Conselho da Europa investiga falsa pandemia da gripeA

Segundo o presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, Wolfgang Wodarg, a campanha da “falsa pandemia da gripe, criada pela OMS e outros institutos em benefício da IF, é o maior escândalo do século na Medicina”:

In order to promote their patented drugs and vaccines against flu, pharmaceutical companies influenced scientists and official agencies, responsible for public health standards to alarm governments worldwide and make them squander tight health resources for inefficient vaccine strategies and needlessly expose millions of healthy people to the risk of an unknown amount of side-effects of insufficiently tested vaccines.

Só Portugal gastou até Dezembro passado 90 milhões de euros, 45 milhões dos quais em vacinas.

Só falta investigar as relações entre “os responsáveis pela saúde pública” e os governos.

Saúde e segredo

O caso do rapaz de 14 anos que morreu em casa no dia seguinte a ter recebido “medicação de suporte” para a gripe A continua sem explicação médica. «Em comunicado o hospital lamenta o sucedido e refere que o doente não apresentava febre nem dificuldade respiratória, nem outros critérios de gravidade clínica’. A avaliação clínica e imagiológica apontou para uma situação que ‘não carecia de internamento’.»

Antes de morrer sofreu fortes hemorragias o que levantou dúvidas sobre a causa de morte. Os resultados da autópsia estão em segredo de justiça. Será que nunhum jornalista se lembra de perguntar directamente se o rapaz tinha tomado a vacina?

Leitura complementar sobre a hemorragia como efeito secundário da pandemrix.

Coincidências que tramam

Portugal registou, na semana entre 23 e 29 de Novembro, 28 suspeitas de reacções adversas à vacina contra a gripe A (H1N1), das quais dez foram classificadas como graves.

“Este facto não significa necessariamente que essas reacções tenham sido causadas pela vacina. Na verdade, poderá tratar-se de uma mera coincidência temporal”, ressalva o Infarmed no documento.

Contas rápidas:

Tendo em conta que já foram vacinados 96 mil portugueses, e que a GSK assume que uma em cada dez mil pessoas que tomar a vacina tem probabilidade de desenvolver problemas muito graves (entre os quais vasculite e paralisia neurológica conhecida por Síndrome de Guillian-Barré), não há nada de implausível na relação causal entre os 10 (9,6) casos graves e a vacinação, sendo essa, pelo contrário, expectável. Dos portugueses já vacinados, é provável que até 96 pessoas tenham tido reacções alérgicas que impliquem descida abrupta da pressão sanguínea, hemorragia, e dores severas.

A Pandemrix: uma questão de saúde ou de “cidadania”?

Aproveito a visita do Presidente do Colégio de Pediatria ao Insurgente para tentar esclarecer umas dúvidas sobre a forma como a vacina contra a gripe A escolhida por Portugal está a ser aconselhada.

Diz o próprio: «É também uma questão de cidadania vacinar as crianças para controlar a epidemia.», acrescentando mais adiante que «O facto de eu pessoalmente não ter tido ainda acesso aos dados de fármaco-vigilância que sustentaram esta decisão [de optar pela vacina Pandemrix em crianças e grávidas], não me permite duvidar da sua justeza.»

A explicação para o facto de o Presidente não ter tido acesso a esses dados é simples: eles não existem. É a própria GSK (o laboratório que produz a vacina) que afirma que «there are currently no data available on the use of Pandemrix™ (H1N1) in pregnancy» [and] «no experience in children less than 3 years of age».

A decisão tomada pelo Infarmed de usar a Pandemrix não pode então basear-se em dados empíricos, mas sim num cálculo indutivo de aproximação com a realidade do H5N1, como é aconselhado pela EMEA (Agência Europeia de Medicamentos): «the decision to use Pandemrix (H1N1) in each age group defined below should take into account the extent of the clinical data available with a version of the vaccine containing H5N1 antigen and the disease characteristics of the current influenza pandemic». (Não consegui encontrar nenhuma informação sobre o uso da vacina contra o H5N1 em Portugal, a não ser a notícia de um protocolo entre a Agência Portuguesa para o Investimento (API) e o laboratório Medinfar no sentido da produção nacional da vacina, num investimento global de cerca de 26,6 milhões de euros cujos resultados deveriam ter sido tornados públicos em 2007.)

Quando se fala em “dados de fármaco-vigilância” não se fala então de algo que antecede a decisão, e assim a justifica, como é sugerido pelo senhor José Manuel Lopes dos Santos, mas sim de algo que se lhe segue: falamos dos dados recolhidos a posteriori de modo a corroborar que se tomou uma boa decisão. O boletim de Fármaco-Vigilância do Infarmed quanto à vacina data aliás do 4º trimestre de 2009.

O problema é que no caso das grávidas e das crianças a conclusão a favor do uso seguro da pandemrix é de fraca fiabilidade devido ao facto de a grande maioria dos governos internacionais estarem a usar uma vacina sem adjuvante (a pandemrix contém adjuvante), o que diminui a legitimidade da generalização. Claro que, agora, com os estimados 8% de grávidas portuguesas que já aceitaram tomar a vacina, será possível chegar a algumas conclusões sobre os efeitos da mesma através dos tais dados de fármaco-vigilância. (Ainda assim convém referir que a fármaco-vigilância se efectua apenas durante o período fetal e neonatal, não cobrindo possíveis efeitos apenas observáveis ao longo do desenvolvimento neuronal do bebé). A própria GSK avisa que, devido à falta de estudos, a vacina só deve ser administrada a esses grupos em caso de real necessidade.

Tendo em conta a fragilidade da induçao que permite às autoridades de saúde portuguesas aconselhar a pandemrix como segura para grávidas e crianças, impõe-se compreender que tipo de benefícios entram na relação benefícios-riscos traçada pelo Infarmed. Claro que se estivermos a falar dos benefícios sociais que advêm do controlo da epidemia, a relação compreende-se melhor.