois vê-se.
- Desgaste da “marca“, associada hoje à austeridade, que certos comentadores dizem que o PSD fez por “prazer” (!) e ideologia (!) liberal (lol), como se um partido político não tivesse prazer em ser popular. Aguardo novo ciclo, que terá de ter este ponto em consideração (populismo? despesismo? austeridade de rosto humano?).
- Incapacidade de Passos se impor a opções locais e apostar em candidaturas fortes. 10% em Porto e Lisboa. 4º em Gondomar e Matosinhos. Perda de São João da Madeira e Oliveira de Azeméis. Todas estas derrotas pesadas poderiam ter sido pelo menos mitigadas com candidatos mais fortes.
Na minha interpretação, uma perda de 7% das câmaras é uma derrota, mas não é uma derrota catastrófica – à PCP, ou como a do PS em 1979, ou do PSD em 2013.
Passos cai não pelos resultados autárquicos mas também por causa dos resultados autárquicos. Estes vêm no seguimento de uma liderança que perdeu os media, perdeu as universidades (culpa de Passos, que instalou Bilhim), tem vindo a descer nas sondagens para legislativas, tem um discurso cansado à espera da queda da geringonça, tem vindo a perder apoio nas estruturas, e que agora depois de tudo isto tem uma derrota nas autárquicas. As Autárquicas foram a gota de água. Nos próximos dias veremos o futuro.
-0,07%
Depois de tanto ouvir sobre a morte política anunciada do Passos, fui fazer um breve cálculo sobre a evolução nas capitais de distrito, com os resultados disponíveis às 2:30.
Das 20 capitais de distrito, o PSD tinha 8… e ficou com 8.
Em 20, subiu a votação em 9 e desceu em 11.
Nas 20 câmaras, a média simples de votos era de 31,89%. Nestas eleições até agora foi de 31,82%. Uma queda de 0,07%.
Se Passos poderia ter feito melhor? Claro que sim.
Se Passos está morto? Manuela Ferreira Leite e os seus companheiros de caminhada bem gostariam, mas a morte de Passos foi, mais uma vez, prematuramente anunciada.
O campo inclinado
Morreram 64 pessoas (talvez mais), num fogo misterioso (trovoada seca? fogo posto?), em que o SIRESP contatado pelo PM quando era MAI falhou redondamente (como já se falava na TVI em 2014), a ministra da área provou não ter capacidades para lidar com a situação e a ilibação das culpas por Marcelo começou antes ainda de se saber coisa alguma.
Tudo normal e o Bloco apenas pede chuva.
Passos Coelho deu uma informação errada pois confiou num terceiro.
Cai o Carmo e a Trindade.
*suspiro*
O PSD – ou o CDS – é o “Partido dos Ricos” ?
É praticamente impossível cruzar o Facebook de uma ponta a outra sem nos depararmos com lamentos perante este resultado eleitoral e pela afluência às urnas dos ricos e da classe média alta que elegeu os “bandidos”. Ora este tipo de discurso ainda parte daquela velha visão aparvalhada de quem imagina uma sociedade que vota nos partidos segundo o nível de rendimento, com o maior dos capitalistas a votar no CDS, num extremo e a plebe a votar no BE e no PCP, no outro.
Esta teoria teria desde logo como consequência mostrar ao país os magníficos índices de desenvolvimento social dos distritos a norte, como Braga, Bragança ou Vila Real, onde aparentemente a percentagem de pobres é bastante diminuta e a de ricos, em alguns conselhos, é avassaladora. Concelhos como Ponte de Lima, Valpaços ou Boticas deviam ser estudados a par de Hong Kong em matéria de desenvolvimento económico tal é, no ideal esquerdóide, a concentração de capital nestas áreas. Aos eleitores do BE só poderíamos apontar aquela grande fatia, na sua maior parte gente de classe média para cima, muito letrada e urbanizada, como possíveis sabotadores infiltrados.
É portanto um exercício de demagogia aparvalhada lançar a ideia de que no PSD e no CDS votam os ricos e que quem tráz a carteira mais leve vota à esquerda. Até porque quem se debruçar sobre os programas dos partidos à esquerda da coligação observará uma série de propostas para obras públicas, reforço da função pública, subsídios às artes e regulações económicas que pretender redistribuir o dinheiro de quem está na penúria – juntamente com uma série de privilégios – por secções da sociedade bem mais abastadas.
O real problema é que a alta burguesia que comanda a esquerda em Portugal nunca engoliu bem o facto de que o zé povinho não tenha absorvido a doce melodia dos amanhãs que cantam e teime em preterir os seus fiéis defensores a troco dos servos do grande capital. A este povo sereno falta-lhe valores revolucionários. Esses senhores que vêm o mundo dos seus gabinetes nas universidades, dos seus palcos culturais , entre outros nobres poleiros, não conseguem descodificar o que vai na cabeça da plebe. E entende-se o porquê: eles nunca o foram. Não é portanto estranho que à esquerda caviar irrite que essa gentalha de pé rapado, incapaz de interpretar um parágrafo de Marx , que enche concertos do Tony Carreira e vira costas à magnificência do cinema lusitano, vote de acordo com a sua vasta ignorância. É o socialismo snob pseudo-intelectual da capital que ainda há uns tempos lançou uma Jihad a um puto de 16 anos que fez pela vida, que troça da escolha de roupa de Passos Coelho e que já veio aqui defender que o povo era parvo porque via muitos American Pies. São estes os Revolucionários de ténis Lacoste.Como escrevi há uns tempos no Mises, estamos condenados a aturar o “maoista de rolex. Gente que afronta diariamente o modo de vida do mundo ocidental, com os seus supostos vícios, luxos e as suas injustiças, mas não dispensa um bom sapato de boutique italiana ou um voo de primeira classe para um show no Olympia em Paris.”
Felizmente para si, o povo terá sempre nestas figuras de alto garabito no mundo intelectual um guia para compreender o que é melhor para si, não vá pelo meio alguém descobrir que um foram um conservador autocrático alemão e um liberal inglês – um conde e um barão, respectivamente – quem construiu as bases do Estado Social. Reza a lenda que se o país pacato que (sobre)vive na crise viesse a saber como vivem e falam as altas cúpulas do PSD/CDS – e arrisco dizer do arco da governação – a esquerda radical teria uma votação avassaladora. A mim parece-me mais correcto admitir que, descobrisse o país como se vive e fala nas cortes da esquerda caviar esta estaria há muito a debater-se com a extinção. Esses sim são pobres. De espírito.
Passos é o primeiro líder de um país sob programa a ser reeleito
Passos é o primeiro líder de um país sob programa a ser reeleito, no Económico.
“Se após quatro anos de austeridade, a coligação vencer com uma maioria muito expressiva próxima da maioria absoluta, Portugal pode transformar-se num case study”, afirmou ao Económico o professor de ciência política do Instituto de Ciências Sociais (ICS), António Costa Pinto.
Ok, não houve maioria. Mas houve uma vitória pioneira.
Pela minha parte, sinto muito orgulho em ser Português e não Grego.
Tal como em 1974, mostramos o caminho a Espanha.
Tal como em séculos passados, mostramos resiliência em situações extremas.
#Orgulho
Lula não vê diferença entre Sócrates e Passos…
… e por isso deu-se mal.
Ainda sobre o caso aqui referido pelo André, convém recordar que Lula sempre foi um amigo próximo de Sócrates. Agora, foi ter com Passos e falou-lhe de mais uma negociata. Lula falou, Passos ouviu mas não deu o seguimento habitual e a privatização acabou por ser feita com a suma (notícia oficial). Tudo isto, vindo do operário que prometia por travão à corrupção, lutando pelo povo que jura amar.
Alguém imagina como teria sido decidido isto entre o grupo do amigo Carlos Silva e o do amigo Lula da Silva, fosse Sócrates ainda 1º Ministro?
O Euro, a Grécia e a campanha eleitoral em Portugal
Cataventos
O meu artigo de ontem no Diário Económico:
“A democracia matou o padrão ouro”. Charles Rist referia-se ao aumento da pressão por programas de redistribuição que obrigam governos a obedecer ou a sair na próxima eleição. A situação do euro prova mais uma vez como esta frase foi profética.
O povo não compreende as vantagens de uma moeda forte,as elites políticas acreditam que compensa retirar um euro a dez milhões para dar um milhão a dez apoiantes, e quem devia explicar a falácia da composição prefere tentar beneficiar do sistema, empurrando o problema para a frente.
Assim, o sistema gera políticos como António Costa: no verbo, solidário com todos e disponível para todos os esquemas redistributivos; na ação, focado na sua sobrevivência a qualquer preço e nos que lha possam proporcionar. Logo, ora o Syriza é a esperança da Europa quando ele ganha, ora se distancia quando aquele leva a Grécia ao abismo; ora promete mais despesa do Estado, ora afirma a sua fé no euro para todos.
Nos próximos meses, o PSD será o oposto da Grécia, o PS será o seu reflexo: um partido que defende tudo e o seu contrário, cheio de conflitos e contradições, incapaz de tomar posições firmes, e em que a única certeza é que vai navegar para onde sopre o vento.
Mário Soares Vs Mário Soares
“Conheço Pedro Passos Coelho e considero-o um homem muito sensato, lúcido e com um grande sentido de Estado. E o que os políticos precisam de ter nesta altura é um grande sentido de Estado, defendendo sempre o interesse nacional, porque nesta altura é Portugal e a Europa que estão em causa”
As duas caras de Mário Soares e a benção de Passos Coelho, por João Lemos Esteves.
Mário Soares admite simpatizar com o líder do PSD e diz que não compreende como é que José Sócrates e Pedro Passos Coelho não se entendem.
Mário Soares 2014 (Junho) – para apoiar António Costa contra Seguro:
“Seguro nunca se identificou com a esquerda e sempre dialogou com o PSD”
Leitura complementar: Como pensa Mário Soares, por Paulo Tunhas.
Alguém tem de ler Mário Soares de vez em quando para depois escrever resumos destes.
O meu obrigado ao Paulo Tunhas por este verdadeiro serviço público.