Recordar É Viver

Decorria o longínquo ano de 2015, e depois de gastar 1,7 mil milhões de euros dos contribuintes com a venda do Banif (fonte), o Doutor Mário Centeno, ministro das finanças (hoje também o Ronaldo das Finanças e Presidente do Eurogrupo), garantia então que governo não usaria mais dinheiro público para “salvar bancos” (fonte).


Pouco tempo depois (em 2016), o mesmo governo da geringonça injectou 4 mil milhões de euros de todos nós contribuintes na Caixa Geral de Depósitos (fonte).

Já em 2017 e especificamente sobre a venda do Novo Banco, António Costa afirmava que a venda do banco não teria impactos nas contas públicas e que não traria novos encargos para os contribuintes (fonte).

Ora bem. Estamos em 2019. É certo que os 1.149 milhões que o Novo Banco está a pedir, são ao Fundo de Resolução, mas também é certo que:

  1. A Caixa Geral de Depósitos (esse banco público que é de todos nós) é o maior contribuinte para o Fundo de Resolução.
  2. Como o Fundo de Resolução não dispõe do montante pedido pelo Novo Banco, a diferença terá que ser coberta por emprestimos do estado português – o que aumenta o volume da dívida publica portuguesa e que incorre em custos sob a forma de juros (que poderão ser compensados pelos juros pago pelo Fundo de Resolução). Acresce o facto que o futuro é por definição incerto, não sendo certo que os bancos, via Fundo de Resolução, consigam pagar o empréstimo concedido pelo estado.

Leitura complementar:

E para terminar (fonte):

Teoria da Conspiração 

Eu se fosse de teorias da conspiração esquerdolas (“direita dos interesses” e outros mimos do ataque pessoal) questionava porque raio os mesmos que travam o controlo parlamentar sobre a Caixa e aplaudem a sua transformação num banco privado de facto (infelizmente pagando nós a factura na mesma) são os mesmos que querem o Novo Banco público. 
Mas, enfim, sou só um fixola. 

Alternative Facts

No dia 1 de Setembro de 2015, Antóno Costa afirmava que era uma ilusão que a resolução do BES não acarretaria custos para os contribuintes (fonte).

costa_setembro_2015

Já o mesmo António Costa, no dia 22 de Fevereiro de 2017 (ontem) contradizia o António Costa de Setembro de 2015 (fonte), afirmando com a mesma cara de pau expressão que o estado em caso algum perderá qualquer parcela dos 3900 milhões de euros.

costa_fevereiro_2017

Tudo normal, portanto.