Recomendo a leitura de dois artigos na edição de hoje do Diário Económico
“Há austeridade e austeridade” de António Costa
[O] corte da despesa pública não é menos doloroso do que o aumento de impostos, é, claro, menos doloroso para o Governo, porque é mais fácil definir políticas que obrigam os privados a despedir do que assumir que a despesa interna do Estado é muito superior à que os portugueses têm condições de pagar.
(…), não há alternativas à austeridade, mas há outra austeridade que o Governo poderia seguir, não menos dolorosa, mas virtuosa, porque permitiria que o sector privado sobrevivesse a um ajustamento, ou empobrecimento, que é um mal-necessário.
“A derrapagem” de Ricardo Arroja
É na despesa pública que reside o problema do défice público. Encontrando-se o Estado insolvente, se faltasse o dinheiro da ‘troika’, as administrações públicas entrariam de imediato em ruptura de pagamentos. O défice seria ajustado à bruta para zero. A constituição seria suspensa. E, portanto, como qualquer família responsável, o Estado também tem de ajustar as suas despesas às suas receitas e não o contrário. É, pois, altura de distribuir uma cópia do memorando original aos deputados dos partidos que o assinaram, a fim de que estes o possam reler, porque começam a estar todos muito esquecidos…Só então o poderão discutir, e eventualmente renegociar, de forma séria.